Povo da Venezuela se revolta com fraude

Os opositores ao ditador Nicolás Maduro, liderados por María Corina, encheram as ruas de Caracas, capital da Venezuela, nesta terça-feira. Os protestos em diversas cidades, contra a suposta reeleição do ditador Nicolás Maduro, deixaram pelo menos 749 pessoas detidas e muitos feridos pela repressão.

As ONGs da Venezuela apontam que 11 pessoas foram assassinadas e outras 48 ficaram feridas durante as manifestações contra o ditador Maduro. De acordo com o Foro Penal, da Venezuela, duas mortes ocorreram em Aragua, no centro do país, cinco em Caracas, uma em Guásimos, duas em Zulia, uma em Yaracuy.

Ao mesmo tempo, manifestantes derrubaram várias estátuas do antigo ditador Hugo Chávez, enquanto a representante da oposição no país garantiu ter provas de que os resultados eleitorais foram fraudulentos e que o verdadeiro vencedor é Edmundo González Urrutia.

O líder da oposição, Freddy Superlano, foi preso na manhã desta terça. O partido Vontade Popular divulgou a informação através das redes sociais, por meio de imagens e fotos que chocaram o mundo. O líder foi detido por dois agentes venezuelanas logo após denunciar perseguição a opositores do regime.

Ele foi arrancado à força do carro onde se encontrava e conduzido com violência para uma viatura descaracterizada, em meio a onda de protestos contra a ditadura da Venezuela. Ao ser preso, Superlano arremessou o celular para longe, mas os agentes o recolheram.

Segundo o Foro Penal, especializado em prisioneiros políticos, pelo menos 46 pessoas foram detidas em manifestações por toda o país. As sete mortes foram confirmadas por fontes independentes, segundo o jornal espanhol El Mundo. As forças da repressão têm usado gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Porém hpa relatos de tiros com balas reais e espancamentos. Foram registrados protestos até em áreas pobres de Caracas, que até agora apoiavam o ditador Maduro. Em algumas regiões foram ouvidos disparos.”Vou lutar pela democracia do meu país. Roubaram-nos as eleições”, disse um manifestante.

Em uma transmissão ao vivo do palácio presidencial, o ditador afirmou que as forças de segurança estavam agindo contra “manifestantes violentos”. As Forças Armadas têm apoiado Maduro e não há sinais de que os seus líderes estejam a romper com o regime. Mas vários soldados já mudaram de lado.

O Observatório Venezuelano de Conflitos disse ter registrado 187 protestos em 20 estados até às 18h de segunda-feira. “Foram reportados vários atos de repressão e violência por coletivos paramilitares e forças de segurança”, declarou a entidade.

As manifestações se espalharam depois de, na noite de segunda-feira, o presidente ter participado de uma reunião na qual o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou sua reeleição para um terceiro mandato de seis anos. Todas as pesquiisas, inclusive de boca de urna, davam vitória esmagadora à oposição.

Maduro ignorou as críticas e dúvidas internacionais sobre a contagem dos votos, dizendo que a Venezuela estava sendo alvo de “um golpe de Estado” de natureza “fascista e contrarrevolucionária”. Após o anúncio de Maduro, a líder da oposição, Maria Corina Machado, disse que tem os registros de votação.

"Os disponíveis até o momento demonstram claramente que o próximo presidente será Edmundo Gonzalez Urrutia”. Segundo Machado, as provas revelam uma vantagem “matematicamente irreversível” para Urrutia, com 6,27 milhões de votos contra apenas 2,75 milhões para Maduro.

Nas primeiras horas de segunda-feira, o CNE informou que Maduro tinha conquistado 51,2% dos votos, contra os 44,2% de Gonzalez Urrutia. Uma foto tirada no centro de apuração acabou revelando as telas das regiões de votação, onde todos os gráficos mostravam ampla vantagem de Gonzales.

0:08  |  


Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.

     


sao pedro