"Pacote" não corta nada do governo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou o pacote de medidas para evitar que as contas públicas estourem a previsão orçamentária. Há mudanças no tempo de aposentadoria dos militares, reajuste menor do salário-mínimo, diminuição das emendas e do abono salarial. Só não corta gastos do governo.
Um grupo afetado será o que recebe o BCP. O governo vai passar a considerar não a renda da pessoa, mas a dela somada às do cônjuge, companheiro que não mora com ela, irmãos, filhos e enteados da mesma casa. Tem mais: essa renda "inflada" será usada como referência para dar ou não outro benefício a essas pessoas.
No Bolsa Família, haverá corte de beneficiados. O governo quer restrição para municípios com percentual de famílias unipessoais acima do 'disposto em regulamento', a inscrição ou atualização de famílias unipessoais deve ser feita em domicílio, atualização obrigatória para cadastros desatualizados e biometria obrigatória.
Quem ganha menos de R$ 5 mil por mês ficará isento do Imposto de Renda, mas quem recebe acima de R$ 50 mil pagará bem mais, o que pode afetar os investimentos que estas pessoas fazem em seus negócios, afetando empregos e a economia das cidades. O abono salarial será restrito a quem ganha até 1,5 salário mínimo.
Os militares serão obrigados a trabalhar até os 55 anos para se aposentar (hoje só são exigidos 35 anos de serviço) e as pensões não poderão ser transferidas aos filhos. O salário mínimo vai manter o cálculo atual, mas com um truque nefasto: se o valor ficar acima do que o governo "pode" pagar, ele será reduzido até este.
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