Ilhéus "entortou" a Lei Aldir Blanc
A Prefeitura de Ilhéus divulgou a lista de aprovados para receber o auxílio emergencial da Lei Aldir Blanc, voltado aos artistas e espaços culturais afetados pela pandemia. Quem passou pelo "filtro" da Prefeitura deve preencher e entregar o formulário até quinta-feira (3).
A lei federal que criou o benefício definiu maneiras simples e rápidas de cadastrar os artistas, mas a Prefeitura de Ilhéus impôs uma montanha de exigências que alijaram do processo quem mais precisa da verba, privilegiando grupos organizados e menos carentes.
O professor Edson Ramos, produtor de cultura nos coletivos Prumo e GüELA, aponta os mais de 100 grupos suplentes e mais de 30 com inscrições indeferidas. "Sem contar uma série de grupos que se cadastraram e que não aparecem nessa lista, sem qualquer justificativa".
Ele cdenuncia que as mudanças na regulamentação municipal tornaram o processo mais burocrático e injusto, retirando do regulamento a autodeclaração indicada pela lei federal. "Nesse bastaria ao beneficiário declarar as atividades culturais realizadas, mês-a-mês, de junho de 2019 a maio de 2020".
Edson aponta que, na versão final do Decreto de Ilhéus, as regras para a pontuação não distinguem ‘Clipagem’ de ‘Portfólio', apesar de dar pontos distintos para eles. "Na tabela que prevê de 0 a 15 pontos para ‘Clipagem’ não tem nenhuma referência dos critérios para definir essa pontuação".
Além disso, o formulário usado para o cadastro foi disponibilizado antes do Decreto, fazendo com que alguns critérios ‘obrigatórios’ fossem definidos depois. "Não foram considerados nem readaptados a esse formulário". Há problemas também no edital “Arte Livre”.
Cópia sem pudor do edital do estado, ele deu um prazo curto demais para as inscrições e fragmentou os prêmios em valores pequenos. Também exigiu uma planilha orçamentária para os projetos de premiação. Por fim, na comissão de análise não tinha ninguém da sociedade.
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