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14 de Maio de 2005

Isidoro Lavigne Gesteira, presidente do Sindicato Rural de Ilheus
"Não queremos perdão, mas reconhecimento do erro"

       afirma o presidente do Sindicato Rural de Ilhéus, Isidoro Lavigne Gesteira, ao explicar porque os produtores querem ficar livres do pagamento das 1ª e 2ª etapas do Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira.
       Ele afirma que o governo tem que esquecer as dívidas referentes essas etapas porque o produtor foi obrigado pela Ceplac a tomar decisões equivocadas.
       Entre outros assuntos, Isidoro fala da reunião realizada na semana passada com os produtores e a proposta que eles querem fazer ao governo federal.
       Além de 83 produtores, também participaram do encontro representantes da Federação da Agricultura da Bahia (Faeb), do Grupo Temático 2 da Câmara Setorial do Cacau e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

A Região - Essa briga de deputados pela paternidade da negociação não atrapalha?
       O importante é que seja encontrada uma alternativa que resolva o problema do produtor. A verdade é que os sindicatos rurais do sul da Bahia estão na briga para que encontremos uma solução. E, às vezes, pedimos apoio de políticos sem distinção de partidos.

AR - O maior problema hoje é a falta de recursos. Qual o caminho se o governo não renegociar as dívidas?
       Neste momento o produtor não tem a menor condição de pagar os financiamentos das etapas do programa de recuperação da lavoura cacaueira. Só podemos pagar as parcelas vencidas e vincendas a partir de 2009. O que defendemos é que as dívidas referentes a primeira e segunda etapas sejam colocadas em efeito catastróficos, canceladas. Se não houver um resultado positivo, vamos ter que partir para uma briga judicial.

AR - Os produtores na verdade querem o perdão das dívidas contraídas na 1ª e 2ª etapas do Programa de Recuperação da Lavoura...
       Não seria um perdão de dívidas, mas sim uma espécie de reconhecimento de um projeto, elaborado por um órgão do governo, que não deu certo. Para ter acesso aos recursos oficiais, o produtor foi abrigado pela Ceplac a tomar algumas decisões equivocadas.

AR - O senhor pode citar algumas dessas exigências?
       O rebaixamento de copas dos cacaueiros, diminuindo o tamanho da árvore, e o uso em excesso de cobre que, segundo os técnicos da Ceplac, eram as únicas formas de se controlar a vassoura-de-bruxa. Isso ocorreu num período de sol intenso, quando a árvore não estava preparada para tomar tanto calor. O produtor não teve o resultado do controle da vassoura e ficou endividado. Por isso é muito justo que se coloque essas dívidas em efeito catastróficos.

AR - Mas vocês embarcaram na orientação da Ceplac...
       O que queríamos era salvar as nossas lavouras. É bom que se ressalte que o agricultor não pegou o dinheiro dos programas para fazer uma nova roça, um novo plantio, mas para controlar uma doença que provocou estragos enormes. O que queremos é que o governo nos dê o mesmo tratamento que deu aos produtores de laranja de São Paulo quando lá surgiu uma praga que acabou com o plantio. Eles foram beneficiados com esse efeito catastrófico.

AR - Quanto às dívidas contraídas na 3ª e 4ª etapas do programa?
       As dívidas contraídas nas 3ª, 4ª e demais etapas deveriam ser incluídas num único pacote, com o produtor tendo uma carência de 4 anos. A partir de 2009 o pagamento dessas dívidas seria viável, pois certamente teríamos um índice de produtividade bem maior.

AR - Qual é o índice de produtividade hoje?
       O Incra diz que é de 47 arrobas por hectare, mas está equivocado. O índice de produtividade é de apenas 12 arrobas por hectare, mas estamos trabalhando para aumentar essa produtividade.

AR - No início do ano, o Banco do Brasil estava pressionando o produtor para que as parcelas fossem pagas. Vocês se sentiram constrangidos?
       Sim. Não entendi direito o que ocorreu naquele momento porque o Banco do Brasil sempre foi nosso parceiro. Mas, de um momento para o outro, o banco colocou o nome de todos os produtores na Serasa.

AR - Qual o débito total dos produtores? Se fala em um bilhão, um bilhão e pouco.
       Não temos como precisar porque os juros que o Banco do Brasil coloca são irreais. Se for utilizado o método de cobrança que o banco utiliza fica uma dívida monstruosa. O que recordo é que a dívida inicial ficou em torno de R$ 280 milhões.

AR - Além da renegociação das dívidas, qual a outra grande dificuldade do produtor?
       O acesso a novos financiamentos, porque o produtor hoje está totalmente endividado. O que se ouve muito hoje é que se deve agregar valor ao produto, mas como o produtor vai fazer isso se está impossibilitado de obter novos financiamentos? Como é que ele vai comprar uma máquina despolpadeira, por exemplo?

AR - Com a cotação de hoje ainda é rentável investir em fazenda de cacau?
       Se for colocar os gastos na ponta do lápis é desestimulante, mas nós sempre mantemos a esperança de que o mercado vai melhorar. É muito difícil se vender uma arroba de cacau por R$ 54 para cobrir despesas com folha de pagamento, encargos trabalhistas e insumos. Só com cada trabalhador estamos gastando sete arrobas de cacau. Essas são apenas parte das dificuldades, pois ainda existem as estradas vicinais ruins e os constantes assaltos.

AR - Outro problema que vem tirando o sono dos produtores são as invasões de terra. O que vocês estão fazendo?
       Existe na região cacaueira uma reforma agrária por natureza. Aqui não existem grandes propriedades, a maioria das fazendas é de 100 hectares para baixo. O produtor que só pensava no lucro já foi embora. Hoje tem fazenda quem gosta do cultivo da terra, quem está interessando em fazer a propriedade ser cada dia mais produtiva.

AR - Mas para o Incra e os sem-terra existem muitas propriedades improdutivas.
       Em muitos casos as invasões têm ocorrido em área produtiva, o que eu considero uma agressão, uma total falta de respeito à propriedade privada. Se o Incra estivesse realmente interessado na reforma agrária poderia adquirir as áreas de seu interesse pagando preço de mercado. Isso evitaria as invasões e a onda de violência que virou rotina na zona rural.

AR - Os produtores ainda são desunidos e vão pouco aos sindicatos, não?
       É, o produtor precisa ir mais ao sindicato, até porque oferecemos vários cursos gratuitos de enxertia, inseminação, clonagem, dentre outros. A grande novidade é que até os assentados podem ter acesso a esses cursos. Por que oferecemos esses cursos também para os assentados? Porque no momento em que eles são assentados passam a ser produtores.

 

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