SP terá mais policiais na Cabine Lilás

A rede de proteção e apoio à mulher ganhou um importante reforço do Governo de SP nesta sexta-feira (24). Um grupo de 28 policiais concluiu o curso de capacitação para o atendimento na Cabine Lilás, projeto criado em março pelas secretarias de Segurança Pública e de Políticas para a Mulher.

Ela atende vítimas de violência doméstica e o treinamento das policiais vai permitir a ampliação do atendimento para todas as regiões do estado. A formatura foi realizada no Centro de Operações da Polícia Militar, onde as policiais receberam treinamento durante uma semana.

Elas tiveram aulas de psicologia, direito, redes de apoio, medidas protetivas e funcionamento das Delegacias da Defesa da Mulher. “Estamos trabalhando intensamente para que a mulher saiba que ela tem onde buscar acolhimento e segurança, que possa ficar mais tranquila," diz a secretária da Mulher Valéria Bolsonaro.

O Governo de São Paulo reforçou as políticas de apoio às mulheres e aumentou a visibilidade sobre a rede de proteção com o movimento SP Por Todas, lançado em março deste ano. Além de mais segurança, a ação foca na autonomia profissional, auxílio para moradia e apoio à saúde feminina.

Uma das formandas era a sargento Arlete de Azevedo, que trabalha há três anos e meio como supervisora de atendimento no Copom de São José do Rio Preto. “Uma das vantagens da Cabine Lilás é que agora você tem mais tempo e preparo para orientar a vítima, o que ajuda a tornar o contato mais humano," conta.

Além disso, foram ensinados fatores comportamentais na hora de atender a ligação, como a melhor forma de conversar, se expressar e o tom de voz adequado. Tudo isso para garantir que a mulher vítima de agressão receba um serviço especializado e humanizado ao ligar no 190.

Entre os formandos, estão 18 militares do interior paulista que voltarão a seus Copons, nas regiões de São José dos Campos, Campinas, Ribeirão Preto, Bauru, São José do Rio Preto, Santos, Sorocaba, Presidente Prudente, Piracicaba e Araçatuba. Ainda será definida a data para o início dos atendimentos.

As outras dez policiais se juntarão à equipe que já trabalha na cidade de São Paulo e na região metropolitana desde o início de março, composta por 25 agentes. “A Cabine Lilás consegue centralizar em um único lugar todas as iniciativas do estado de proteção à mulher".

"Temos a Casa da Mulher Brasileira, o plantão presencial e virtual das Delegacias de Defesa da Mulher (DDM), as casas de acolhimento. Cerca de 30% das vítimas conseguem quebrar o ciclo de violência por conta dessas orientações”, diz o comandante do Copom de São Paulo, coronel Carlos Henrique Lucena.

A Cabine Lilás já atendeu mais de 4.300 chamados por meio do número 190 em sete meses. Foram 2,500 orientações sobre como obter a medida protetiva, sendo que 124 agressores foram conduzidos à delegacia com o apoio das operadoras da cabine por descumprimento das regras. 21 permaneceram presos.

O serviço de proteção e rede de apoio à mulher pode ser solicitado pela própria vítima ou ser ofertado pelo atendente, caso a mulher queira falar diretamente com uma policial ou se tiver dúvidas em relação a quais medidas adotar caso seja agredida.

“Em quase todas as vezes, as mulheres nos ligam quando já aconteceu a agressão, quando o suspeito não está mais no local. Enquanto a gente despacha a viatura até o endereço, ficamos com a pessoa na linha dando apoio psicológico e passando as orientações”, comenta a cabo Raiane Cavalcante, da primeira turma do programa.

A militar também reitera que muitas vítimas ligam já fragilizadas e com vergonha de ir até a delegacia. Então, elas são orientadas a abrir um boletim de ocorrência sem sair de casa, por meio do aplicativo SP Mulher Segura. A denúncia é direcionada diretamente para a DDM Online.

Em alguns casos, as vítimas fogem de casa depois da agressão sofrida e não têm para onde ir. Ao ligar na central 190, a Cabine Lilás encaminha a vítima para uma rede de abrigo, onde é orientada sobre como obter o auxílio-aluguel, fazer cursos profissionalizantes e a recolocação no mercado de trabalho.

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sao pedro