Brasil tem menos acidentes elétricos
Um levantamento da Associação Brasileira de Conscientização para Perigos da Eletricidade (Abracopel) mostra que o país registrou nos primeiros seis meses de 2020 uma redução no número de mortes por choques, descargas ou incêndios elétricos. A queda foi de quase 8% e também caiu o número de ocorrências.
De acordo com a entidade, de 741 ocorrências com eletricidade registradas entre janeiro e junho, houve 398 mortes. No primeiro semestre de 2019, foram mais ocorrências (826) e um número maior de vítimas que não resistiram: 434. As ocorrências incluem choques elétricos, incêndios por sobrecarga e descargas elétricas.
Os choques elétricos por região continuam mantendo uma tendência, sendo a Nordeste, novamente, a que apresenta os maiores números. A Bahia se destaca negativamente no ranking de mortes por choque elétrico. Em 2019, ela foi campeã, com São Paulo na vice-liderança, porém nos 6 primeiros meses de 2020 São Paulo caiu para 4º lugar.
O Rio Grande do Sul subiu para a vice-liderança e o topo continua com a Bahia. Uma análise superficial poderia indicar uma contradição, já que o primeiro semestre foi marcado pelo isolamento social e as pessoas ficaram mais expostas aos riscos em casa. Para o engenheiro eletricista Fábio Amaral, da Engerey, a lógica é justamente inversa.
Com mais tempo em casa, explica, as pessoas estão mais atentas a eventuais falhas e defeitos. “As pessoas estão sim usando mais produtos que exigem energia, como eletrodomésticos, ou carregando celulares. Porém, se algo acontece, as pessoas percebem imediatamente e podem corrigir antes que a falha se torne foco de sobretensão”.
A correção dos problemas, no entanto, não deve ser feita de forma improvisada, ou por alguém que não tenha conhecimento. Mesmo estando em casa, identificando um problema, a recomendação é sempre recorrer a um profissional, sublinha Fábio Amaral.
“Também não se deve buscar a solução na internet. Problema de eletricidade deve ser resolvido por alguém preparado nessa área”. O engenheiro eletricista reitera orientações fundamentais para se evitar acidente. Por exemplo, manter o uso de aparelhos elétricos longe de áreas úmidas.
“O contato da eletricidade com a água é sempre muito perigoso”, ressalta. Vale ainda, acrescenta, advertir sobre o carregamento de celulares. Fábio Amaral lembra que o uso de celular enquanto está carregando é arriscado. “Pode haver superaquecimento da bateria e explosão, como aliás, vemos sendo noticiado”.
A utilização do dispositivo Diferencial Residual (DR) nos quadros elétricos também é indicada pelo especialista, pois protege contra choques elétricos. Contudo, apesar de ser de uso obrigatório desde 1997 (NBR 5410), sua exigência não é seguida na maioria das residências.
Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.
