Candidatura de Neto já levanta dúvidas

Um fantasma ronda os planos de ACM Neto para as eleições do próximo ano. Principal nome da oposição ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), o vice-presidente nacional do União Brasil começou a ter sua base atacada pelo Palácio de Ondina. Nas últimas semanas, ao menos 8 prefeitos ligados a Neto "flertaram" com o petista.

O caso de maior repercussão foi o do prefeito de Jequié, Zé Cocá, do PP. Ainda que o encontro recente com Jerônimo tenha se dado no âmbito das relações institucionais, as fotos do prefeito reeleito com o governador ganharam a Bahia como sinal de alerta para ACM Neto.

Também sinalizaram que os progressistas estão cada vez mais perto de retornar à base do governo estadual, o que já foi feito pela bancada do partido na Assembleia Legislativa. O secretário-geral do PP na Bahia, Jabes Ribeiro, foi além e colocou todos os dedos na ferida.

"Seria importante ampliar as discussões considerando a possibilidade de ACM Neto não ser o único nome do grupo para a próxima eleição ao Governo da Bahia". Para Jabes, apostar todas as fichas em Neto desde agora pode deixar a oposição desarticulada em 2026, caso ele decida não ser candidato a governador, como já fez.

Em 2018, Neto prejudicou todas as candidaturas a deputado do grupo ao "correr da raia" perto das eleições, deixando a oposição desnorteada, sem uma liderança central para turbinar as campanhas. O resultado foi a reeleição de Rui Costa e a falta de confiança em 2022 que facilitou a vitória do insosso Jerônimo Rodrigues.

Segundo Jabes Ribeiro, há nomes que podem ajudar a oposição a construir alternativas. Ele citou o exemplo do próprio Zé Cocá. “Jequié tem tradição em fazer governador”, disse o ex-prefeito em entrevista recente, relembrando os ex-governadores César Borges e Lomanto Junior.

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