Alunos do Ciebtec acusam o diretor
Nesta quarta-feira, o Conexão Morena, da rádio Morena FM, veiculou reportagem exclusiva sobre as denúncias contra o professor Denelísio Nobre, diretor do Campus Integrado de Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Ciebtec) em Itabuna. O jornalista Oziel Aragão ouviu dois ex-alunos do colégio estadual.
Uma garota e um garoto, ambos de 18 anos, acusaram o diretor de assédio sexual, racismo e homofobia. Eles prestaram queixa na Polícia Civil nesta semana e os supostos crimes teriam sido cometidos em 2024. Ela diz que sofreu assédio sexual em diferentes ocasiões, inclusive numa viagem de carona com o diretor.
No percurso, Denelísio teria questionado se a jovem “curtia” homens mais velhos e se já teve relacionamentos desse tipo. Um professor, cujo nome não foi citado, teria sido testemunha desse diálogo. Denelísio teria pedido ao professor que dissesse a ela que ele, o diretor, estava disposto a oferecer dinheiro pelo relacionamento.
“Eu disse que não tinha interesse em nada”, contou a jovem no depoimento a Oziel Aragão. Ao ser questionada por que não denunciou o caso na época, a jovem afirmou que tinha medo de sofrer retaliações, como eventual reprovação no ano letivo. Também disse que tinha receio de ser perseguida no ambiente escolar.
Segundo o segundo denunciante entrevistado pelo Conexão Morena, Denelísio Nobre já teria se referido a ele como "viadinho”. O jovem também contou que a alimentação oferecida pela escola era motivo de reclamações frequentes dos estudantes, que se organizaram para sugerir mudanças à direção.
Segundo o relato, por já assumir esse papel de mediação com a diretoria, coube a ele e a uma prima, ambos negros, levar as propostas ao diretor. O denunciante afirma que foi até a sala do diretor com a prima e expôs as sugestões. Mas Denelísio se recusou a receber as propostas e teria respondido com ofensa racista.
"Ele olhou no fundo dos nossos olhos e disse: 'não, não, isso não vai funcionar não. É mais fácil imprimir foto de um monte de neguinho da África que passa fome igual a vocês’”, teria dito o gestor, segundo o relato.
Procurado pelo jornalista, Denelísio Nobre não quis gravar entrevista, mas negou as acusações e disse ser vítima de um complô para derrubá-lo do cargo. Oziel Aragão também conversou com a delegada Maria das Graças, responsável pelo caso. Ela preferiu falar somente depois de ouvir os denunciantes.
Conforme apuração da reportagem da Morena FM, o diretor será exonerado do cargo. A Oziel, Denelísio Nobre disse que pediria afastamento das funções, pois a situação na escola se tornou insustentável para ele e para os alunos.
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