CPI usa teatro para reeducar presos

O ator Luis Salem esteve em Itabuna há 12 anos com a peça Os Gozados, quando lotou o Centro de Cultura Adonias Filho. Agora ele volta à cidade para uma plateia especial e muito menor, apenas 12 pessoas. Todos detentos do Conjunto Penal de Itabuna em processo de reeducação;

Um faz tudo das artes, Salem já dirigiu, fez figurino, cenário, iluminação, contrarregragem, divulgação, produção e até bilheteria no teatro. Escreveu peças como Über, A Comédia e Folia no Matagal, atuou em obras desde Shakespeare a Miguel Falabella, de quem foi assistente de direção em No Coração do Brasil.

Na TV, participou das novelas Salsa e Merengue e A Lua Me Disse, de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa; Anjo Mau, de Maria Adelaide do Amaral; Um Anjo Caiu do Céu, de Antônio Calmon; e Aquele Beijo, de Miguel Falabella, todas na Globo.

Toda essa bagagem estará à disposição dos 12 alunos especiais, com quem Salém vai ensinar atividades teatrais durante esta semana para que façam uma apresentação. As aulas serão no Centro de Ressocialização do CPI. Salém explica que não se trata apenas de ensinar teattro.

“O foco da atividade é o trabalho da autoestima e as relações com sentimentos e emoções com fins de atividades lúdicas e pedagógicas”, afirma. A atividade vai culminar com uma apresentação no dia 24, como forma de validação do aprendizado e confraternização com familiares e autoridades.

Para isso, Luís Salém vai usar a obra "A Vida Em Cena – Encena", de autoria de um reeducando do próprio CPI. É uma obra escrita após oficina com o editor Alex Giostri, consultor da empresa Socializa, que administra o presídio com o Governo do Estado, e publicada pela Editora Giostri.

A obra a ser encenada é fruto do incentivo à leitura e produção textual em curso na unidade prisional, por meio dos projetos de Remição pela Leitura, como Asas da Imaginação, Projeto Conexões, e Relere, executado pelo Ministério Público da Bahia, por iniciativa da promotora Cleide Ramos.

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