Governador manda investigar... a PM

Os policiais baianos saem de casa sem saber se vão voltar, num estado dominado pelas facções criminosas, recordista em homicídios no país. Eles possuem um armamento muito inferior ao dos marginais e precisam cumprir a lei, enfrentando pessoas que não se importam com a vida nem a segurança da população.

Mas o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), pediu para a Polícia Civil investigar a própria Polícia Militar depois que ela impediu a ocupação do bairro Fazenda Couto e uma guerra entre quadrilhas que já tinha resultado em dois grandes tiroteios que colocaram em risco a vida dos moradores.

Acionada por eles, a PM viu, pelo monitoramento, dezenas de homens armados com fuzis invadindo o local. Era uma junção do Comando Vermelho e de A Tropa tentando tomar o controle do tráfico de drogas do Bonde do Maluco. Ao chegar no bairro, os policiais foram recebidos a tiros, revidaram e mataram 12 bandidos.

Nesta sexta-feira, o Bonde do Maluco e o Comando Vermelho voltaram a se enfrentar pela disputa das áreas de tráfico de drogas na capital. Desta vez foram os moradores do bairro Vila Verde que viveram momentos de pânico durante a madrugada. No tiroteio entre BDM e CV, um morador foi atingido pelos tiros.

Para Jeronimo, ao invés de apurar a ação das facções, é a PM que deve ser investigada por "possível exagero” em atirar de volta nos marginais. O ataque à instituição de seu próprio governo foi feito durante uma live ao vivo sobre o balanço do carnaval na Bahia.

“Nós pedimos que todo o estudo seja feito para averiguar se houve algum exagero pela polícia. O estudo está acontecendo para a gente poder averiguar se há algum exagero”, disse o governador. Porém, ele mesmo admitiu que a comunidade estava pedindo a ação da polícia e que ela foi enfrentada pelos bandidos.

O Ministério Público da Bahia instaurou procedimento para investigar a atuação da Polícia Militar e fez uma reunião com as Secretarias de Segurança e de Justiça, o comando das polícias Militar e Civil. A pauta foi discutir os encaminhamentos das investigações sobre a intervenção policial.

O Instituto Fogo Cruzado soltou nota dizendo que a segurança precisa ser pensada para proteger todos os cidadãos. e afirma que “quando 12 pessoas morrem numa ação policial, fica claro que a prioridade é o confronto e não a proteção". A ong não explicou como os PMs devem se comportar ao ser recebidos a tiros por bandidos.

7:05 PM  |  


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sao pedro