Mudança da Secult quebra escultura
No dia 8 de janeiro, a Secretaria de Cultura de Ilhéus interrompeu a visitação pública à Casa de Jorge Amado, no Centro Histórico, e transferiu o acervo do espaço para o Teatro Municipal. Num vacilo durante o procedimento, uma escultura de Iemanjá foi derrubada e danificada. O incidente veio à tona nesta terça-feira.
A obra faz parte do conjunto de dez peças doado à Casa pelo artista plástico Osmundo Teixeira, grapiúna como Jorge Amado. A coleção representa orixás, as divindades do candomblé. Após o incidente, a Secretaria de Cultura entrou em contato com Osmundinho e entregou a peça ao artista.
Referência internacional em esculturas, ele vai fazer a restauração de forma gratuita e, se necessário, construirá outra. O acidente com a obra de Osmundinho não é o único problema da Casa de Jorge Amado. Abandonada durante os oitos anos de gestão de Mário Alexndre Souza, ela é o retrato do desprezo pela cultura.
Quando interditou a Casa, a secretaria denunciou o abandono do prédio, que tem buracos enormes no piso, vigas com ferragem exposta, fungos nas paredes e insetos. O subsolo e outros espaços viraram abrigos de gatos de rua. Uma das marcas do ex-prefieto "Marão" foi o desleixo com a conservação dos prédios históricos de Ilhéus.
Tombada como patrimônio municipal desde 1993, a Casa de Jorge Amado é apenas um dos exemplos do abandono geral do setor. Apesar de reconhecer o legado desastroso de Marão, o presidente do Conselho de Cultura, Althemar Lima, lamentou que o órgão não tenha sido consultado pela Secult sobre a interdição.
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