Codevasf trata água no interior da Bahia

Um sistema alternativo de tratamento de água desenvolvido pelo órgão federal Codevasf tem proporcionado acesso a água de qualidade para comunidades rurais de Juazeiro e Jaguari, no Norte da Bahia. O sistema, de baixo custo e fácil instalação, utiliza caixas d’água e elementos filtrantes.

“O sistema foi desenvolvido inicialmente para atender pequenas demandas, tendo em vista a necessidade da presença de uma fonte hídrica permanente”, explica Joselito Menezes de Souza, engenheiro agrônomo da Codevasf em Juazeiro, responsável pelo projeto.

A estrutura é composta por três caixas d’água dispostas em diferentes níveis, contendo como elementos filtrantes geotêxtil não tecido, areia e um dispositivo dosador que utiliza pastilhas de cloro para deixar a água resultante da filtração potável para consumo humano.

Segundo Menezes, o sistema em dupla camada (areia e geotêxtil) pode atender de 30 a 40 famílias, e o custo de implantação é de aproximadamente R$ 15 mil em materiais e mão-de-obra. “O investimento para manutenção está em torno de R$ 15 ao mês para obtenção das pastilhas de cloro utilizadas no sistema”, afirma.

O projeto do sistema começou a ser desenvolvido em 2017. Após sua conclusão, surgiu a necessidade de implantação da estrutura para comprovar eficiência, durabilidade, praticidade, condições de manuseio e performance. O processo foi possível a partir de 2019, com a identificação de comunidades demandantes.

Houve identificação de demanda em uma cooperativa de agricultura familiar localizada na Adutora, a cerca de 105 km de Juazeiro. Desde 2019, a organização produz artesanalmente queijos, requeijão cremoso, bebidas lácteas, iogurtes e outros produtos do leite de cabra, mas ainda não possuía certificação sanitária.

Por causa disso, não podia contar com um sistema eficiente de fornecimento de água de qualidade. A comunidade onde está localizada a cooperativa recebe água bruta de uma adutora construída para uso de uma mineradora local. Antes disso, eles utilizavam carros-pipas para obter a água necessária para a produção.

O sistema alternativo de tratamento de água foi implantado e aproveitado na instalação do laticínio. Depois de alguns meses, a cooperativa conseguiu a certificação estadual (SIE) para venda de seus produtos em larga escala. Como resultado, o sistema está beneficiando mais de 50 famílias ligadas à associação dos produtores.

Outra demanda foi identificada em Arapuá, no município baiano de Jaguarari, a 110 km de Juazeiro, onde vivem cerca de 30 famílias de pequenos produtores rurais. Eles recebem água bruta do rio São Francisco por meio da mesma adutora construída pela empresa mineradora, que tem sede no distrito de Pilar, em Jaguarari.

De acordo com Júlio Santos, engenheiro responsável por identificar demandas, a Associação Comunitária e Agropastoril de Arapuá Novo procurou a Codevasf interessada em um sistema simplificado de tratamento semelhante ao instalado no laticínio de Juazeiro.

“Fizemos uma palestra na comunidade, passamos a lista de materiais e, posteriormente, implantamos o sistema”, explica. Um mês após a instalação, os próprios moradores já cuidavam do manuseio e das revisões do sistema, recomendadas no mínimo após algumas semanas e no máximo após um ano.

Os moradores também já fazem o controle de qualidade por meio de um teste com um kit de análise de cloro, a fim de assegurar a desinfecção da água. “Esse sistema que a Codevasf implantou há quase dois meses melhorou muito a qualidade da água usada em nossa comunidade", afirma o presidente da associação, Adriano Coelho.

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