Ônibus pega fogo no centro de Ilhéus

Era um acidente já esperado, depois de várias ocasiões em que isso quase aconteceu. Na noite desta terça, um ônibus da viação São Miguel, pegou fogo no Terminal Urbano de Ilhéus. Por sorte, ninguém ficou ferido e o Corpo de Bombeiros apagou o fogo. Mas não sobrou nada do veículo, que fazia a linha para Sambaituba.

Aqui mesmo em A Região já noticiamos vários princípios de incêndio em ônibus da São Miguel, mas os anteriores foram controlados pelo próprio motorista ou não chegaram a se espalhar. A empresa mantém verdadeiras sucatas nas ruas, com pneus carecas, falta de força para subir ladeiras e de freios para descer.

Dezenas de ônibus da São Miguel já quebraram no caminho, cairam em valas ou tiveram que se arrastar no meio-fio por falta de freios, perderam a porta durante a viagem. O perigo é constante para os usuários, que na semana passada fizeram mais um protesto pedindo a substituição da São Miguel e da Viametro.

Na gestão anterior, de Mário Alexandre, não havia cobrança nem fiscalização, e as empresas receberam R$ 30 milhões da Prefeitura como ajuda. Não melhorou o transporte. Várias promessas de renovação da frota foram feitas e alguns ônibus entregues, mas sumiram das ruas poucos dias depois. Um foi visto em Porro Seguro.

O atual prefeito Valderico Jr exigiu das duas empresas 15 ôninus novos de cada uma, em até quatro meses. Resta saber se os veículos vão continuar na cidade depois de entregues ou desaparecer como os anteriores. A Câmara estuda instalar uma Comissão Especial de Inquérito. Já fez uma, com resultado nulo.

Para o vereador de Ilhéus Maurício Galvão, o atual contrato, assinado há mais de 20 anos, não atende mais à realidade do município. Ele lembrou que o contrato com a São Miguel termina em 13 de abril e que "essa deveria ser a oportunidade para reavaliar o modelo de transporte vigente".

Contrariando a opinião dos usuários e o próprio retrospecto negativo da empresa, o prefeito Valderico Jr indicou que vai renovar as concessões, depois da promessa dos 30 ônibus novos. “Parece uma boa notícia, mas não se enganem. Trinta ônibus representam menos de 30% da frota e não resolverão os problemas", resumiu Galvão.

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