Médica alerta para o 'chip da beleza'
A médica Lucila Duarte fez um alerta sobre o uso indevido de hormônios por meio dos famosos "chips da beleza". Segundo ela, esse tipo de recurso tem sido cada vez mais usado por pessoas que desejam transformar o corpo rapidamente, como num passe de mágica. Os riscos vão desde doenças graves até a morte.
Hematologista, Lucila explica que médicos irresponsáveis passaram a aplicar o chip para emagrecimento, ganho de massa muscular e aumento da libido. Muitas vezes, os hormônios são misturados sem nenhum tipo de controle. “Não tem como a Anvisa liberar um tratamento desse tipo", afirmou a médica.
Ela deu entrevista nesta quinta-feira pela manhã ao Conexão Morena, da Morena FM. Segundo Lucila, há casos específicos em que a reposição hormonal é indicada, a exemplo dos homens com baixa produção de testosterona. Mesmo assim, o paciente vai lidar com efeitos colaterais que podem ser graves.
Nos últimos dois meses, o Vigicom, Observatório de Mau Uso de Hormônios, registrou 257 casos de complicações como infarto, AVC e hipertensão. Duas pessoas morreram. Lucila ressalta que 77% desses pacientes receberam hormônios aplicados por médicos.
"Você precisa ter muito cuidado com o médico que você escolhe”, alerta a profissional. Lucila Duarte também citou o exemplo de mulheres na menopausa que, em alguns casos, precisam da reposição de testosterona. De todo modo, o tratamento nunca deve ser feito com chips.
“Ela pode ser aplicada de maneira injetável, com adesivo ou gel. Mas não em forma de chip. A forma de chip está completamente contraindicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária". O host Oziel Aragão questionou por que os chips da beleza têm tanto apelo.
Para a médica, trata-se de um efeito da cultura do imediatismo, em que as pessoas buscam resultados rápidos para lidar com seus problemas e insatisfações. Ela também atribui isso à irresponsabilidade dos profissionais, que não esclarecem os pacientes sobre os riscos envolvidos.
A médica citou colegas que fizeram implantes indevidos e, após as complicações, não tinham recursos para remover os chips. "O caminho," diz, "é averiguar a qualificação dos profissionais no site do Conselho Federal de Medicina, para ver se ele é habilitado para os procedimentos. "Muitos se dizem especialistas e não são."
A busca pelas especialidades do médico fica em https://portal.cfm.org.br/busca-medicos - foi a mesma usada pelo jornal A Região quando revelou que o senador Otto Alencar, tido como "ótimo ortopedista", não tem nem nunca teve esta especialidade, atuando nela ilegalmente. Ele não tem nenhuma especialidade.
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