Cacau sem inspeção pode gerar crise
Associações do setor estão alertando as autoridades sobre o risco da importação de cacau africano sem fiscalização adequada. Já houve casos até de se encontrar um cadáver de clandestino no meio das sacas. A chegada de produto infectado pode colocar em risco toda a lavoura cacaueira do Brasil, especialmente na Bahia.
O assunto é tema de uma audiência pública sobre os riscos fitossanitários da importação de cacau, marcada para o dia 28, às 9h, na Câmara de Vereadores de Ilhéus. O evento é organizado pela Associação Nacional de Produtores de Cacau (ANPC) e pelo Sindicato Rural de Ilhéus.
A falta de controle sobre essas cargas, que chegam ao Porto de Ilhéus sem inspeção, preocupa produtores e especialistas. Nos países africanos, de onde o cacau é importado, já foram identificadas pragas como o broto inchado, que pode ser mais devastador que a vassoura-de-bruxa.
Sem barreiras sanitárias eficientes, há o risco de uma nova crise agrícola, prejudicando não apenas os produtores, mas toda a economia regional. A importação de cacau não pode ser evitada, porque é uma necessidade da indústria, desde chocolate a cosméticos, já que a produção nacional não atende à demanda.
A audiência também discutirá a Instrução Normativa 125 (IIN 125), que define os procedimentos para a importação de cacau, e questionará se essa regulamentação está sendo aplicada. A preocupação aumentou após a chegada do navio Rubina, de bandeira portuguesa, que atracou no Porto de Ilhéus em fevereiro.
Ele trouxe 16.000 toneladas de cacau da África. Com 180 metros de comprimento e 32 metros de largura, a embarcação é uma das maiores já recebidas na cidade. A operação para sua chegada envolveu mais de 150 trabalhadores, operando em turnos de 24 horas ao longo de 20 dias.
A carga transportada pelo Rubina é avaliada em aproximadamente R$ 875 milhões, evidenciando a relevância econômica da importação para a região. No entanto, o volume expressivo de cacau importado reforça a necessidade de um controle rigoroso para evitar impactos irreversíveis na produção local.
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