Secretário não explica uso de verbas

Na audiência virtual da Câmara de Itabuna, o secretário municipal de Saúde, Uildson Nascimento, deixou transparecer dificuldades do município no combate à pandemia. Ele disse que serão feitas contratações de médicos, depois do afastamento de vários deles por integrar o grupo de risco para coronavirus.

Ele também confessou que “a Secretaria de Saúde não possui leitos hospitalares e de terapia intensiva; apenas a rede complementar”, citando as entidades mantenedoras do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães e da Maternidade Ester Gomes, mais as unidades Manoel Novaes e Calixto Midlej Filho.

Segundo Uildson, os infectados serão colocados em leitos de hotéis para isolamento e será garantido o auxílio de R$ 500 do governo estadual para cada família. Quanto ao custeio dos leitos, "é buscado do estado um suporte de até 70%". As dificuldades financeiras causam estranheza.

A Prefeitura de Itabuna recebeu em janeiro R$ 14 milhões referentes à partilha do pre-sal. Depois ficou com R$ 11 milhões da verba enviada pelo Ministério da Saúde para a Santa Casa e teve mais R$ 8,9 milhões enviados pelo Governo Federal. Por fim, também recebeu R$ 19 milhões da ajusa emergencial aprovada pelo Senado.

Dos R$ 8,9 milhões, Nascimento diz que foram usados R$ 6 milhões no Hospital de Base (para disponibilização de 53 leitos - 15 para UTI e 38 cllínicos - pelo SUS, mais aquisição de medicamentos, insumos, ampliação da usina de oxigênio e Equipamentos de Proteção Individual - EPIs.

Também foram usados em intervenções físicas na UPA, "incluindo a construção de uma cabine de desinfecção". Porém, os leitos no local não foram ampliados. A explicação não incluiu nada das outras verbas nem a diferença de R$ 2,9 milhões para completar o total da verba do MS.

O vereador Enderson Guinho, presidente da Comissão de Saúde, se disse insatisfeito com as informações. Ele considera que, até aqui, não houve avanços concretos no plano do município para enfrentamento à doença. Ele foi secundado pelos colegas Charliane Sousa, Jairo Araújo, Babá Cearense e Júnior Brandão.

A falta de informações sobre outras verbas, a total ausência de um plano de combate ao coronavirus mesmo depois de 2 meses de pandemia e a omissão do prefeito Fernando Gomes irritaram vários vereadores, que estudam instalar uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para acompanhar a aplicação dos recursos.

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