Usuários criticam religamento da Coelba
Os usuários da Neoenergia Coelba, concessionária que tem o monopólio da energia elétrica na Bahia, criticam os procedimentos de corte e religação da empresa, em mais uma queixa para ser debatida na Comissão Especial de Inquérito proposta pelo deputado Tum na Assembleia Legislativa.
No processo de religação, primeiro a pessoa precisa pagar as contas em aberto, o que nem sempre é fácil. Isso porque a Coelba não entrega mais conta impressa, obrigando o usuário a receber por email ou entrar no site. Sem energia, é impossível pegar as contas para pagar. A pessoa tem que baixar em outro lugar.
Quem paga pelo banco online também não pode fazer isso porque está sem energia. Tem que ir até uma agẽncia fazer o pagamento. Depois de pagar, a pessoa informa à Coelba e pede a religação, que pode levar, e geralmente leva, 24 horas para ser feita, com dois problemas graves.
O primeiro é que a Coelba não tem um canal para receber o comprovante, como outras empresas. A pessoa precisa mostrar ao eletricista na hora da religação. Como a Coelba não informa hora ou faixa horária em que vai passar, o usuário precisa ficar de plantão na porta de casa.
Ele não pode trabalhar, estudar, sair ou mesmo tomar um banho, porque a Coelba pode chegar e, não vendo ninguém, ir embora sem religar a energia. Isso seria desnecessário se a empresa recebesse o comprovante online. Assim, a religação seria feita mesmo sem ninguém em casa.
Outra maneira decente seria informar uma faixa horária em que passará para a religação, como "entre 14 e 15 horas". Considerando que a Coelba tem uma escala para cortar, não há dificuldade em montar uma para religar. O próprio prazo de 24 horas para religar um serviço essencial como eletricidade é desumano.
Obriga a família, incluindo idosos, doentes e crianças, a passar uma noite inteira sem luz, segurança, lazer, estudo, trabalho. Todos os alimentos na geladeira estragam e vão para o lixo. Quem tem garagem eletrônica fica com o carro bloqueado e precisa torcer para não aparecer uma emergência.
"Não vejo motivo para a energia não ser religada em duas ou três horas," diz um ex-funcionário da própria Coelba. "É um serviço rápido, não levamos nem dois minutos, e nunca vi uma quantidade de trabalho que impeça uma religação no mesmo dia. É a empresa que não quer."
Seu Agenor, morador de Itabuna que ficará anônimo para evitar retalilação, diz que a Coelba "é uma empresa cruel, que só pensa em seu lucro. Tudo bem que ela tem direito a cortar a energia, mas podia religar no mesmo dia". Ele conta que, no único corte que teve, perdeu uma semana de refeições congeladas e outros alimentos.
Agenor, que trabalha com logística e também considera o prazo de 24 horas abusivo, sugere que o deputado Tum entre com um projeto de lei obrigando a empresa a religar a energia em até 3 horas após o pagamento, se feito até 16h. Do contrário, informar uma faixa, de uma hora, pela manhã, em que será religada no dia seguinte.
Nossa redação segure a inclusão, neste possível projeto de lei, a obrigação de a Coelba entregar uma cópia impressa da conta de luz; de fornecer um canal por WhatsApp ou site para receber o comprovante de pagamento, com o prazo para religação contando a partir deste envio.
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