Nova sede do Gov SP já tem vencedor

O projeto do escritório Ópera Quatro Arquitetura venceu o Concurso Público Nacional de Arquitetura para a nova sede administrativa do Governo de São Paulo nos Campos Elíseos, na capital. O resultado foi homologado na segunda-feira (26) no Diário Oficial.

Ao todo, foram analisados 45 projetos abrangendo as quadras no entorno da praça Princesa Isabel. A proposta vencedora visa construir prédios de diferentes tamanhos, criar fachadas ativas, implantar técnicas sustentáveis, respeitando a história do centro histórico.

Para garantir a flexibilidade de ocupação, o projeto prevê dois blocos por edifício. Serão construídos cinco edifícios, sendo três nas quadras 34, 46 e 52 e dois na 48 de diferentes tamanhos. A ideia é possibilitar que secretarias menores e maiores se apropriem dos espaços de diversas formas, integradas ou não.

O Governo de São Paulo estima que ao menos 22 mil servidores públicos passarão a atuar no novo complexo, que vai abrigar secretarias, fundações e autarquias estaduais. “Todas as pesquisas que fizemos constataram que tínhamos secretarias com um volume muito grande de servidores e outras não".

"Desta forma, conseguimos fazer com que as grandes secretarias ocupem apenas um edifício, ou, se o governo entender interessante, mesclar. Isso possibilita também flexibilidade ao longo do tempo”, explica a arquiteta Fernanda Ferreira, sócia do escritório responsável pelo projeto.

O pavimento térreo será aberto ao público com fachadas ativas, que contarão com comércios e serviços. Lojas, cafés e pequenos restaurantes irão estimular a circulação de pessoas no térreo. Outra estratégia foi prolongar a praça, para criar pátios dentro de cada quadra que servirão também como passagem.

Apesar do livre acesso ao público, houve a preocupação com o acesso à área corporativa. Cada bloco da edificação da quadra possui no térreo o controle exclusivo, definindo esse pavimento como o limite da área pública do projeto.

A questão da sustentabilidade também foi um dos pilares para a construção desse projeto. Para isso, foram propostas fachadas duplas, sendo a externa de vidro temperado, com um vão entre as construções que funcionam como uma barreira térmica e reduz a necessidade de uso do ar-condicionado.

“A gente tinha uma preocupação com a questão da carga térmica deste edifício, por se tratar de uma fachada de vidro. Para isso, a proposta foi uma dupla camada de vidro, que cria um colchão de ar entre uma fachada e outra e faz com que essa carga térmica não chegue na fachada".

"Isso faz com que se mantenha a iluminação, portanto, menos uso de energia elétrica para luzes e ar-condicionado”, explica a arquiteta. Além disso, na cobertura dos edifícios serão implantadas placas fotovoltaicas para a produção de energia solar.

A área disponibilizada para a sede administrativa abrange quatro quadras no entorno da praça Princesa Isabel, onde foram projetados edifícios com área total construída de cerca de 288,6 mil m². O projeto do escritório Ópera Quatro Arquitetura se preocupou em respeitar a história da região central da capital paulista, ao mesmo tempo que incorpora as práticas arquitetônicas mais avançadas e modernas.

“A gente se baseou em algumas teorias urbanísticas universais em como deixar os territórios mais vivos. Projetamos prédios altos e baixos para dar dinâmica na paisagem, não tornar o projeto muito repetitivo ou muito marcante na paisagem. Isso faz com que tenha melhor captação das pessoas. E então tentar tornar o projeto mais integrado com o existente”, explica o arquiteto Pablo Chakur, responsável pelo projeto.

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sao pedro