TRE-BA também foi invadido em 2018
Depois de ser chamado de mentiroso pelo minsitro do TSE Luis Roberto Barroso, um ataque inédito de uma autoridade a outra, o presidente Jair Bolsonaro provou que falou a verdade sobre a vulnerabilidade dos sistemas do TSE e das atuais urnas eletrônicas, ainda da primeira geração.
E a prova não veio dele, mas de um relatório do próprio TSE relatando que seus sistemas foram invadidos por um hacker em 2018, que ficou circulando por eles entre abril e novembro, incluindo o período da votação e apuração das eleições daquele ano. O TRE da Bahia foi um dos invadidos, além de outros de vários estados e o próprio TSE.
Barroso tinha afirmado que o sistema era invulnerável e nunca tinha tido problemas de segurança. O que o relatório mostra é uma vulnerabilidade enorme, com computadores usando Windows não atualizado, senhas simplistas e inseguras, logins de ex-servidores ainda ativos e muita facilidade de hackeamento.
Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, nessa quarta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro falou sobre a violação do sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em abril de 2018. O deputado federal Filipe Barros, (PSL-PR), relator da PEC do voto impresso na Câmara, também participou da entrevista.
Durante a transmissão, foram divulgadas informações de um inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga a ação de um hacker nos sistemas do TSE. O inquérito ainda não foi concluído, mas o documento é muito claro sobre a insegurança e o fácil acesso aos códigos fontes do Tribunal.
“Não tem que ter PEC [do voto impresso] mais. Dados os documentos que estão aqui, o próprio TSE tem que falar amanhã: ‘vamos blindar o sistema de hackers com o voto impresso’”, afirmou Bolsonaro, que publicou o relatório nas redes sociais e disse que o inquérito é um indício de fraudes nas urnas eletrônicas.
Bolsonaro ainda acusou o TSE de omitir o caso. Segundo o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), em entrevista ao Boletim da Noite do poprtal Terça Livre, o TSE alegou que os arquivos logs foram apagados:
“Quando é solicitado o arquivo log que demonstra todo o passo a passo do hacker e de qualquer outra pessoa no sistema, e esse arquivo LOG é da empresa terceirizada que cedeu essa senha para o hacker, eles dizem o quê? Que o arquivo log foi apagado”, disse o deputado.
Nenhum técnico de TI minimamente capaz apagaria os logs, porque é a única maneira de entender o ataque hacker. A deleção dos arquivos deixa a suspeita de que foi proposital para esconder a invasão. Resta saber se eles foram deletados por ordem de alguém do TSE ou por iniciativa da empresa terceirizada.
Para apurar a invasão, a segurança dos sistemas, o acobertamento e as responsabilidades, o deputado federal Eduardo Bolsonaro protocolou a instalação de uma CPI na Câmara e já está colhendo assinaturas. "Fato determinado com base nas graves denúncias de invasão do sistema eleitoral do TSE, escondidas do povo e cujos os registros (LOGs) do rastro por onde o hacker passou foram propositalmente deletados".
Logo depois da entrevista, o TSE soltou uma nota oficial dizendo que “o acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Isso porque o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação".
A afirmação esbarra em dois detalhes que constam do relatório da PF. O primeiro é que o hacker teve acesso ao código fonte das urnas eletrônicas. O segundo é que, sem os logs que foram apagados, é impossível para o TSE saber de houve comprometimento dos sistemas com a instalação de malwares, backdoors ou scripts ocultos.
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