Cacau tem seguro contra a estiagem

Fazendas de cacau no Sul da Bahia passaram a contar com um instrumento inédito de proteção a eventuais prejuízos causados por alterações climáticas em uma parceria do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), seguradora Newe Seguros, Wiz Corporate Partners, Instituto Arapyaú, Dengo Chocolates e ZCO2/BlockC.

O grupo conseguiu formatar a primeira apólice de seguro rural paramétrico para a cacauicultura no país, que tem como objetivo minimizar os impactos climáticos na lavoura. Não é necessário que um evento climático gere um dano físico à fazenda para que o segurado tenha direito ao pagamento.

O produtor segurado poderá ser ressarcido em caso de volume de chuvas abaixo do previamente estabelecido na apólice, que poderia prejudicar a colheita. Para construir essa ferramenta, as empresas se valeram de dados gerados por estações meteorológicas do Inmet, do Ministério da Agricultura.

Além de informações sobre o volume de chuvas, essas estações fornecem dados de intensidade de vento, temperatura, número de dias de sol, ocorrências de geada, granizo e inundações. O Instituto Arapyaú auxiliou na definição dos parâmetros de impacto climático na produção e na inserção de contrapartidas ambientais.

O seguro paramétrico incorpora indicadores de sustentabilidade para financiar o pagamento do prêmio do seguro com créditos de carbono, de modo que os cacauicultores tenham um incentivo pra a conservação da floresta, explica Ricardo Gomes, gerente de programa no Arapyaú.

“Entendo que a iniciativa oportuniza conciliar a conservação e valoração do nosso ativo florestal, considerando que o carbono estocado é que financia o seguro para os produtores, e por sua vez as empresas neutralizam suas emissões de CO2”, destaca.

Ricardo informa como o mecanismo contribui para mitigar impactos negativos na renda do produtor: “É uma alternativa para oferecer, minimamente, uma garantia caso a chuva não corresponda em um período-chave para produtividade do cacau, sendo um complemento de renda para o produtor".

O seguro vai cobrir perdas ocorridas entre agosto e setembro – um dos períodos decisivos para a produtividade do cacau cultivado na região. Entre 2014 e 2016, uma seca severa acabou com a produção de 50 mil hectares de cacau da região nessa época.

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