MPF quer manter desembargadoras presas
O Ministério Público Federal (MPF) pediu para que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mantenha a prisão preventiva das desembargadoras Ilona Reis (foto) e Lígia Cunha, do Tribunal de Justiça da Bahia. Elas são investigadas no âmbito da Operação Faroeste, que apura a venda de sentenças para legalização de terras no Oeste da Bahia.
No pedido, apresentado nesta segunda-feira (22), o MPF aponta para a existência de atos contemporâneos que legitimam a prisão das desembargadoras, as quais, mesmo após a deflagração da Operação Faroeste, "continuaram sua escalada criminosa, supondo desfrutarem de imunidade penal".
O MPF entende que a manutenção das prisões preventivas é imprescindível para garantia da ordem pública, normal colheita de provas e aplicação da lei penal. A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo diz que, nos endereços vinculados a Ilona Reis, foram encontrados documentos importantes.
Eles revelam vários depósitos em espécie e fracionados, no período dos fatos, que podem indicar um mecanismo de lavagem de ativos. Foram descobertos arquivos no computador da magistrada com peças processuais de Marcelo Junqueira, apontado como operador do esquema criminoso.
Também encontraram um veículo com placa adulterada que estava em poder da desembargadora. Para o MPF, esse fato revela estratégia de se ocultar do sistema, movimentando-se por Salvador sem rastreamento. Em relação à Lígia Cunha, foram encontradas anotações e valores associados a seus filhos e operadores Rui e Arthur Barata.
Diante de análise bancária e fiscal de Rui Barata, "observou-se significativo incremento após a nomeação de sua genitora Lígia Cunha, como desembargadora, no ano de 2015, o que leva o MPF a crer na possibilidade de caber a ele a gestão financeira da organização criminosa".
Segundo relatado em colaboração premiada, Lígia Cunha permaneceu tentando alterar as provas, ordenando que seus assessores mudassem posicionamentos nos processos. Por isso, o MPF reitera a existência de provas que evidenciam o envolvimento das investigadas nos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro.
Na petição, o MPF reitera que a liberdade das investigadas coloca em perigo a colheita de provas, prejudicando o prosseguimento das investigações, especialmente diante do poderio e da proximidade delas com altas autoridades do poder público. (Com PGR)
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