Opinião
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8.Junho.2013
Davidson Magalhaes, presidente da Bahiagas
“Temos obrigações com o povo de Itabuna e Ilhéus”
afirma Davidson Magalhães, presidente da Bahiagás e vice-presidente do PCdoB na Bahia.
Magalhães tem grande experiência na militância política e está se saindo bem como executivo. Ele foi vereador em Itabuna por dois mandatos, candidato a prefeito, vice-presidente estadual do PC do B e um dos fundadores do partido.
Como executivo foi coordenador da Agência Nacional de Petróleo no N/NE e presidente do Conselho Fiscal da Neoenergia. Também é professor licenciado da Uesc, mestre em economia pela Ufba e faz doutorado em Desenvolvimento Regional. Confira o que ele tem a dizer.
Qual o investimento da Bahiagás no sul da Bahia?
Já investimos mais de R$ 20 milhões na central de distribuição de gás natural. Hoje, estamos concluindo a rede interna de Itabuna, nas residências, comércio e empresas. Além disso, está sendo concluída a licitação para o gasoduto Ilhéus/Itabuna, que vai custar R$ 50 milhões.
O que se pretende com essa obra?
Além de abastecer o centro industrial e o comércio de Ilhéus, levar gás natural até a região onde será construído o Porto Sul. Quando assumimos, a empresa atendia apenas 11 municípios e hoje são 23. O objetivo é que o gás natural esteja presente em todas as regiões.
Qual a capacidade de atender o consumo em Itabuna?
A Bahiagás vende cerca de 5 milhões de metros cúbicos/dia, mas pode chegar a 6 milhões quando há necessidade de consumo pelas termelétricas. Nossa capacidade no sul da Bahia é de 20 milhões de m3.
Como foi a evolução patrimonial nos últimos anos?
Tínhamos 3 mil clientes em 2007 e hoje são mais de 40 mil. A receita era de R$ 700 milhões e neste ano deve ultrapassar R$ 1,5 bilhão, um crescimento de mais de 100%. Também cresceu no quadro profissional, de 22 funcionários concursados para mais de 200.
Como estão os planos do Estado para o sul da Bahia?
A semana foi cheia de novidades. O governador Jaques Wagner assinou o contrato de concessão de área para o terminal da Bamin no Porto Sul, em Ilhéus. A empresa deve investir mais de R$ 2 bilhões.
Somente no porto privado?
Claro. Ainda tem a parte pública do Porto Sul, que movimentará cargas, mas também interligará nossa economia com a de outras regiões. Até o século XX, nossa economia se isolou das demais regiões, nossa relação era mais com o mercado internacional do que com o baiano.
E os demais investimentos?
Temos a Ferrovia Oeste/Leste, cujas obras estão caminhando bem. O Porto Sul, que começa a sair do papel e vai revolucionar a economia regional. Que região conta com porto, ferrovias, aeroporto, rodovias? Vamos ter tudo isso, além de gás e entroncamento rodoviário.
Quais os benefícios para a população?
Um é a formação de mão-de-obra. Outro é a geração de novos empregos e a melhoria salarial, o que vai causar um avanço no desenvolvimento econômico e social. Hoje, já contamos com o complexo educacional, liderado pela Uesc.
Que papel tem a universidade na região?
Muito grande, na qualificação das pessoas e geração de receitas. A Uesc é dona do terceiro orçamento na região, ficando atrás apenas de Itabuna e Ilhéus. Vamos avançar ainda mais com a Universidade Federal do Sul da Bahia.
Isso significa?
Mais de mil servidores, entre professores e pessoal. Mais 11 mil vagas para graduação e pós-graduação, 15 cursos de licenciatura e 12 de bacharelado, residência e mestrado. Serão investidos R$ 200 milhões.
Devemos esquecer a produção de cacau?
De jeito nenhum. Devemos pensar a produção com preservação ambiental, agregação de valor com a produção de chocolate, melhoria de espécie. Mas não seremos mais dependentes de uma única cultura.
O que os governos estão investindo aqui?
No dia 29 o governador Jaques Wagner assinará ordem de serviços para a nova ponte do Pontal, que facilitará o tráfego não só de Ilhéus, mas de municípios como Una e Canavieiras.
E os outros investimentos?
A duplicação da BR-415 entre Ilhéus e Itabuna, a barragem que vai assegurar água de qualidade para Itabuna, o retorno da gestão plena da saúde. Essas ações são frutos da atuação dos prefeitos.
Como o PC do B, aliado de Vane, pode ajudar?
Participamos das vitórias em Ilhéus e Itabuna, por isso temos obrigações com essa população. Além de conseguir a volta da plena, nessa semana o secretário de Saúde de Itabuna, com o líder da nossa bancada na Câmara, Daniel Oliveira, foi a Brasília garantir mais recursos.
O PC do B pode ter um papel maior?
Trabalhamos na captação de recursos para tratamento de esgoto, abastecimento de água e pavimentação. Itabuna conseguiu cadastrar dois projetos no PAC-2, de mais de R$ 143 milhões. O prefeito Vane está tendo uma ótima articulação com os governos, assim como o de Ilhéus.
Parece que há afinidade entre os dois prefeitos
Isso é muito importante. Problemas antigos e novos podem ser resolvidos em conjunto. As soluções para o resíduo sólido, a mobilidade urbana, saneamento e ambiente podem ser em parceria.
Mas há uma briga histórica entre os municípios.
Acho que isso foi superado. Até o ano passado, o grande debate era descobrir o limite territorial. Hoje é como resolver a destinação do lixo e o abate de animais em Itabuna e Ilhéus, macrorregião com mais de 500 mil habitantes. Há desafios que não serão resolvidos só por Ilhéus ou Itabuna.
Como vê o PC do B administrando e na base aliada?
A experiência do PC do B administrando é muito recente. No estado, a participação tem sido muito positiva. A Arena da Fonte Nova, por exemplo, estava sob a responsabilidade da Secretaria do Esporte, que tem Nilton Vasconcelos.
Tem outros quadros que se destacam?
Tem o do secretário estadual para a Copa, Ney Campello. Tem o trabalho na Bahiagás, que era uma companhia desconhecida.
O que mudou do Davidson vereador para o Davidson dirigente?
Sou o mesmo Davidson do PC do B. Mantenho as convicções que tinha em 1978, quando entrei para o partido. Algumas pessoas não tinham nascido quando entrei nele. Não que eu seja tão velho (risos), mas já participava do movimento estudantil.
Houve evolução?
As minhas convicções amadureceram, mas não mudaram. Evoluíram para atender novos desafios. Antigos dogmas foram superados e eu amadureci do ponto de vista político.
O que espera dizer aos moradores sobre os prefeitos em 4 anos?
Os governos vão decolar. Estão passando por dificuldades porque encontraram um terreno arrasado. Nunca vi tamanha irresponsabilidade. Em Ilhéus, por exemplo, em seis anos foram 16 secretários de saúde. Isso demonstra total descaso.
Mas as perspectivas são boas?
Os prefeitos estão como condutores na grande virada, quando serão feitos os grandes investimentos. Não podemos deixar passar o cavalo selado pela segunda vez. A primeira foi quando nossa região era rica. Não vamos nos preocupar em ser apenas geradora de riquezas, mas trabalhar para inclusão das pessoas mais carentes no processo.
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