IFI alerta para catástrofe econômica

O diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão do Senado Federal, Marcus Vinícius Pestana, deu uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo onde alerta para o risco real de colapso das finanças públicas no atual cenário de estrangulamento orçamentário e gastos descontrolados pelo governo.

"Reformas devem ser realizadas com urgência", diz, ao destaca que esta foi a quinta semana seguida em que houve uma piora no IPCA, divulgado pelo Banco Central. "Sem uma ação imediata do governo e do Congresso Nacional, a situação levará a uma deterioração gradual e contínua das finanças".

O levantamento do IFI mostra que a nova regra do arcabouço fiscal, combinada com a retomada das vinculações mínimas constitucionais para saúde e educação, mais a valorização do salário mínimo, "terá um impacto de R$ 1,7 trilhão nos próximos 10 anos".

O valor equivale a 6,4% da despesa primária total projetada para o período, que é de R$ 25,9 trilhões. Já o próximo ano, o impacto será de R$ 39 bilhões, diz Pestana. "Estávamos há pouco discutindo um decreto de R$ 15 bilhões de despesas num Orçamento de R$ 2,2 trilhões".

"É ridículo, é menos de 1%. E aí dá briga de ministro, dá fofoca, dá celeuma. O Brasil precisa de mudanças estruturais nas finanças públicas para sair do 'rame-rame fiscal'. O crescimento das despesas tornará o arcabouço fiscal insustentável em 2027, ou até mesmo em 2026, em um cenário mais pessimista".

"Como dizia a minha mãe, ou faz por mal ou faz por bem [as mudanças]. Vai chegar a um estrangulamento absoluto. Melhor fazer agora", reiterou Pestana à Folha de São Paulo. Ele destraca que o papel do IFI é alertar o Congresso, a imprensa e a sociedade para a catástrofe que se aproxima.

Segundo Pestana, a rigidez do orçamento brasileiro contribui para o baixo investimento público em áreas essenciais, como infraestrutura e inovação. "São menos estradas, ferrovias, portos, aeroportos, moradia e saneamento, ciência e tecnologia, inovação. O Brasil vai sacrificando o seu horizonte e o futuro".

"Se o problema não for enfrentado com coragem, os governantes vão se limitar a redistribuir impostos para pagar benefícios e salários, sem conseguir efetivamente governar. Esta é a caricatura: o governo não vai governar mais. A situação é administrável, mas num piso, num ambiente muito medíocre".

19:09  |  


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sao pedro