Opinião
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5.Outubro.2013
Jose Adauto Vieira, presidente do Sindicom
“O lojista sofre muito com a falta de estacionamento”
no comércio do centro de Itabuna, afirma o presidente do Sindicom, José Adalto Vieira, que aprova uma ideia veiculada há algum tempo pelo jornalista Marcel Leal no programa Mesa Pra Dois, da rádio Morena FM (quartas, 15h).
Adauto lembra que o Sindicom tinha um projeto semelhante e conversa também sobre as vendas deste ano, os projetos para o Natal, as necessidades do centro, o prejuízo causado pela greve dos bandos e o endividamento. Confira.
Como está a situação do comércio do ponto de vista financeiro neste ano?
O comércio está se ressentindo um pouco. Houve uma diminuição no ritmo. Muitos empresários estão se queixando e podemos observar alguns pontos fechados no centro, a exemplo da rua Paulino Vieira.
Como você analisa as datas comemorativas com relação ao ano passado?
A maioria diz que teve redução pequena. Outros dizem que conseguiram cobrir a inflação do período. O dia dos pais sempre foi uma data boa, o mês de junho também não foi tão ruim. Mas no ano passado foi melhor.
Você acredita que esse Natal será melhor?
Temos observado o comportamento do preço, a alta do dólar. Há um certo endividamento das pessoas, muita gente comprando em 10 ou 12 meses e isso faz com que pense um pouco antes de contrair novos débitos. Mas a gente tem que ser otimista e apostar todas as fichas.
Já tem alguma coisa em mente para a promoção de final de ano?
O diretor da Secretaria de Indústria e Comércio, Rosivaldo Pinheiro, nos levou um plano, reivindicação nossa. Foram mostradas algumas atrações e há um projeto de promoção de shows maiores, para atrair publico para o centro. Tem a a ornamentação, com o “Cidade de Luz”, para uma iluminação diferente, no centro e em alguns bairros.
Um comércio iluminado, bonito e criativo, atrai mais. Teremos vitrines?
Esperamos que as vitrines apareçam pelo menos nesse período natalino, com muita criatividade, iluminação e um clima de Natal verdadeiro, que é tão bonito, tão cheio de harmonia, uma data muito especial. Mas um problema é o comércio ambulante.
Tem muita gente que vem de fora, sem compromisso com impostos ou empregos?
Tem. Itabuna é um polo que atrai consumidores de toda parte. Isso faz com que outros vendedores também venham. Mas é preciso que a prefeitura imponha regras. Há um projeto do shopping popular. Os ambulantes tem que ser colocados em local bom, que não prejudique a eles próprios e nem aos outros. E cabe à prefeitura não permitir que se ocupem outros locais.
Um problema grave é a falta de estacionamento. Existem saídas?
A praça Adami, sem os ambulantes, poderia servir para estacionamento. Hoje temos mais carros do que ruas e os empresários também precisam entender que não podem deixar mais seu carro em frente à loja. Espanta o cliente e quem perde é o comercio. O centro terá que ter estacionamento rotativo.
Tenho uma ideia radical já discutida aqui, de passaram um trator na Praça Camacan, fazer dois andares de estacionamento e a praça em cima.
É uma ideia muito interessante. Temos uma revista do Sindicom que mostra um projeto de como seria a praça Camacan no mesmo molde que você sugeriu.
Além da Zona Azul, você visualiza outro local para estacionamento no centro?
Sou muito favorável à sua ideia de estacionamento na praça. A da catedral também poderia ser assim. Não são projetos baratos, mas bem fundamentados temos verbas federais para isso.
Você acha que o comércio central se beneficiaria funcionando das 10 às 22 horas?
É uma proposta que deve ser considerada e discutida, embora os comerciantes não gostem. Abrindo mais tempo, as lojas precisariam de mais gente. Mas isso pode ser feito aos poucos. Abrindo às 9 e indo até às 20 horas já faria muita gente passar e comprar.
E em relação à abertura aos domingos?
Em Itabuna, o código de postura não prevê o funcionamento aos domingos. Temos o domingo que antecede o Natal, em que é aberto. Vamos discutir a convenção coletiva no próximo mês. Acredito que no inicio de novembro a gente possa fazer a divulgação. Houve um amadurecimento na relação com o sindicato.
O visitante reclama da sujeira do comércio. O que se fazer?
O primeiro passo é a conscientização das pessoas. Se não houver lixeira, cabe ao cidadão guardar seu lixo até encontrar uma adiante. Precisamos fazer uma campanha com os empresários para que ele não permita que o lixo da loja vá para a calçada. Pedimos à Sedur para recolher o lixo das lojas mais cedo, evitando que os catadores abram e espalhem o restante. Isso já está sendo feito.
Não seria o momento de fazer um “patrulhamento”?
Seria. A conscientização vem de casa. A maioria das pessoas joga o lixo na rua até inconscientemente. Até alguns funcionários jogam papel na rua. Outros varrem a calçada e encostam num canto. Muitas coisas dependem da consciência das pessoas. São hábitos que devem ser mudados.
Como está o sindicato em termo de filiados?
Conseguimos aumentar o numero, não tanto quanto gostaríamos. Não sei o que acontece com as pessoas. Quando há união de forças, a categoria se fortalece. Brigamos o tempo inteiro por melhorias e poderíamos ter mil associados, mas... Aproveito para convidar o empresário a visitar a sede e se envolver mais. Gostaria de ter mais competência para envolver mais pessoas, fazer com que elas despertem para a causa. Desejo muito que essa realidade mude em Itabuna.
A Copa do Mundo atrapalha ou ajuda o comércio?
Atrapalha um pouco. Nos dias de jogos o comércio para. Só os bares funcionam.
O que mais incomoda o comércio hoje?
A maior queixa é a segurança. Gostaria que o Governo do Estado tratasse melhor o vídeo monitoramento. Seria hora de ampliar pelo menos para 200 câmaras e ter mais uma ou duas dúzias de policiais monitorando para direcionar viaturas.
Vários bairros estão com o comercio forte. O da Mangabinha está fortalecido também?
Sim, e isso tem se espalhado por toda a parte. É sempre bom quando se fala no crescimento do comercio e hoje é uma tendência a setorização.
Curiosamente o bairro São Caetano abre aos domingos.
O São Caetano tem um comercio muito forte. As lojas maiores seguem uma regra para a abertura no domingo quando se usa mão de obra do empregado. Mas tem muita loja que é família.
A greve dos bancos está prejudicando o comércio?
Não há a menor dúvida que afeta o comercio como um todo. As pessoas sentem dificuldade para pagar contas, sacar dinheiro, os caixas eletrônicos nem sempre estão abastecidos. Duas greve de setores grandes, como a dos Correios, dificultam muito a vida do cidadão.
Como o comércio lida com a concorrência da internet?
Essa concorrência atrapalha muito, mas também é importante. Por isso, é preciso que as empresas preparem melhor suas equipes, o que faz o grande diferencial. É preciso pensar num consultor na loja, que troque informação, converse e saiba o que o cliente deseja e o produto que atende melhor ao perfil.
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