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27 de Setembro de 2003

"Itabuna não deve ser obrigada a eleger candidatos do passado"

       afirma Geddel Vieira Lima. "Ela precisa de uma alternativa com visão contemporânea e atual dos problemas sócio-econômicos do município," afirmou em entrevista exclusiva para A Região durante um café da manhã no Príncipe Hotel, antes da convenção.
       O deputado, que também é presidente do PMDB na Bahia, veio a Itabuna no último dia 20 para a convenção do partido, realizada na Câmara de Vereadores. Nascido em Salvador, Geddel tem 44 anos e começou sua carreira profissional na iniciativa privada. Dentre outros cargos ocupou a diretoria do extinto Baneb.
       Filho de políticos, Geddel disse que conhece bem a região cacaueira, pois sua família tem propriedades rurais no sul da Bahia e seu avô, Alfredo Vieira Lima, já foi juiz em Itabuna, além de presidente do Tribunal de Justiça da Bahia.
       Deputado federal pela quarta vez, o líder do PMDB na Bahia falou vários temas e criticou a maneira como a reforma tributária vem sendo feita. "É uma reforma pífia que não condiz com a realidade pregada pelo PT quando era oposição”.

A Região - Deputado, dizem que a sua vinda não foi para apoiar a candidatura de Ricardo Xavier, mas sim filiar Renato Costa. A candidatura é para valer?
Geddel Vieira Lima - A candidatura do PMDB é para valer. Vamos ter candidato do partido na maioria dos municípios do estado. Esta é a recomendação da executiva nacional e essa é a minha luta. Quanto à filiação de Renato o que posso antecipar é que agradaria muito ao PMDB ter um quadro das qualificações dele integrando nossa legenda. O tapete vermelho está colocado e, se ele vir para o partido, pode ser um nome importante para a sucessão municipal. O que Itabuna tem que entender é que não é mais possível uma cidade dessa importância ter que escolher entre duas experiências administrativas já testadas e reprovadas.

AR - E com relação a Ricardo Xavier?
GV - Ele é um vereador jovem, competente, tem futuro na política e, caso se disponha a isso, vai ser o candidato do PMDB. Ganhar ou perder eleições é um resultado que tomamos conhecimento só quando as urnas se abrem. Não disputar eleição é derrota antecipada e o PMDB não é partido de perder antecipadamente.

AR - Não existe um acordo nacional de que onde o PT tem candidato o PMDB não entraria?
GV - Tem uma história antiga que diz o seguinte: "tem acordos que dizem que existem, mas não combinaram com os russos". Não combinei esse tipo de acordo com ninguém. Podemos conversar sobre propostas, idéias, compromissos políticos e administrativos em prol do cidadão. Mas vamos lutar para integrar a chapa com a cabeça e com a cauda. Abertos estamos mas não há alinhamento do PMDB com ninguém.

AR - O PMDB nos últimos tempos vem perdendo força. O que aconteceu?
GV - O PMDB se afastou das lutas populares. Deixou na estrada muitas bandeiras que historicamente fortaleceram o partido e hoje comete de novo um erro, que é querer participar de um governo que não ajudou a eleger e com o qual não tem identificação ideológica, que não partilha do mesmo ideal e postura. O PMDB se fortalecerá à medida em que for às ruas conversar com sindicatos, universidades, entidades empresariais. Enfim, discutir os problemas do país, da Bahia e dos municípios e ter sua independência nas defesas das causas populares.

AR - Por falar nisso, o senhor vai ser candidato à prefeitura de Salvador?
GV - A candidatura majoritária não é algo que possa surgir da vontade pessoal. Sou filho de Salvador, me considero experimentado do ponto de vista político e preparado do ponto de vista administrativo. Lutei toda a minha vida contra o câncer na política do estado que é o carlismo. Ele confunde o privado com o público. Eu gostaria sim de ser candidato a prefeito de Salvador. Mas serei candidato na medida em que seja capaz de criar um projeto, identificar as mazelas e os problemas e reconhecer os avanços de administrações anteriores e da atual, além de aglutinar forças políticas. Que minha candidatura não seja uma aventura.

AR - Voltando a Itabuna. O candidato do PMDB vai enfrentar diversos concorrentes. Vamos analisar cada um, começando pelo atual prefeito...
GV - Geraldo é uma pessoa com quem tenho uma convivência boa do ponto de vista pessoal. É uma figura pessoalmente agradável. Minha discordância é com a forma do PT exercer o poder. É uma forma centralizadora, aparelha a máquina pública, privilegia não os melhores, mas os amigos, instrumentaliza a administração dentro de uma visão totalitária de fazer política. A administração do PT em Itabuna não trouxe avanços e tenho autoridade para dizer isso porque achava que o PT, na eleição passada, poderia ter sido melhor do que o ex-prefeito Fernando Gomes.

AR - E quanto ao ex-prefeito, o que o senhor tem a dizer?
GV - Eu diria que Itabuna não tem o direito de ter que optar entre duas figuras que já exerceram o poder no passado e que demonstraram claramente que não têm uma visão contemporânea da administração pública e da política. Itabuna merece a oportunidade de ter uma terceira alternativa, que seja capaz de discutir os problemas sócio-econômicos, discutir com os empresários, jornalistas e as entidades do município para elaborar um programa que aborde de forma clara os grandes dilemas da região, como a crise do cacau, o desemprego, o inchaço da periferia. Esses acampamentos nas estradas, por exemplo. Essa visão que o PT tem de estimular o Movimento dos Sem Terra descaracteriza o verdadeiro motivo a que se propõe o movimento. Hoje o MST é um movimento em busca de cesta básica, o que desorganiza a produção e amedronta quem quer investir na geração de emprego e renda.

AR - Existe a possibilidade do PMDB enfrentar Ubaldo Dantas ou Renato Costa...
GV - O Renato ainda não teve uma experiência administrativa. É um homem com quem já tive discordâncias, com o qual tenho concordâncias. É um homem inquestionavelmente correto, bem visto dentro da sociedade. Acho que seria um grande candidato para Itabuna. Mas Ricardo, repito, é um jovem vereador, tem se mostrado a par dos problemas da cidade, é alguém que tem vontade de servir a Itabuna. Se o fato de ser jovem é um problema, este é um dos poucos que o tempo resolve.

AR - E quanto a Jabes, em Ilhéus, onde o carlismo domina há algum tempo?
GV - O Jabes é outra figura com a qual tenho boa relação pessoal, gosto dele, é uma pessoa amena, mas ele se perdeu no caminho. Ele confundiu aliança com adesismo. Ele confundiu adesão com sentar-se à mesa em torno de propostas e idéias - eu próprio fiz isso com Luís Eduardo Magalhães, que tinha uma visão mais moderna do processo político. Luis Eduardo tinha virtudes, respeitava as famílias, não queria agredí-las como forma de intimidar. Mantive com ele uma relação respeitosa, apesar das fortíssimas discordâncias, desavenças e hoje o afastamento nitidamente pessoal que mantenho com o senador ACM, pelo seu estilo truculento de fazer política. Mas vamos falar do presente, porque não gosto de perdeu meu tempo falando dos mortos. Então o Jabes se perdeu, perdeu o momento de alavancar Ilhéus, perdeu a identidade. O prefeito precisa estar atento àquilo que Ulisses Guimarães defendia de forma muito clara como o inimigo mortal do homem, que é a miséria. Esse não é um problema que possa se atribuir ao poder federal, à União. É majoritariamente uma demanda que deve ser atendida pela União, mas precisa contar com prefeitos e lideranças políticas para estimular as forças produtivas do desenvolvimento.

AR - Como o senhor vê a reforma tributária do jeito que ela está sendo feita?
GV - Quero deixar claro que reformista sou eu. As reformas são nossas, não são do PT. O PT, ao longo dos últimos 10 anos, atrasou o Brasil num discurso apenas voltado para a conquista do poder e ser contra tudo. Agiu de forma irresponsável e hoje tenta, com o poder de mídia, parecer que está conquistando bandeiras que, historicamente, são nossas. Me posicionei contra a reforma, porque as reformas do PT são para inglês ver. São para investidor americano ver e dizer que o Lula não é mais o bicho papão que era. Se entregou ao conservadorismo, se entregou àquilo que ele combatia. Essas reformas não têm começo nem fim. Teria que ser uma reforma que tratasse da questão federativa, redefinindo claramente o papel dos municípios e dos estados. Até porque é nos municípios que surgem as primeiras demandas, as primeiras dificuldades.

AR - O que é pior nestas reformas?
GV - As reformas, como estão, penalizam os municípios brasileiros. A reforma tributária, se não for modificada no senado e voltar para a câmara, para que possamos fazer modificações, vai penalizar a classe média, ou assalariada, e permitir o aumento da carga tributária. Imagine a que ponto atingirá a classe média com o imposto progressivo de herança que, na realidade, não pega os grandes milionários, que se escondem atrás das holdings, das ações. Irá pegar o detentor de um patrimônio pequeno, da classe média, que tem um apartamento e que, depois que morresse, o chefe da família teria que vender seu imóvel para pagar um imposto que o PT queria introduzir. Portanto a reforma tributária é pífia, deixa a desejar e prejudica a Bahia. Votei contra por não ter uma transição nos incentivos fiscais, até para preservar o pólo de informática de Ilhéus.

AR - Vamos falar de geração de renda. O senhor apareceu com uma idéia interessante sobre o seqüestro do carbono.
GV - O seqüestro do carbono é uma iniciativa que insere essa região num segmento que, dentro em pouco, vai ter oportunidade de financiamento. A questão do meio ambiente e sua renovação é algo que mobiliza o mundo e vai fazer com que os países mais avançados precisem desse nicho. Já estamos instituindo uma emenda no PPA que privilegia a pesquisa do seqüestro de carbono como forma de renovar a mata atlântica na área do cacau, que é extremamente privilegiada para isso.

AR - E o papel da Ceplac em relação ao cacau?
GV - A orientação da Ceplac para os produtores, no que diz respeito às etapas do Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira, é cheia de equívocos, que deveriam ser corrigidos para que os produtores possam ter o direito de, na justiça, reclamar reparos que viabilizem a implantação do programa de clonagem na lavoura cacaueira, que foi mal conduzido do ponto de vista técnico pela Ceplac.

AR - A Ceplac está com nova direção. Não melhorou nesta área?
GV - O novo superintendente da Ceplac me parece uma pessoa correta, mas termina sendo vítima também do aparelhamento que o PT está fazendo nos órgãos públicos. Tenho notícias da Ceplac de mudanças que não condizem com a realidade dos produtores e dos próprios funcionários. Veja por exemplo o caso do superintendente de Camacan, o Ednaldo. Todas as referências são de que é o maior estimulador, avaliador e avalista do programa de clonagem e, por questões meramente políticas, retiram este técnico competente, com um trabalho importantíssimo para a própria Ceplac.

AR - Esse aparelhamento visa o poder político?
GV - Esse aparelhamento tem várias razões. O PT já vive com um mecanismo de arrecadação, por exemplo, de fundo para sustentar o partido que faz com que cada ocupante de cargo público dê uma contribuição. Uma revista de circulação nacional saiu com um levantamento mostrando como a coisa funciona, o que já motivou a iniciativa do Senado da República de discutir proibições para esse tipo de abuso. Mesmo porque é a forma que o PT tem encontrado para se perpetuar no poder, aparelhando o estado para tentar fortalecer o partido. Isso não vai adiante e a falta de gerenciamento vai fazer com que a população perca a esperança que tinha nesse governo. Acho que é hora do PT, sobretudo o presidente, deixar de falar muito e agir mais. Precisamos de resultado. Queremos saber dos 10 milhões de empregos, cadê os movimentos, as habitações e as mudanças que eles diziam preparados para fazer assim que ganhassem as eleições?

 

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