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26 de Setembro

Geraldo Simões, deputado federal

"A Ceplac precisa ser mais ousada"
geraldo simoes diz Geraldo Simões numa entrevista exclusiva concedida ao A Região. O deputado federal petista e ceplaqueano acredita que o órgão precisa liderar o processo de intermediação com os bancos para que o dinheiro do PAC do Cacau chegue logo aos produtores.
      No dia da entrevista, Geraldo acabava de indicar o novo diretor da Sudic, mas corria o risco, confirmado dias depois, de ver Moacir Smith Lima exonerado da Biofábrica de Cacau.
      Na entrevista, ele fala do PMDB, de Azevedo, de projetos para a região e afirma que Ilhéus não se preparou para o novo momento de grandes investimentos.

A Região - As ações do PAC do Cacau não estão lentas demais?
       O Conselho Monetário Nacional deu o terceiro prazo para o produtor renegociar dívidas, enquanto continuavam as adesões ao PAC do Cacau e as negociações de prazo e juros. Eu acho que dá para trabalharmos com o que temos, enquanto se discute uma proposta melhor. O que não dá é este dinheiro, R$ 2,52 bilhões ficar parado esperando um projeto de renegociação perfeito.

AR - E, afinal, o que está ‘empacando’ o PAC?
       A Ceplac deveria tomar uma decisão e começar a procurar o produtor para renegociar a dívida. Já perdemos o dinheiro de custeio da safra neste ano. Tem 20 anos que a Bahia não faz custeio. É preciso agilidade para que, a partir de janeiro, os produtores possam pegar a verba.

AR - A dívida não empacou a partir da nota técnica da Ceplac?
       O que a Ceplac está querendo é aumentar o desconto do grande. Não sou contra, não. Mas meu receio é essa perda de tempo. Sou favorável a começar como está e trabalhar por mudanças. Não se pode inviabilizar a renegociação para os pequenos produtores.

AR - Como avalia o fato da Ceplac-Bahia receber menos recursos do que a do Pará?
       Depois de 50 anos de Ceplac, nós temos um diretor que não é, genuinamente, da região. É do Pará. Isso deixa as pessoas de orelha em pé. A Bahia produz aproximadamente 70% do cacau do Brasil. A Ceplac é um órgão do sul da Bahia que atua no norte do Brasil. Eu acho que a diretoria não pode perder isso de vista.

AR - E a Bahia sai perdendo investimentos...
       Eu estive no Pará na semana passada. As informações que tenho é que, se a gente não tomar providências na Bahia, o Pará pode ultrapassar nosso estado em cacau, embora eu queira aprofundar isso para sermos o maior produtor de chocolate do Brasil.

AR - Essa é a tendência?
       Olhe, um quilo de cacau custa R$ 6, mas um quilo de chocolate, a depender de sua qualidade, pode variar de R$ 100 a R$ 400. As fábricas de chocolate do PAC do Cacau são uma mudança na cabeça da gente. São 250 anos vendendo amêndoa de cacau e, de repente, passamos a produtores de chocolate. Itamaraju já inaugurou fábrica para produção de massa de chocolate. Quem vende isso aqui é Cargil, Barry Calebaut... A região não tem uma fábrica de chocolate. O Paraná tem 12, São Paulo tem 100 e o Rio Grande do Sul, outras tantas.

AR - Qual é o impacto econômico dessa medida?
       Toda a cadeia do cacau, hoje, no sul da Bahia, rende R$ 300 milhões por ano. Transforme isso em chocolate e teremos R$ 4 bilhões. É uma grande mudança de mentalidade. É a riqueza gerada aqui. O produtor ganha, o município ganha com a geração de impostos. Imagine o impacto de tudo isso.

AR - E o comprador, quem vai adquirir esse produto?
       Há um conjunto de empresários aqui do eixo Ilhéus-Itabuna que está montando uma fábrica e já tem comprador. A produção da fábrica de Ibicaraí, por exemplo, o governo pode adquirir para a merenda escolar. Não falta mercado para chocolate.

AR - Ainda na agricultura, o que está acontecendo com a Biofábrica de Cacau?
       A Biofábrica, da existência dela até o final do governo Paulo Souto, deve ter recebido R$ 8 milhões. No governo Wagner, o investimento de R$ 8 milhões é por ano. Antes, as mudas eram produzidas na Biofábrica para o produtor comprar. Hoje as mudas de alta qualidade, produtividade, seja de cacau, seringueira, dendê ou fruteira, são entregues gratuitamente aos pequenos agricultores. A Biofábrica não pode estar passando por dificuldades como essa.

AR - Como o sr. vê o crescimento do PP no governo?
       O governo passado tinha um estilo que não compartilhava a gestão. Os partidos aliados, no máximo, faziam indicações regionais, mas não de secretariado. Era isso de ACM a Paulo Souto. Isso é uma inovação do governador Wagner. Alguns até têm espaço maior até do que as suas próprias forças eleitorais.

AR - O senhor falou do compartilhamento, mas o PMDB saiu dizendo o contrário...
       O PMDB tinha 500 cargos no governo, os principais. Tinha duas das secretarias mais importantes, Indústria e Comércio e Infraestrutura, mais da Ciência e Tecnologia, além de outros importantes. O PMDB não tem do que reclamar.

AR - O governo achava que tinha o PTB e que o PMDB ficaria isolado. O governo foi lento nas negociações?
       Eu acho que o governo pode ter sido lento há dois anos, na primeira metade da gestão, porque naquele período poderia ter fechado com o PTB, PR. Mas nesse ano o governo foi muito ágil, a partir da saída do PMDB. Resolveu logo com o PP, PDT.

AR - O senhor não considera ter sido um erro ter dado muito tempo para o PMDB?
       Acho. E ficou tão forte a ponto de se colocar como um nome para o governo do estado. Mas, independente da fidelidade partidária, boa parte dos prefeitos peemedebistas, por conta do tratamento do Jaques Wagner, estará com o governador.

AR - Aposta nisso mesmo com uma possível aliança Paulo Souto-Geddel?
       Também. O governo atende a todos os prefeitos sem perguntar qual é a filiação partidária. Isso é uma coisa nova na Bahia. Antigamente, o governador só recebia, só liberava recurso para quem era correligionário.

AR - O que parece é que não há presença do estado na região, em Itabuna...
       A gente melhorou muito em políticas públicas, mas entendo que, quanto a obras, a gente pode avançar. E temos grandes obras previstas, como a duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna, o Complexo Intermodal Porto Sul... Tenho conversado com o governador e acho que tem que melhorar as estradas. Tem que fazer a Itabuna-Ibicaraí, ver acessos a Arataca, Jussari, Santa Luzia, BR-415 a Barro Preto. A Ilhéus-Itabuna é uma obra que tem que começar neste primeiro governo Jaques Wagner.

AR - O senhor acredita mesmo em reeleição de Wagner?
       Aposto. O povo está cansado daquele modelo antigo, do coronelismo, do “se não está comigo é meu inimigo”. Eu mesmo, quando era prefeito de Itabuna, sofri com o ex-governador Paulo Souto. Itabuna sofreu uma seca de seis meses, eu levei um projeto de captação extraordinária para Souto, mas quem salvou Itabuna foi São José.

AR - Se dependesse da ajuda de Ondina...
       Esse modelo antigo não dá mais certo. Veja o modelo Wagner: pega Azevedo, libera mais dinheiro para o Hospital de Base, reabre o Hospital São Lucas, anuncia unidade de pronto-atendimento no Jaçanã. É um outro modelo, democrático, republicano, que não persegue. E sei muito das dificuldades que ele encontrou: mais de 100 obras paradas, alguns dos piores salários do Brasil, no nível do Piauí.

AR - E a velocidade, é a desejada?
       A velocidade pode aumentar e é isso que está acontecendo. O problema é que havia um aliado importante dentro do governo que puxava a gestão para trás. Hoje tem unidade.

AR -E o governo demorou para perceber isso.
       Demorou porque o governador não é homem de brigar. Ele não queria que o PMDB saísse do governo. Não foi Wagner quem tirou esse partido, foram eles que pediram exoneração, mas eu soube que depois se arrependeram. O que estamos vendo aí é o ministro de cabeça baixa, tratando mal a imprensa, não está mais com aquela arrogância. Muita gente daqueles 500 cargos que ele pensou que estava com ele procurou o governador para apoiá-lo.

AR - Quem vai ser o adversário de Wagner em 2010?
       As pesquisas mostram que será Paulo Souto. Então, vai ser uma eleição em que a população vai comparar um passado de 30 anos com o novo governo. Em todas as áreas, os indicadores eram de estado pobre. Wagner está trabalhando para que a Bahia tenha índices de estado que é a sexta economia do país.

AR - Como o sr. viu a saída de Adeum e as justificativas?
       Adeum é um craque em educação. Não há ninguém para cuidar melhor da educação na Bahia. Ele teve problemas na parte administrativa e financeira, mas não é responsabilidade exclusiva da educação, porque quem contrata e paga é a Secretaria de Finanças. Mas desejo todo sucesso do mundo ao substituto, Osvaldo Barreto.

AR - Qual foi a contribuição de Chico Bento para essa ‘tábua de graxa’?
       Isso é bobagem. Acho que não foi nada de má-fé da gráfica. São coisas que acontecem. Esses dias, a Casa Civil publicou no Diário Oficial do Estado que o secretário de Infraestrutura seria James Correia, e o de Indústria e Comércio, João Leão. Era o contrário.

AR - Dá impressão que seu mandato não é muito ativo. Quais são as suas ações?
       Deputado não faz obra, mas tenho trabalhado muito com os governos federal e estadual para garantir obras para a região. PAC do Cacau, renegociação da dívida, porto de Ilhéus. Estou trabalhando para captar mais recursos para aumentar a retro-área do porto. Tive ação junto ao ministro da Previdência para aumentar o número de agências do INSS no sul da Bahia.

AR - E como é o seu projeto de lei que incentiva o cultivo de cacau cabruca?
       Esse sistema de cultivo oferece incentivos financeiros para quem produzir preservando a mata atlântica. Trata-se de um projeto que beneficia os produtores e contribui para a conservação ambiental. Também sou relator do projeto de lei do Governo Federal que transforma em política pública a assistência técnica a agricultores familiares, assentamentos, quilombolas e comunidades indígenas.

AR - O senhor vai ajudar a assegurar as obras da barragem para Itabuna?
       Tenho trabalhado para assegurar mais recursos, mas tem um movimento dentro da prefeitura para não construir a barragem, mesmo tendo, na Caixa Econômica, R$ 36 milhões disponíveis. A prefeitura andou pedindo para substituir a barragem por uma estação de tratamento de água em Ferradas. Mas como fazer estação de tratamento se não temos a água? Ela só vem com a construção da barragem no rio Colônia, em Itapé.

AR - Essa mudança não seria por conta da dificuldade em assegurar mais recursos?
       Recurso tem. Se há dificuldade, procure ajuda, procure o governador Jaques Wagner. Não dá para mudar o objeto do convênio, que é a construção da barragem. Afora isso, temos atuado para colocar na LDO emenda para garantir a vinda do Ifet.

AR - E o serviço de água, a Emasa continua com o serviço ou retorna para a Embasa?
       Eu sou contra a privatização. Já tentaram no passado, deixaram o serviço muito ruim para criar o clima para a venda. Sou favorável ao debate. Se o município não tem como tratar o esgoto, melhorar a distribuição de água, conversa com o estado, faz um plano de investimento. O que não pode é continuar do jeito que está. Tem cinco anos que a Emasa não recebe investimento. Investimento só houve no meu governo. Falta água até quando está chovendo.

AR - Como você tem visto o desempenho das novas lideranças em Ilhéus, Itabuna?
       Em Itabuna, é a continuidade do governo passado, não mudou nada. Na região, mesmo com essa crise, tenho visto se destacando os prefeitos Lenildo Santana (Ibicaraí), José Carlos Moura (Itapetinga), Josefina Castro (Coaraci), Adroaldo Almeida (Itororó)...

AR - E Ilhéus, como analisa a administração de Newton?
       Newton não está se dando conta dos investimentos extraordinários que vão acontecer em Ilhéus. A cidade tem que se planejar para esta nova realidade. Não é pouca coisa: uma ZPE, um aeroporto novo, ferrovia, aeroporto. É se planejar para demandar dos governos federal e estadual os investimentos. Tem que fazer isso, e logo. Não pode esperar os empreendimentos chegarem para planejar depois.

AR - São investimentos que irão impactar também em Itabuna?
       O que vai causar impacto econômico em Itabuna é o gasoduto. Na minha cabeça, temos que criar aqui o pólo têxtil e pegar essa produção de algodão do oeste baiano para fazer calça, camisa, cobertores, lençóis.

AR - Você tem conversado com o prefeito de Itabuna?
       Não, mas sabemos do que Itabuna precisa e eu estou ajudando. Sei que precisa da barragem, de 10 mil casas populares. Estou trabalhando junto aos governos federal e estadual e Caixa Econômica para que Itabuna tenha as casas populares.

AR - O seu conceito sobre o governo Azevedo mudou depois de nove meses?
       Infelizmente, acho que é continuidade do outro governo [de Fernando Gomes], pouca transparência, sem política pública, sem cumprir as promessas de campanha.

AR - E este perfil de Azevedo, de conversar com todos, Wagner, Geddel, Souto?
       Fica desacreditado, pois o prefeito é do DEM. Prefeito civilizado tem que conversar com todos, mas sem enganar ninguém. Mas se está com Geddel, apóia Geddel; se está com Wagner, apóia Wagner; e com Souto é a mesma coisa. Ninguém acredita.

AR - Juçara será candidata a estadual?
       É natural que o nome dela seja sempre colocado. Ela fez uma campanha bonita para prefeita, teve mais de 40 mil votos, essas pessoas querem votar nela para deputada estadual. E teve gente que votou no atual prefeito, já está decepcionada e quer votar em Juçara. Nós estamos fazendo uma reflexão e até o início do ano que vem ela decide.

AR - E o apoio a Fábio Santana, como ficará?
       Infelizmente, acho que é continuidade do outro governo [de Fernando Gomes], pouca transparência, sem política pública, sem cumprir as promessas de campanha.

AR - O seu conceito sobre o governo Azevedo mudou depois de nove meses?
       No que puder, nós vamos ajudar na reeleição de Fábio. Digo isso sempre e ele é da base do governo, tem ajudado Jaques Wagner na Assembleia Legislativa e é muito melhor termos um deputado aqui na região.

AR - O sul da Bahia poderá ter uma melhor representação em 2010?
       É importante que tenha. Hoje, possuímos uma sub-representação. São dois deputados federais, eu e Veloso, e dois estaduais, Fábio e Angela Sousa. Um miolo de 30 municípios aqui do litoral sul que pode, pelo menos, dobrar o número de deputados.

 

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