Evento com Daniela cometeu dois crimes

A cantora baiana Daniela Mercury se envolveu em um escândalo político nacional. Ela se apresentou no evento montado por sete sindicatos para promover a candidatura do ex-presidiário Lula no Dia do Trabalho, em São Paulo. O primeiro problema foi que ele se configurou como showmício.

No ato, várias pessoas discursaram pedindo votos para Lula, e ele mesmo fez seu discurso de candidato. Os showmícios são proibidos pela legislação eleitoral, definidos como evento com show e promoção de candidaturas. Exatamente o que aconteceu em São Paulo.

Durante seu show, Daniela afirmou, textualmente, que nunca ganhou dinheiro de qualquer governo. "Estou aqui com o meu coração", alegou. A mentira não durou dois dias. Nesta terça, jornais revelaram o contrato de Daniela, assinado com a Prefeitura de São Paulo.

Ela recebeu R$ 100 mil de dinheiro público para se apresentar num evento político, outro crime destacado pelos analistas do setor. O contrato foi publicado na edição de terça-feira do Diário Oficial da prefeitura de São Paulo, copm a íntegra do contrato com a cantora.

Durante a apresentação, Daniela levantou a bandeira do PT, defendeu voto em Lula e ainda puxou o coro da plateia, uma manifestação política escancarada, paga com dinheiro dos contribuintes da capital paulista. Mas ela pode ficar sem o cachê de R$ 100 mil.

O vereador Fernando Holiday anunciou nesta quarta-feira uma ação popular para que a prefeitura de São Paulo suspenda o pagamento a Daniela Mercury. “O evento é um verdadeiro escárnio ao princípio da impessoalidade”, argumentou no processo.

“É inaceitável que o município promova um evento que ignore completamente a justificativa para sua realização e se torne um showmício, ignorando até mesmo a legislação eleitoral”, acrescentou. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, se disse "surpreso" com o teor eleitoral do evento.

Ele afirmou que a Controladoria do município vai analisar o caso. “Se no evento houve algum comportamento que não condizia com o objetivo daquela atividade, de fazer uma homenagem ao trabalhador, de ser aberto para todos, evidentemente a Secretaria de Cultura vai poder fazer a verificação e tomar as atitudes necessárias”.

Além de Daniela, a prefeitura pagou cachê a o rapper Dexter recebeu R$ 28 mil. Mateo Piraces, da banda Francisco El Hombre, ficou com R$ 30 mil e o DJ KL Jay levou R$ 12 mil. Não há registro de pagamento a Leci Brandão, que também se apresentou. Outra mentira estava na divulgação do próprio evento.

As centrais sindicais anunciaram os shows como se estivessem organizando e bancando o evento, sem citar os pagamentos da prefeitura. O recurso foi bancado pela Secretaria de Cultura, comandada por Aline Torres, do MDB do prefeito Ricardo Nunes.

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