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7 de Agosto de 2004

Geraldo Briglia, candidato a prefeito de Itabuna
"Os partidos são pequenos, mas não são manipulados"

       afirma o candidato a prefeito pela coligação Itabuna Vai Brilhar, o engenheiro civil Geraldo Briglia, defendo o PAN e PTN e referindo-se ao jogo político agressivo das grandes siglas.
       Candidato por uma coligação que reúne dois dos menores partidos do país, ele diz ser o único nome novo na política de Itabuna. Geraldo Briglia é o segundo candidato a prefeito lançado pelo Partido dos Aposentados da Nação (PAN), que foi fundado em Itabuna em 1995.
       Briglia é ex-presidente da Emasa, ex-funcionário da Ceplac e antes da campanha vinha atuando como consultor de planejamento de prefeituras do sul da Bahia. Ele está abrindo a 2ª rodada de entrevistas realizadas por A Região com candidatos a prefeito por Itabuna.

A Região - Caso o senhor seja eleito, quais as suas prioridades?
       Inicialmente fazer com que Itabuna tenha uma administração sem perseguições, diferente de certos prefeitos que quando assumiram demitiram centenas de funcionários.

AR - Com relação a administração do município...
       Nosso programa de governo tem ênfase forte para o meio ambiente, saneamento básico, saúde, segurança pública e educação, que terá um maior investimento na qualificação de professores e em melhoria das escolas. Na área de meio ambiente vamos iniciar um projeto para recuperar os rios Cachoeira, Almada e Piabanha.

AR - O que senhor pretende fazer para salvar esses rios?
       Vamos incluir no orçamento da prefeitura uma parcela de recursos para o projeto de salvamento desses rios. O investimento será direcionado para a construção de barragem de nível e arborização das margens.

AR - O senhor cita como prioridade a segurança pública. Não é tarefa do Estado?
       Exigiremos que o estado faça a parte dele, mas também ajudaremos com destinação de mais recursos municipais para esse setor. Hoje a prefeitura já ajuda as polícias, mas é muito pouco. Também pediremos ao estado que as ações das duas polícias sejam centralizadas em uma coordenadoria. Além disso, vamos celebrar convênios com as polícias.

AR - Quanto à área de saúde?
       Iremos melhorar a qualidade no atendimento com a contratação de mais profissionais e aumento da quantidade de serviços nos postos de saúde. O sistema possibilitará que as pessoas não precisem sair do seu bairro para receber atendimento. Vamos trabalhar por um sistema mais fácil para a marcação de consultas e realização de exames.

AR - O que será feito em relação ao saneamento básico?
       Investiremos pesado na recuperação dos bairros, dotando-lhes de toda a infraestrutura porque acreditamos que o cidadão deva ser valorizado onde mora. Haverá uma enorme preocupação com o saneamento básico, esgoto e o abastecimento da água.

AR - O senhor pretende desenvolver políticas especificas para os idosos?
       Pretendemos implantar um centro de vivência do idoso. Nesse centro os idosos terão atendimento na áreas de geriatria, doenças pulmonares e articulares, além de profissionais para o desenvolvimento psico-intelectual dessas pessoas.

AR - Qual o seu projeto para atender aos jovens?
       Pretendemos implantar um centro de desenvolvimento físico onde os jovens terão uma avaliação médica, clinica especializada, acompanhamento anual por profissionais para que eles despertem e desenvolvam suas qualidades de esportistas. A construção de um teatro municipal, concha acústica e uma biblioteca pública bem aparelhada, informatizada e com internet também fazem parte do nosso plano de governo.

AR - Pelo visto, o senhor terá a área cultural como uma das prioridades.
       Itabuna é uma cidade que sempre teve um grande desenvolvimento na área de cultura, com bons trabalhos literários, poéticos e de artistas plásticos e artes cênicas, mas não vem havendo renovação. Isso ocorre porque não existe espaço nem incentivo. A população há de se lembrar que Itabuna já teve um teatro municipal, que foi destruído para a construção de uma praça. O município tem um centro de cultura comandado pelo Estado, sem nenhum projeto municipal, que tem manipulação política, inclusive de seus dirigentes.

AR - Além desses, quais os outros projetos?
       Temos um programa de fixação do homem no campo com o município sendo agente capitalizador de outros recursos para pavimentar as estradas. Isso vai facilitar a movimentação dos que moram no campo, de maneira que essas pessoas não sejam forçadas ao êxodo rural. Vamos implantar infraestrutura, como energia elétrica e tratamento de água e esgoto, como fizemos em Itamaracá. Foi lá, quando fui presidente da Emasa, que construímos uma represa que hoje, além de armazenar água para o consumo humano, serve como área de lazer.

AR - A geração de emprego e renda. Como fica?
       Não falamos em emprego, mas sim em geração de renda, porque, juntamente com a sociedade, com as indústrias e agroindústrias, pretendemos criar novos postos de trabalho. E uma câmara de comércio através de associações e cooperativas para que os produtores tenham sua própria renda. Não queremos que fiquem na dependência desses vales que, de certa forma, estão fazendo com que o cidadão se acomode.

AR - O que senhor pretende fazer com relação ao planejamento urbano?
       Primeiro temos que rever o plano diretor do município, pois só assim se acompanha a explosão dos segmentos. Itabuna tem um comércio de construção civil se desenvolvendo na J. S. Pinheiro; o de acabamento, hidráulico e elétrico na Juracy Magalhães; e o de mármore no Jaçanã. Então, uma das funções do plano diretor é identificar esses segmentos.

AR - O senhor é candidato por um partido pequeno. Como driblar a falta de recursos?
       A gente faz o corpo-a-corpo. Os partidos são pequenos, mas não são manipulados e nós teremos independência política e administrativa. A manipulação tem sido o mal de Itabuna nos últimos 30 anos.

AR - Que manipulação é essa?
       As chamadas lideranças locais não se preocuparam em preparar substitutos para que hoje ocorresse a renovação. Existem milhares de pessoas com capacidade de administrar o município, mas elas têm medo de entrar na política porque faltam os recursos.

AR - Por estar em um partido pequeno, como aprovará projetos na Câmara, por exemplo, caso eleito?
       Estamos na expectativa de eleger pelo menos três vereadores. Quanto ao relacionamento com a Câmara, é necessário haver respeito entre os três poderes, cada um com a sua função.

AR - Os candidatos defendem parcerias com os governos do Estado e Federal. E o senhor, trará recursos de onde?
       O nosso partido não ataca nem briga com ninguém. O que estamos fazendo são as criticas administrativas e políticas, nunca pessoais. Hoje entramos no ciclo em que a liberação de verbas de programas não mais depende somente de negociata política. Os recursos para os municípios estão previstos em leis.

 

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