Ilhéus é referência na Educação com vários projetos inovadores tendo sido escolhido pelo Instituto Ayrton Senna, Fundação Banco do Brasil e Instituto Pitágoras, de Minas Gerais, como município referência em gestão escolar.
Em parceria com o Governo Federal vai ser implantado o Programa Bolsa-Escola que vai beneficiar aproximadamente 30 mil alunos, já que cada um receberá mensalmente R$15,00 para que se mantenham na escola.
Na saúde, já no governo passado, o prefeito Jabes Ribeiro conduziu muitos avanços e, este ano, já tem gestão plena e vai ao Programa Saúde da Família. Também será continuado o PEAD, que é um programa de geração de emprego para as populações rurais, assim como implantado para crianças e adolescentes vítima se abusos sexuais.
A seguir, trechos da entrevista, exclusiva, do prefeito de Ilhéus.
A Região: Prefeito, qual a diferença entre o cenário de sua administração anterior e pós-reeleição?
Jabes Ribeiro: No governo anterior nós organizamos contas públicas, fizemos ajuste fiscal, resolvemos problemas terríveis ligados ao serviço público, a credibilidade junto aos fornecedores e funcionalismo, trabalhamos as questões do FGTS e do INSS, a dívida da Prefeitura, adequamos o custo da folha dentro dos limites constitucionais, ampliamos a receita própria em 100%, e realizamos um grande número de obras em todo o município. Tudo isso dentro da ótica do equilíbrio: não gastar mais do que se arrecada.
AR: Como foram gerados esses precatórios?
JR: Os precatórios, em Ilhéus, foram basicamente gerados em administrações anteriores - e eu posso aqui dizer com a consciência tranquila que não há nenhum precatório gerado em administrações minhas. O que ocorreu foi uma omissão, irresponsabilidade, principalmente na administração de Antônio Olímpio, no período de 93 a 96. Isso comprometeu as finanças públicas municipais num volume muito grande de recursos. E o pior de tudo foi o crime que o ex-prefeito cometeu contra o povo de Ilhéus no momento em que autorizou o pagamento de precatórios fora da ordem, ferindo a Constituição, o que tem gerado sequestros de receita. Só nos meses de março e abril tivemos sequestros de mais de um milhão de reais.
AR: E como o sr. está enfrentando essa situação?
JR: Estamos trabalhando intensamente. Tivemos que rever todo o plano de administração, apertando o ajuste fiscal, buscando recursos através de uma série de ações: melhorando ainda mais o sistema de arrecadação dos tributos municipais; agilizando a municipalização do trânsito em que vamos, além de melhorar os sistema, ter uma fonte de receita; trabalhando na licitação de parte do sistema do transporte coletivo que também será outra fonte de ingresso de receita, além de outras medidas.
AR: No que se refere às finanças, como se encontra hoje a Prefeitura devido ao sequestro de receitas?
JR: Foi o ajuste fiscal que possibilitou avançarmos. Estamos em dia com a nossa folha de pagamento e também com os nossos compromissos fundamentais. Lógico que temos alguns problemas com fornecedores e cornograma de obras. Tivemos que realizar algumas mudanças, como adiar o início de algumas obras. Mas, em função do que fizemos no governo passado, hoje temos condições de enfrentar essa situação que é dramática, difícil e desagradável.
AR: No plano econômico, como o sr. vê o futuro do município?
JR: Eu acho que é positivo, porque estamos investimos intensamente na organização da cidade, no seu espaço urbano. Vamos continuar investindo muito na agroindústria, sobretudo nos distritos, através de parcerias com o governo do Estado, e num grande programa de turismo, inclusive com a implantação de um programa inédito, que é o Fundetur, na medida em que ISS da rede hoteleira, basicamente, será transferido para esse Fundo, para aplicar em ações ligadas ao turismo. Naturalmente continuaremos investindo na indústria, no Pólo de informática. Com tudo isso, acredito que temos um presente de luta, de trabalho, e um futuro otimista para o povo de Ilhéus.
AR: Prefeito, muitos políticos e jornalistas costumam defender uma proposição de que os municípios de Ilhéus e Itabuna deveriam ter projetos em comum. Como o sr. vê essa idéia na prática?
JR: Acho isso extremamente interessante, temos disposição nesse sentido e acredito que, como presidente da Amurc isso facilite essa integração entre Ilhéus, Itabuna e os demais municípios da região. Existem algumas questões que podem ser trabalhadas, como o lixo, a área cultural, entre outras. Creio que existem condições, e nós temos boa vontade e interesse para que elas aconteçam, pois essa distância urbana entre Ilhéus e Itabuna está cada vez menor e vai chegar um momento em que teremos uma realidade de trabalhar com projetos semelhantes.
AR: No seu governo, turismo é um problema ou uma solução?
JR: Turismo é uma solução. Turismo é uma atividade geradora de emprego e renda. Entretanto, é preciso que os empresários entendam que é necessária a participação de todos, pois o governo, sozinho, não pode bancar o comércio, a agricultura, e todos também geram emprego e renda. No caso do turismo, nós temos colaborado, contribuído, e esperamos que haja sempre solidariedade, principalmente do trade, na busca de melhores caminhos. O governo municipal tem feito a sua parte, na organização da cidade, Centro de Convenções, trabalhando no Bataclan, Lagoa Encantada, como sítio fundamental do turismo ecológico, e fortalecimento de Olivença.
AR: Com a mudança do sistema de transporte coletivo, o sr. vai conseguir manter a tarifa baixa?
JR: Nós estamos fazendo uma verdadeira revolução no sistema de transporte coletivo de Ilhéus, cujo grande beneficiado é a população. Evidentemente é um assunto que gera polêmica porque, lamentavelmente, há um poder econômico muito forte, muito dinheiro, e acaba tendo muita gente interessada nesta questão. Eu quero dizer que nós vamos continuar, independentemente dos lobbys, dos interesses que se colocam. Alguns, nós compreendemos as razões. No ano passado quebramos o monopólio e a empresa São Miguel, que ganhou a última licitação, deu 500 mil ao município, num fato inédito no Brasil. Desta vez vamos licitar o restante do sistema com vários objetivos: ter um sistema de transporte moderno, com ônibus novos; tarifa socialmente justa e que permita ao usuário se deslocar do Nossa Senhora da Vitória ao Iguape pagando apenas uma tarifa através da Estação de Transbordo, além do repasse de receitas para os cofres públicos municipais.
AR: Na questão do meio ambiente, quais os maiores desafios para o município?
JR: É basicamente um problema social, pois com problemas da lavoura cacaueira houve o êxodo rural para Ilhéus, fazendo com que haja ocupação de áreas que são de preservação ambiental. Nós temos enfrentado essa questão e esperamos contar com o apoio dos órgãos ambientais como o CRA, Ibama, e certamente vamos contar, uma vez que são problemas gravíssimos pois estão ligados à vida das pessoas, à questão social, ao desemprego, mas é um desafio gigantesco.
AR: Nestes 14 anos de A Região, como o sr. vê o papel do jornal no sul da Bahia?
JR: A Região tem desempenhado um papel importante, de luta, de combate, até mesmo de ousar. É impossível esquecer a personalidade forte, forjada na briga, no desafio, do nosso companheiro e amigo Manoel Leal e, infelizmente, até hoje não se encontrou uma resposta definitiva para a sua morte. Um assassinato brutal. Mas A Região se mantém firme, combativa, como instrumento importante no conjunto dos instrumentos capazes de fortalecer a democracia pela informação, fortalecer as lutas regionais. Portanto, A Região está de parabéns e tenho certeza que o jornal vai continuar cumprindo seu papel para o desenvolvimento econômico, social e político da região.