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morena fm
29.Setembro.2017

Jupará, um marco


trofeu jupara Apesar de ter um projeto de programação global, a Morena FM nunca deixou de lado o que considera mais importante, o apoio à cultura e aos artistas do sul da Bahia. Ela sempre apoiou os talentos da terra, desde que abriu, mas faltava algo maior.

Foi assim que nasceu o Projeto Jupará de Valorização da Arte Grapiúna, que fez história e, pela primeira vez, deu aos artistas do sul da Bahia os holofotes que sempre mereceram. Ele começou com a inclusão das músicas na programação da 98, em pé de igualdade com os nacionais.

No início não eram tantos, porque era preciso ter uma gravação digital. O Jupará começou em 1993, quando a Morena FM já usava apenas som digital. Os primeiros a tocar foram Marcionílio, com uma gravação de “Amantes da Terra”, e Roberto Mendes.

Depois houve o estouro do Cacau Com Leite e sua “Vim Vim”, que a Morena FM transformou em hit e hoje é um clássico. A abertura de espaço para os artistas gerou a procura por estúdios. O MM Studios, que abraçou a causa desde o início, ficou lotado.

O artista gravava no MM e tocava na Morena, passando de quase desconhecido para ídolo regional. Foi assim com Hilário Lima, Emerson Mozart, Caê, Fabiano Carillo, Marisa Mendes, Hoffinho, Robertinho Rondó e muitos outros.

De repente, Itabuna acordava para seus inúmeros talentos e passava a pedir aquelas músicas, inéditas para eles. Enquanto isso a Morena FM pensava em uma maneira de aumentar a exposição dos artistas e dar a eles o reconhecimento que ainda não tinham.

A solução foi o único prêmio musical do país com votação direta do público, o Troféu Jupará, no qual os artistas se inscreviam e disputavam categorias de música, teatro, dança e artes plásticas. Mas ele não existiria sem o apoio e entusiasmo de dois empresários.

Um foi Julius Kaiser, diretor da fábrica da Nestlé em Itabuna, que abraçou o projeto de imediato. A Nestlé não tinha verba para marketing, mas Julius deu um jeito e depois convenceu a multinacional a ficar mais 7 anos patrocinando o troféu.

O outro foi Djalma Chiepper, que fez da viação Águia Branca parceiro eterno. É muito fácil patrocinar um evento conhecido, mas apostar em projeto diferente de tudo que era feito, em uma área que geralmente é ignorada, requer paixão e visão. Como as deles.

O Troféu Jupará começou premiando os melhores de 1993 em uma festa realizada na AABB de Itabuna em março de 94. Ficava ali definido a “casa” oficial das festas seguintes.

A primeira votação foi feita em cédulas colocadas em urnas no centro de Itabuna e Ilhéus, auditadas pela Sócio Estatística.

O Jupará foi dividido entre vencedores de Itabuna e de Ilhéus, em 13 categorias. Depois, foi aperfeiçoado, unindo a votação das duas cidades e da Uesc.

O vencedor tinha que ter votos nas duas cidades e isso mudava muita coisa, obrigando o artista a se apresentar também na cidade vizinha, fomentando a noite grapiuna e espalhando a arte regional. As muitas categorias também foram ampliadas e mudadas.

Em 1996, uma revolução. O Troféu Jupará passava a usar computadores da Bitway na coleta dos votos, com um software especialmente desenvolvido pela InfoWorld que evitava fraudes e votação dupla. A média, nos 15 anos do evento, foi de 350 inscritos e 3.800 votos nas duas semanas de votação.

A história do Troféu Jupará é longa e gerou filhotes como os CDs Jupará e a editora Jupará, por isso vou continuar contando na próxima semana. Uma coisa que faço questão é de lembrar de quem ajudou a construir este sucesso. A gente se vê.



A rádio Morena FM 98 completou 30 anos em dezembro de 2017, por isso seu fundador, Marcel Leal, conta aqui a história e as estórias da rádio mais ousada da Bahia.

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