Opinião
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19 de Dezembro
Luiz Argolo, deputado estadual
"Azevedo apoiará reeleição de Wagner"
diz o deputado estadual Luiz Argolo, que considera essa uma tendência natural devido à atenção dispensada pelo governo do estado a Itabuna. Luiz Argolo é considerado o principal interlocutor do prefeito Capitão Azevedo (DEM) com o governador Jaques Wagner (PT).
O parlamentar mais jovem da história da Assembleia Legislativa projeta uma reeleição de Wagner ainda no primeiro turno e afirma que hoje a política baiana não tem as amarras do passado. Na entrevista, Argôlo anuncia sua candidatura a Federal e fala de projetos.
A disputa em 2010 será por uma vaga na Assembleia ou Câmara Federal?
Já definimos pela pré-candidatura a deputado federal. Estou no segundo mandato como deputado estadual. Fui o deputado mais novo da história da Assembleia, aos 21 anos, depois de ser vereador aos 18 e prefeito interino de Entre Rios.
E por que essa decisão?
Há um novo momento na política do Estado e não há mais aqueles limites. A população cobra - de quem tem vontade de resolver, de quem traz solução - que se galgue postos, cargos maiores. Outra coisa é essa relação forte que o PP tem com o governo federal. O partido ocupa o ministério mais importante do governo, que é o das Cidades.
Mais importante até que os de Educação e Saúde?
Se comparado aos projetos em execução, sim. É o maior executor de projetos e obras, é quem toca o Minha Casa, Minha Vida, está presente nas pontas de rua de cada cidade do País e dispõe do maior orçamento para obras. E veja a posição da Bahia nesse cenário: é quem melhor executa o Minha Casa, Minha Vida.
E qual a projeção do partido para 2010?
Queremos ampliar a nossa base federal. Temos, na Bahia, quatro deputados federais e seis estaduais. Trabalhamos com a perspectiva de 800 mil votos para deputado federal e sair de 3 para 5 parlamentares eleitos. No plano estadual, esperamos 600 mil, fazendo de 6 a 8 nomes para a Assembleia Legislativa. Além disso, teremos Otto na chapa majoritária, candidato a senador.
O senhor falta do fim de limites políticos na Bahia. O carlismo minava sua base?
A pessoa que tinha força em determinada região sofria com os esforços dos governantes da época para minimizar [minar] estas forças regionais. Na minha primeira eleição, tive 78 mil votos. Na reeleição para deputado, tive cerca de 50 mil (45.962) votos.
E hoje, isso mudou?
O modelo Wagner é outro. Nós fomos o deputado que articulou a vinda do PP para a base governista, os primeiros a sentar com ele, em meados de novembro de 2006, na residência dele.
E como tem sido essa experiência de migrar do carlismo para a base de um governo do PT?
Não foi fácil porque todos os deputados [do PP] tinham problemas locais. João Leão e Roberto Muniz, de Lauro de Freitas, com a prefeita Moema Gramacho, do PT; Luiz Augusto em Guanambi. Isso é natural. A relação hoje é outra e teremos vaga na majoritária, com Otto Alencar, para senador.
Como anda essa relação Wagner e PP?
Ela é excelente. O PP faz parte da base governista e tem secretarias fortes. O tempo é outro, diferentemente de antes, quando tínhamos deputados estaduais e federais, mas não éramos contemplados no governo, não comandávamos nenhuma secretaria.
O senhor acredita em reeleição do governador?
Acreditamos e, na minha opinião, ganha no primeiro turno. O governador se elegeu num momento em que as pessoas desejavam mudanças. O voto não era conduzido pelas lideranças. De 417 municípios, Wagner tinha 50 prefeitos e apoios de 70 ex-prefeitos. Hoje, a vontade da população supera o intermediário do voto.
E o cenário de hoje é diferente?
Wagner tem atendido aos anseios da população, dá atenção a prefeitos de partidos adversários [caso de Itabuna] e tem um modelo de gestão que entusiasma os baianos. Então, empolga a população e a sua base política.
Existem outros deputados na corrida pelo apoio do prefeito de Itabuna. O senhor será exclusivo?
Política é feita de gestos. Nós conhecemos os problemas existentes em Itabuna e já conhecíamos a relação de Azevedo com Itabuna e essa aproximação se deu com Josias Miguel [ex-secretário de Governo], que eu conheço desde a luta em defesa do municipalismo na UPB. Esse contato com Josias aconteceu quando ocupávamos interinamente a prefeitura de Entre Rios.
Mas o que lhe dá a certeza do apoio exclusivo em Itabuna?
Nós estamos trabalhando, criamos um diálogo aberto entre os governos federal e estadual e o município. Garantimos obras e, com a participação do líder do PP na Câmara, auxiliamos na atração de recursos para habitação. Hoje, temos a duplicação da rodovia no trecho Nova Itabuna-Ferradas, mais R$ 36 milhões para a barragem, duas escolas estaduais no município. E, para ser justo, muito desse esforço foi com o apoio também do secretário de Planejamento, Walter Pinheiro.
Como anda o clima entre o senhor e o deputado federal Roberto Britto, depois da troca de farpas?
Olha, tenho recursos em todas as cidades pelas quais trabalho. São R$ 18 milhões em Alagoinhas, R$ 4 milhões em Jeremoabo. E fomos nós quem levamos o prefeito Azevedo ao ministro. O prefeito nunca foi ao ministro Márcio Fortes com Roberto [Brito]. Ele pode até ter cobrado, mas o ministro atendeu a um pleito nosso, junto com o deputado Mário Negromonte.
E como fica Azevedo, ele apoiará Wagner em 2010?
Azevedo não prioriza partido, mas parcerias, realizações. O partido dele é Itabuna. Com as ações do governo e a aproximação, a tendência natural é Azevedo apoiar a reeleição [de Wagner]. Mas o governador o tem deixado à vontade.
A Operação Expresso abalou a relação do partido com o governador?
Ali não foi uma operação do governador, mas da polícia. O partido não se manifestou por entender que ali não é um caso de política, mas de polícia.
E as reações do deputado Paulo Carletto?
Não houve represália nem ele demonstrou sentimento de repúdio pelo governo.
O senhor fala com entusiasmo da sua ascensão na política...
(interrompe)... Fui o vereador mais novo da história de Entre Rios, com 18 anos, mas a história começa com ainda seis anos, assistindo às ações da minha família na assistência aos humildes. Na minha casa, passavam todos os governadores da Bahia e as estrelas da música.
Já tinha o pé na política...
Era um trabalho social sem interesse político. Aos 14 anos, já era líder de sala, participava ativamente do grêmio escolar. Mas a participação mais intensa no movimento estudantil se deu na universidade. Aos 18, fui vereador e aos 21, deputado. Ninguém quebra meu recorde.
Já caminhando para o fim do segundo mandato na Assembleia, quais seus principais projetos?
O Faz Universitário, que existe na Bahia, foi um projeto nosso. Estamos apresentando o Carteira Popular, que beneficia pessoas de baixa renda de todo o estado e que está em busca da primeira carteira de habilitação. A partir de critérios como renda e há quanto tempo se encontra desempregado, o cidadão poderá ter os custos com o curso para habilitação e a emissão da carteira cobertos pelo estado.
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