entrevista
16.Maio.2015



Turma do "Papo Universitário"

“O programa não é só para a Unime, mas todos”
rodrigo e mariana dizem Rodrigo Muniz (na foto), Leonardo Fraga, Itamar e Mariana Rocha (na foto), alguns dos produtores do programa Papo Universitário (quintas, 16h), projeto inédito no rádio baiano, lançado neste mês pela Morena FM. O projeto surgiu de conversa do presidente da emissora, Marcel Leal, com Itamar.
      Tuca, como é conhecido, é locutor da Morena FM e ouviu Marcel explicando que tinha oferecido o projeto para duas universidades. “Por alguma razão, as pessoas não abraçaram a ideia, mas a equipe da Unime se interessou”. Confira o papo, no programa Mesa Pra 2 (quartas, 15h).

ML - Como começou o projeto lá na Unime?
       Tuca - Tudo começou com uma pesquisa que fizemos e revelou que os alunos tiveram grande interesse. O ensino hoje é uma realidade, desejado e sonhado por muitos jovens. Antigamente o interesse não era tão grande e hoje atinge todas as faixas etárias. Fizemos um laboratório e Leonardo propôs aos alunos. A ideia foi bem aceita e estamos aqui.

Rodrigo, você já tinha um formato desse programa?
       O formato já era o de radiojornalismo. Formatamos para abranger todas as áreas de eventos, do ingresso do aluno ao mundo acadêmico. E para estruturar o programa não tivemos dificuldade, porque Tuca tem grande experiência, colocou bem as teorias e temos alguns alunos já experientes.

Leonardo, como você se integrou ao projeto?
       Entrei por meio da seleção. Tuca e Rodrigo perguntaram em sala quem tinha interesse. Depois de uma reunião começou a formar a equipe e a partir desse trabalho começou a empolgação, porque vamos aprendendo com o próprio trabalho.

E você, Mariana, como entrou nessa história?
       Da mesma forma que Leonardo. Antes desse projeto eu já estava à procura de uma parte pratica para atuar. Esse projeto caiu como um paraquedas e está sendo uma experiência muito gratificante.

Como está dividido o trabalho?
       Tuca – Cada quadro do programa foi designado para um grupo. Embora sejam formados por alunos de vários semestres, tivemos o cuidado de selecionar os que já tivessem estudado Produção em Rádio, para ser coordenadores. São quatro quadros: “As profissões no mundo acadêmico”, “A caminho do mundo superior”, “O conhecimento à serviço da vida”, cada um com um coordenador, mais “O que vai rolar”.

Qual o processo de produção?
       Rodrigo - A gente divide as pautas, feitas toda semana numa reunião, depois distribuímos essas pautas para as equipes, eles fazem as matérias e devolvem para Tuca, para a edição final. Os dois locutores gravam na própria faculdade e levamos à Morena FM.
       Tuca – E você, Marcel, o que achou da mixagem, qualidade do áudio, do programa?
       Marcel - O trabalho está muito bem feito, bem mixado e produzido, talvez no futuro possa aumentar mais um quadro, tem espaço para isso. Vamos ver se vocês vão conseguir manter esse nível, porque conseguir pauta toda semana nem sempre é fácil. E como foi a repercussão?
       Rodrigo – Foi muito boa, não só com os alunos como toda a classe acadêmica, coordenadores de outros cursos, diretoria. Nossa preocupação foi causar esse impacto, para que o público ouvinte da Morena saiba que é algo profissional.
       Não é algo em que se possa errar. A parte de inovação e de pauta é feita com supervisão, para que se mantenha o nível e supere em outro momento. Estamos em formatação de tempo e de quadros para melhorar o programa.

Rodrigo, tinha alguma dúvida em fazer Comunicação?
       Não. Eu sempre gostei da área de produção de texto. A redação era uma disciplina que tinha um bom rendimento no ensino médio. Não tinha muita dúvida. E quando passei no curso de Comunicação, na Uesc, me enveredei.

Você já tinha vontade de dar aula?
       Antes de entrar na faculdade não pensava na docência, mas quando comecei a participar de projetos de iniciação cientifica e no mestrado, acabou que comecei a trabalhar como celetista, na instituição de ensino superior, antes de outra área do mercado. Foi uma inclinação que aconteceu ao longo do curso.

O pessoal na Unime sugere quadro ou outros assuntos?
       Tuca – Demais, e muito mais entre os alunos. Tem uma tempestade de ideias e surgem umas muito interessantes, como a de colocar alunos de Direito dando opinião. Eles participaram do primeiro programa, sugerindo o tema da maioridade penal.

Vocês vêm a possibilidade de agregar gente de outras universidades como convidados?
       Rodrigo - Nossa intenção não foi fazer um programa para a Unime. Tivemos essa preocupação de contemplar todos os temas de todas as universidades, o que vai acontecer nesse universo acadêmico, no quadro “O que vai rolar”, por exemplo, teremos participação na Madre Tais, Uesc, Unime, FTC.
       Como estamos na Unime, usamos o corpo docente e os alunos. Nossa proposta é integrar e convidar pessoas como secretários e especialistas da Coelba, Emasa e de outras instituições.
       Tuca – É preciso lembrar que o programa se destina aos jovens que gostariam de ingressar no ensino superior e conhecer a profissão. Nos quadros do programa temos “O conhecimento a serviço da vida” e nele o programa se direciona para qualquer pessoa, porque traz informação sobre direito, saúde, economia, contabilidade, enfermagem. São conhecimentos úteis a qualquer cidadão.

Vocês estudam as consequências da internet quando estão em sala de aula?
       Rodigo - Na matriz curricular do curso de Jornalismo da Unime tem essa vantagem, que é a atualização constante. Nas turmas mais novas temos algumas disciplinas especificas das novas tecnologias aplicadas à comunicação.
      Além de outras do velho jornalismo, de produção multimídia, de computação gráfica e por ai vai. A gente tem em alguns semestres questões voltadas para a internet, a nova mídia.

O tempo em que o pessoal produz o programa conta como disciplina?
       Rodrigo - Para integralização do curso, que é quando o aluno cumpre todas as exigências da disciplina para ele colar grau, há necessidade de atividade complementar e esse projeto é de extensão. Os alunos vão receber certificado de atividade complementar.
      Tuca - Outra coisa que ajuda são as novas ferramentas, como o Facebook, WhatsApp. Os alunos se acertam entre si, mandam mensagem pela internet sobre o que produziram, isso facilita bastante. Muitos moram fora de Itabuna e essas ferramentas permitem que o projeto funcione.
      Leonardo - Outra coisa interessante é a questão de aprendizado. O laboratório permite que o aluno saia com uma prática boa. O mercado não se interessa em treinar um candidato. Ele quer pronto.
      Tuca – Como o programa estreou bem, ele vai servir como uma referência. As pessoas que ouvirem vão poder dizer que é de qualidade e bem produzido.

Uma dificuldade hoje é a escrita. Sem querer entregar ninguém, tem alguém assim por lá?
       Rodrigo– Tem. É um problema geral, de base. Recebemos alunos inclusive de língua portuguesa. Falta muita leitura e quem não lê não escreve. A média de leitura nacional é muito baixa.
      Tuca – Um aluno pode passar por uma universidade pública ou particular e sai com deficiência. De um modo geral, com a leitura, por osmose, é possível construir texto.
      Rodrigo - Hoje o cenário está um pouco diferente. O próprio sistema de avaliação, o Enade, tem nota de um a cinco e tem que tirar pelo menos três. As universidades têm essa preocupação com o aluno em relação a isso.
      A gente tem a preocupação de avaliar o estudante e não fazer com que ele passe se não acompanhar o raciocínio. Acontece muita desistência nos cursos, pessoas que não conseguem acompanhar. Às vezes começa com 40 ou 50 e termina com menos de 30.
      Tuca – Quando o aluno lê, mesmo um gibi, exercita a escrita jornalística com especificidade para o rádio. É uma linguagem mais próxima do ouvinte, entre a culta e a coloquial. Nesse exercício, nesse fazer cotidiano, eles vão se aprimorando com o programa.

Alguém aqui usou o Fies e encontrou alguma dificuldade? Como paga os livros?
       Leonardo – Eu usei, mas logo quando começou não existia essa dificuldade toda. Eu fiz o cadastro, fui contemplado. A cada semestre é preciso fazer o aditamento, pela internet. Os livros são por nossa conta, mas a faculdade tem uma boa biblioteca que nos dá suporte.

Quais os temas do próximo programa Papo Universitário?
       Rodrigo - Falaremos sobre as profissões do mundo acadêmico, sobre direito, gravado com o professor Raimundo Eloi; sobre o EducaMais e a dengue. No quadro “O que vai rolar” vamos falar sobre a jornada interdisciplinar do empreendedor, que acontece no inicio do próximo mês na Unime.
      Tuca – Antes, agradecemos a você, Marcel, que sempre abraçou novas ideias e muitas iniciativas ligadas à cultura. Você acolheu a ideia e propôs o nome do programa. Esperamos continuar contribuindo à altura do que a rádio merece e de sua generosidade.

Está bajulando o chefe... (risos)
       Rodrigo – Não é só a questão de bajular o chefe, mas agradecemos sua generosidade. É uma porta que se abre para esse projeto, um produto produzido na Unime, usando nosso capital humano e intelectual. Na direção e em toda a coordenação acadêmica há aplausos pra você e uma empolgação dos alunos.


 
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