Opinião
|
Anuncie aqui: (73) 3617-0335
25 de Junho de 2005
Raymundo Veloso, presidente da Câmara de Ilhéus
"A Câmara foi decisiva para reabrir a UTI"
afirma o presidente da Câmara de Ilhéus, Raymundo Veloso, que neste entrevista exclusiva ao jornal A Região, avalia os primeiros seis meses à frente da casa.
Veloso foi um dos vereadores mais votados da história de Ilhéus, assumiu a presidência da Mesa Diretora da Câmara Municipal no início do ano e hoje, completando seis meses de mandato, faz uma avaliação geral da administração.
O presidente da Câmara fala de sua atuação política, do relacionamento com os vereadores, com a população ilheense e com o Poder Executivo, além de suas pretensões até o final do mandato.
A Região - Quando o senhor assumiu a presidência da Câmara, a situação não estava nada boa. Hoje qual a real situação do Poder Legislativo?
Realmente a situação não era boa, os funcionários estavam insatisfeitos, com salários atrasados, os fornecedores com pagamentos pendentes, a estrutura física do prédio e os equipamentos de apoio completamente comprometidos, carros sucateados, enfim, estava difícil trabalhar. Primeiramente procuramos promover um planejamento.
AR - Quais foram as primeiras medidas?
Organizamos as contas, efetuamos o pagamento dos salários dos funcionários que estavam atrasados e dos fornecedores, estruturamos os gabinetes, recuperamos todos os carros e estabelecemos critérios para o uso. Beneficiamos os servidores com ticket alimentação e curso de qualificação profissional. Podemos dizer que a população hoje tem outra imagem da Câmara.
AR - Falando na imagem que a população tem, como o senhor avalia esse relacionamento "povo e Câmara"?
Reconheço que o Poder Legislativo estava desgastado junto à população. Não fui vereador no último mandato, mas freqüentava a Câmara sempre que possível. A população não assistia mais às sessões, houve um desestímulo generalizado e buscar esta reconquista foi uma das nossas metas. O vereador tem que fiscalizar o Legislativo e o povo deve fiscalizar as nossas ações. Graças a Deus essa meta foi alcançada. Hoje, nos dias de sessão, seja especial ou não, o plenário está sempre lotado, a população tem voz e vez na nossa Casa e será assim enquanto eu estiver presidindo a Mesa Diretora. Qualquer um tem acesso ao meu gabinete e estou durante os dois turnos atendendo a todos com muita satisfação.
AR - Como o senhor avalia o seu relacionamento com os demais vereadores?
Na eleição para presidente da Câmara fui eleito com 11 votos, o que prova um excelente relacionamento com todos os vereadores, dos quais tenho recebido total apoio para administrar o Poder Legislativo.
AR - E a oposição, como se comporta no seu ponto de vista?
Os vereadores de oposição têm dado ao presidente do Poder Legislativo todo incentivo e apoio para que tenhamos uma Câmara transparente.
AR - Há diálogo entre o Poder Legislativo e Poder Executivo? Percebemos que houve um desgaste na época do fechamento da UTI do São José...
No início foi realmente desgastante quando, por duas vezes seguidas, eu e mais 8 vereadores, imbuídos no propósito de solucionar o problema da UTI juntamente com a prefeitura, não fomos recebidos. Pior, avisados do cancelamento da reunião quando já estávamos lá no palácio. Uma falta de respeito, sem dúvida, mas procuramos tomar nossas próprias medidas, já que somos poderes independentes. É importante salientar que aprovaremos na Câmara o que for para beneficiar a população, o que não for será vetado.
AR - A crise mais comentada foi a da saúde. Qual foi o papel da Câmara na reabertura da UTI?
O papel da Câmara foi decisivo, a partir do momento em que fui a Salvador, numa audiência exclusiva para tratar das soluções para que a UTI do São José fosse reativada, com o Secretário de Saúde do Estado, José Antônio Rodrigues Alves e com o Governador Paulo Souto. Mostramos a realidade que Ilhéus estava enfrentando, com sua única UTI, para atender cerca de 250 mil pessoas da cidade e de outras vizinhas, fechada. Foi quando conseguimos a garantia de que em breve a UTI voltaria a funcionar e que Ilhéus teria uma nova UTI no Hospital Regional. Graças a Deus o governo cumpriu o que prometeu e Ilhéus respira mais aliviada.
AR - A cidade está elogiando muito o programa "Câmara Itinerante". Como ele funciona e qual o objetivo?
A "Câmara Itinerante" consiste numa programação diferenciada para a realização das sessões ordinárias do Legislativo e tem o objetivo de aproximar o Poder Legislativo da comunidade, oportunizando o conhecimento dos problemas específicos dos bairros e distritos visitados, além da busca conjunta (vereadores e moradores) de soluções para os mesmos. Já visitamos o bairro Teotônio Vilela e a população participou ativamente. A partir de agosto teremos duas sessões itinerantes por mês, uma em um bairro e outra num distrito da cidade. As localidades ficam por conta de requerimento dos vereadores. Este é o nosso objetivo: ouvir e ajudar a população.
AR - O senhor avalia sua administração como transparente?
O agente público precisa respeitar e ser respeitado, e para isso tem que trabalhar com muita transparência e honestidade, que aliás é o slogan da nossa gestão, temos que fazer jus a ela. As contas da Câmara ficam disponíveis para os vereadores, para a população. Tenho interesse de que a população saiba como estamos administrando bem o dinheiro público. Criamos até o Jornal Oficial do Legislativo, que é outro instrumento para dar publicidade aos nossos atos.
AR - Quais são as expectativas para o decorrer do mandato?
Enquanto Presidente estarei sempre trabalhando com honradez para que no término do meu mandato os vereadores, a comunidade e a imprensa não tenham como repudiar minha administração. Depois, como vereador, continuarei sempre trabalhando em prol da sociedade com o mesmo entusiasmo e dedicação.
|
|