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29 de Dezembro de 2007

Jabes Ribeiro, secretario estadual do PP

"Minha prioridade é voltar à prefeitura de Ilhéus"
afirma Jabes Ribeiro, que também tem como prioridade, como secretário-geral do PP na Bahia, alavancar a construção do partido na região e no estado. Ele concedeu entrevista exclusiva ao jornal A Região.
      Ex-prefeito de Ilhéus por três gestões, ex-deputado federal e ex-secretário de estado, Jabes Ribeiro se recolheu nos últimos três anos. Hoje, ocupa a secretaria-geral do PP e seu nome é citado entre os secretariáveis do partido para uma pasta no governo Wagner.
      Mas Jabes garante que seu projeto prioritário é o retorno à prefeitura de Ilhéus. Nesta entrevista, fala de projetos do PP, discute alianças partidárias e provoca ex-aliados, como Ruy Carvalho e até o secretário de agricultura do Estado, Geraldo Simões.

A Região - Como estão as articulações do PP no sul da Bahia e no estado?
       O partido está organizado em 380 municípios baianos e possui 53 prefeitos, com a diferença de que não é mais o partido de ACM Neto, de Paulo Souto, de A, de B ou de C.

AR - Uma sublegenda...
       Era. O partido termina o ano definindo a sua tática eleitoral para 2008 e fechou uma aliança com Jaques Wagner. Nós já participamos, inclusive, da primeira reunião do conselho político do governo do estado. Portanto, temos um norte, uma linha estratégica para o partido. O terceiro ponto foi definir uma aliança com o PMDB, em Salvador.

AR - Em que termos se dá essa aliança?
       Nessa aliança nós passamos a ter, além do Ministério das Cidades (do PP), o Ministério da Integração Nacional (do PMDB) para ajudar nossas administrações municipais na Bahia. O PP apoiará a reeleição de João Henrique em Salvador. Isso nos dá condições de articular outras alianças e, ao mesmo tempo, trabalhar pensando em 2010.

AR - Em Itabuna e Ilhéus, os dois partidos têm pré-candidatos. Estão conversando?
       Nosso objetivo em Feira de Santana, Vitória da Conquista, que têm horário (eleitoral gratuito) de televisão, Ilhéus, Camaçari, Jequié, Itabuna é fortalecer o partido nesses locais. No primeiro encontro estratégico do partido, em maio, ficou decidido que as alianças terão que ser referendadas pela executiva estadual. Até porque, há uma prática histórica de determinadas negociações que acabam sendo interessantes só para os negociadores.

AR - Essa afirmação se dá por experiência em várias eleições ou...
       Não, não é só com o PP, não. Isso acontece no Brasil inteiro. Negociam o partido apenas para vender o horário. Em Itabuna, por exemplo, nós do PP conversamos com Capitão Fábio (PMDB) e Edson Dantas (PSB) e chegamos à conclusão de que era melhor ter uma candidatura. A candidatura de Roberto Barbosa significa uma oportunidade de construir o partido e ter uma chapa de vereadores. Se você me perguntar o que vai acontecer em maio ou junho, eu afirmo que espero o crescimento das nossas candidaturas.

AR - Como ficam as alianças para 2008?
       Tanto em Ilhéus como Itabuna nós temos dois tempos. O primeiro é fortalecer as candidaturas do PP. O segundo é avaliar essas candidaturas e, a partir daí, buscar alianças para ser apoiado ou apoiar. Maio é o prazo para discutir as alianças.

AR - Quais são as alianças prioritárias?
       Tanto em Ilhéus como Itabuna nós temos dois tempos. O primeiro é fortalecer as candidaturas do PP. O segundo é avaliarmos essas candidaturas e, a partir daí, buscar alianças para nos apoiar ou para apoiarmos, o que vai depender do quadro eleitoral.

AR - Roberto Barbosa, candidato do PP em Itabuna, mesmo após toda as aparições, não passa de 2%...
       Eu tenho uma pesquisa em que ele está com mais de 3%. Lembre de Wagner, que começou a campanha da Bahia com 2%. Então, você pode ter um sujeito que começa muito lá em cima ou muito lá embaixo e não funciona. Nós só vamos ter como fazer uma avaliação mais precisa lá para maio. Até lá, é apoio total em Itabuna à campanha de Roberto.

AR - Maio seria o prazo final para Roberto e até para o Jabes?
       Não, maio é o prazo para que todos os partidos possam discutir as alianças. Eu falo maio porque junho já é tempo de convenções. Eu acho açodamento discutir essas questões nesse momento. A posição da presidência do PP e da secretaria-geral é o fortalecimento das nossas pré-candidaturas.

AR - E a participação do PP no governo? Vai ter secretaria?
       Vamos participar do primeiro escalão do governo. Não há definição de secretaria porque o governador ponderou que seria precipitado afirmar, nesse momento, qual a pasta que o PP terá porque você tem os atuais secretários em pleno trabalho. Desta forma, seria desagradável e constrangedor. Nós teremos uma secretaria importante sobre o ponto de vista do nosso peso e da nossa força, já que temos três deputados federais, cinco estaduais, 53 prefeitos, diretórios em 380 municípios, quase quatro minutos de televisão e temos, na Bahia, o líder nacional do partido. Será uma pasta verticalizada para que possamos desenvolver um trabalho de contribuição com a sociedade baiana.

AR - O sr. falou em Ministério das Cidades, a secretaria seria a de Desenvolvimento Urbano?
       Nós gostaríamos muito de ter, a exemplo do que está acontecendo em Salvador, uma secretaria correlata ao Ministério das Cidades. Área de saneamento, de habitação, urbanismo... Mas essa é uma decisão do governador e não teríamos como antecipar.

AR - Mudou alguma coisa no modelo administrativo com a posse de Wagner?
       Eu acho que é cedo para um primeiro ano de governo com mudanças no quadro técnico e político. É preciso ter um pouco de paciência, cautela, mas o governo precisa melhorar muito.

AR - Já que devemos esperar mais para cobrar, quais os pontos positivos?
       Eu creio que o processo de democratização do governo é uma coisa interessante. Vi muito isso na reunião do conselho político. Não teve uma verdade verticalizada, como foi e como tem sido a experiência da Bahia. É uma política de participação, contribuição, de autocrítica. Acho interessante o governador não ter se fechado na Bahia. Wagner tem viajado, buscado. Se ficar parado, as coisas não acontecem. Muitas vezes, uma viagem dessas traz resultados somente em dois anos. Evidente que existem áreas estratégicas que precisam melhorar, como saúde e segurança pública. Creio que há um esforço muito grande para melhorar, aumentar a capacidade técnica e de gestão.

AR - O sr. já esteve no PSDB, PFL e hoje no PP. A que se deve essa guinada?
       Quando fizemos a aliança do PSDB com o PFL na Bahia (1996), nós desdobramos uma aliança nacional articulada pelo então presidente Fernando Henrique e o governador do Ceará Tasso Jereissati. Nós não pretendíamos deixar o PSDB.

AR - Mas havia oposição do presidente estadual do PSDB, Jutahy Júnior.
       O próprio Jutahy achava que era uma aliança importante. Bem, desdobramos a aliança nacional no estado, mas a morte do deputado Luís Eduardo Magalhães complicou. Não houve a manutenção dos compromissos. A bem da verdade, quem foi muito correto nesse caso foi o então governador César Borges, ao contrário de outros que foram muito incorretos na hora de preservar o que foi acertado.

AR - O sr. está se referindo a Paulo Souto?
       Paulo Souto e ACM. Sobretudo Paulo Souto, de quem não tive apoio nenhum. Em 2003, na Comenda São Jorge dos Ilhéus, o que aconteceu? Paulo Souto assinou um conjunto de obras que seria revolucionário em Ilhéus: novas fábricas, Litorânea Sul, saneamento do Pontal, recapeamento asfáltico e uma série de projetos que, infelizmente, só ficaram no papel. E, mesmo assim, fomos até o final apoiando.

AR - Inclusive a atração da Semp Toshiba para Salvador em vez de Ilhéus.
       Esse foi o presente de Paulo Souto que, ao meu ver, acabou prejudicando o pólo de informática de Ilhéus. Se Ilhéus tivesse uma empresa âncora como a Semp Toshiba, certamente o pólo estaria numa posição muito melhor. E essas afirmações não têm nada de pessoal, é apenas constatação política.

AR - Ele alega que você não fez a campanha de Fábio Souto.
       É diferente. Eu gosto de falar de político que tenha competência, não de incompetente. Aí, é perca de tempo até para o leitor. O Fábio Souto a quem você esá se referindo teve 13 mil votos em Ilhéus em 2002. Quem deu? Eu. No momento em que ele levou um deputado estadual para Ilhéus e desfilou ao lado dele, em 2006, só teve 1.500 votos. Então, se explica aí o que ocorreu. Mesmo assim, não apoiei outro deputado federal em Ilhéus. Meu pessoal que apoiou Raymundo Veloso. Quem é o incompetente nessa história?

AR - E essa conversa com Ruy Carvalho, para que um seja vice do outro?
       Eu parto do princípio de que, se estamos na base aliada, devemos conversar... Acho que o PT de Ilhéus tem um complexo terrível. O PT só ganhou quando foi comigo, foi meu vice. Sem nenhuma contestação à qualidade das pessoas, é um problema. Esse transe freudiano ficou ampliado quando Wagner se elegeu e o PT de Ilhéus não teve força para fazer um secretário de estado, nenhum cargo importante.

AR - E Nelson Simões?
       É um quadro que está há muitos anos fora de Ilhéus. Paulo Souto dizia que Esquerdinha, (Eduardo Santos), que foi secretário do Trabalho, era “secretário de Ilhéus”. Quer dizer, é brincar com Ilhéus. Ruy Carvalho acabou em cargo de quarto escalão, dirigindo o Hospital Geral Luiz Viana Filho. Na minha época, eu indicava técnicos para lá. Fazer política em cima de hospital é duro, sobretudo na crise que a saúde vive em nosso estado.

AR - E os outros partidos, Jabes?
       Eu já conversei com o PSB, com os partidos da base aliada. Com aqueles que querem conversar, o presidente do partido em Ilhéus, Jamil Ocké, conversa com todo mundo. Mas uma coisa é clara: nós estamos em primeiro lugar em todas as pesquisas em Ilhéus. Isso nos dá uma situação, um espaço político na cidade.

AR - Mas isso é uma afirmação de pré-candidato?
       São números. E digo mais: quando todos eles se juntaram com Valderico, acabaram gerando um monstro. Criaram o “Tô na Frente” contra Jabes. As obras sociais, os morros, a cultura, o resgate ambiental, a luta pelo pólo de informática... isso começa a ser resgatado na consciência coletiva.

AR - Acha que o fracasso de um “não-político” fará o ilheense votar em político?
       O que foi Valderico? Era a idéia de mudança. O novo, o novo. E agora, Ruy é tão velho... mais velho até do que eu em idade. Ângela (Sousa) é da mesma idade. Sabe quem é o novo lá? É quem ainda vai aprender, se for candidato, o que é uma eleição.

AR - Quem seria?
       Vários candidatos. Alguns colocados, como o Rabat, mas ainda não pontua. Não se constrói candidatura de uma hora para outra. Valderico só existiu por causa da licitação do transporte coletivo. O governo arrecadou R$ 5,510 milhões. E Valderico não pôde participar porque era o maior sonegador de ICMS. Isso e quando quis unificar a tarifa de transporte, que era uma na área urbana e outras para a rural. Eu sou pré-candidato a prefeito de Ilhéus por duas razões. Primeiro porque me sinto em condições e com experiências para não fazer um governo igual, fazer um governo diferente, completamente diferente.

AR - Em que pontos seria diferente?
       Em várias aspectos. Naquilo que deu certo, melhorar, e mudar o que não deu. Trazendo uma equipe, fazendo mudanças objetivas, gente com uma visão pública, muito mais voltada para as questões de uma cidade do tamanho de Ilhéus. O argumento que se tinha (dos petistas) acabou. Eu tenho o apoio de Wagner, de Lula. Se dizia o quê? Eu sou aliado de Lula. Peraí, nós somos da base. E isso é conversa boba. Sei que tem dor-de-cotovelo.

AR - E a possibilidade de ser secretário estadual?
       O partido terá cargo. É natural que o meu nome seja colocado por ser secretário-geral do partido, estar sem mandato, ter experiência. O que vai acontecer lá na frente eu não sei, mas a minha prioridade é disputar a prefeitura.

AR - Como você está vendo a gestão de Newton?
       Nós nos livramos de Valderico e isso é um ganho. Ora, a Câmara de Vereadores assumiu um papel articulado, inclusive meu irmão Joabs participou desse processo de tirar Valderico. O Newton assume a prefeitura e toma decisão política que tem repercussão, conseqüências. Ele foi para o PSB. Nós reafirmamos que a situação da cidade era tão grave, caótica, que, em quatro meses, não teríamois uma atitude de enfrentamento (com o novo governo). O partido não tem uma indicação de secretaria. Não nos foi dado, nem pedimos. O caso está na Justiça ainda e não sabemos o que vai acontecer.

AR - Conversou com Newton?
       Nós conversamos é com o PSB. E lhe confesso, torço para que Newton possa administrar a cidade até o fim. Seria um desastre Valderico mais um ano nessa cidade. A gente já sabia onde ia diante da irresponsabilidade completa daquele grupo que, em sua maioria, estava ali apenas para se locupletar.

AR - E a gestão de Newton?
       Ele é uma pessoa que na política tem experiência pequena. Tem procurado acertar nas coisas básicas. Para a realidade de Ilhéus, se comparado com o que estava é infinitamente superior. A cidade percebe isso claramente. Se ele for candidato a prefeito, ótimo. Quanto mais candidato, melhor, é bom para a democracia. Se alguém perdeu, não fui eu. Historicamente, as alianças do PSB eram com o PT.

AR - Voltando a sua gestão. Uma das queixas era de que, apesar de popular, o sr. se afastou do povo.
       Isso é conversa da oposição. Se eu estivesse me afastado do povo, não estaria em primeiro lugar nas pesquisas. Pelo contrário, teve reeleição em Ilhéus e ganhei. Vejo muita gente aí que, quando vai para a reeleição, perde. Nossos problemas combinaram com a falta de apoio de Paulo Souto a partir de 2003 e com enfrentamentos do nosso governo contra alguns setores.

AR - E o que justifica a baixa votação de Soane Nazaré?
       Soane teve 10 mil votos, era candidato da melhor qualidade, mas tive um problema grave com a nossa vice-prefeita na época (Ângela Souza), que era nossa candidata, na verdade. Mas a ambição sem tamanho e outras coisas levaram ao afastamento, que nos deixou sem volta e sem candidatura.

AR - Quais seriam essas “outras coisas”?
       A Ângela nunca fez política na vida e eu a convidei para ser candidata a vice-prefeita pelo PTB. Nos dois primeiros anos, ela estava na foto, presente em tudo e prestigiada. Quando ela percebeu que o governo estava em dificuldades, pulou do barco. Foi de uma ingratidão imensa, imperdoável.

AR - A eleição de Ângela como deputada estadual surpreendeu o sr.?
       Pelo contrário. Eu fui coerente com a legenda em que eu estava (ex-PFL) e tive quase 40 mil votos (37.057). Ela teve vinte e poucos mil votos (27.172) e se elegeu. Tem deputado que é mais vereador do que deputado...

AR - Por falar nisso, qual o sistema eleitoral que o sr. acha melhor?
       25 deputados estaduais baianos se elegeram tendo menos votos que eu. Defendo o voto distrital misto. Teríamos duas formas de eleger o deputado. Uma, nomes que são votados e que teriam uma visão mais ampla, estadual. E o distrital, que representaria a região onde o deputado trabalha e representa. Ilhéus e Itabuna seriam distrito, adicionando outras cidades regionais. A cobrança seria mais efetiva.

AR - Na sua opinião, seria melhor que o sistema atual?
       Seria. Hoje, tem gente se elegendo com 2 mil, 500 votos. Celso Russomano (PP-SP) teve quase 500 mil votos e ajudou a eleger uma deputada de apenas 11 mil votos.

AR - Na eleição municipal, o PP terá critérios para candidatos a vereador?
       Esse é um processo que não é fácil. Todos os partidos abriram a porteira. Se você olhar filiação de PT, PCdoB... mas nós fizemos uma seleção. Algumas pessoas transitavam em nosso partido e deixamos claro que não nos interessava continuar com aqueles nomes.

AR - O PP quer se livrar da “cara” antiga?
       É. Você veja que os problemas têm diminuído muito. Veja o caso de Maluf. Ele é deputado federal, mas não é presidente da sigla.

AR - Vamos falar de ações de turismo. Ilhéus tem quase 500 anos de história, mas não tem museu. O local ideal é o Palácio Paranaguá?
       Eu acho. Você tem ali o palácio, a rua Jorge Amado e a praça J.J.Seabra. Um projeto meu é transformar aquele palácio no grande museu da cidade e levar as secretarias para o alto da Conquista, na área antiga da Coelba, e manter outras, como finanças, no Anexo (ao lado do Palácio). O que Valderico fez foi um desastre (transferir a prefeitura para uma garagem de ônibus, o Carandiru). Eu fui contra o governo de Valderico porque era o nada com o nada, sem nada e para o nada. Ele é que deveria estar no Carandiru...

AR - Qual a avaliação que o sr. faz do Ministério Público Estadual em Ilhéus?
       Desde deputado federal, sempre fui um defensor do fortalecimento do Ministério Público. Acho que é essencial à democracia. Isso não quer dizer que o Ministério Público é feito de santos e não cometa equívocos. O ministro Gilmar Mendes disse que tem promotor que pensa que é Deus. Não é porque eu tenha um problema específico com uma promotora que vá fazer avaliação equivocada.

AR - Essa avaliação tem a ver com as mais de 24 ações do MP contra o senhor?
       O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso responde a 20 ações, Lula quando sair vai responder a 30... É natural. Tem uma denúncia que diz que eu demorei de fazer licitação do transporte coletivo... Eu fui um dos primeiros prefeitos do país a fazer essa licitação. Não é que eu demorei, os outros é que não fizeram e não deu problema nenhum. Nem em Itabuna, seja governo do PT ou do PFL (DEM). Pra mim, isso é brincadeira e um equívoco lamentável. O caso da farmácia do povo é outra denúncia equivocada, boba.

AR - O sr. se refere a que promotor?
       À mesma. Prefiro não citar o nome (ele se refere à promotora Karina Cherubini). É natural isso, acontece em qualquer lugar. Mas tenho maior respeito por ela. Esses dias fui denunciado por ela por repasse de duodécimo a menos para a Câmara, depois por pagar a mais. Fui ao Tribunal de Contas dos Municípios e ganhei a ação lá. Não existe denúncia de licitação fraudulenta, roubo. Isso não existe. Esse papo de “somos os arautos da moralidade” não existe mais. Todos somos mortais, exceto eu, que sou imortal (é membro da Academia de Letras de Ilhéus).

AR - E o primeiro livro, sai quando?
       Tem uma cacetada de coisas interessantes, como uma troca de fax com Geraldo Simões que ninguém sabe. Foi um momento complicado e que ocorre em função de uma conversa de Geraldo com Valderico que, conversador, me falou. Eu estava deputado federal e ele prefeito de Itabuna. Obras de saneamento, Caic, tenho foto de Josias (Gomes) com a pasta na mão... Geraldo inaugurou o Caic e nem me convidou para a inauguração. O conteúdo do fax eu não conto, para que vocês leiam o livro. No último, eu digo “responda, que eu vou divulgar os meus e os seus”. Aí, quem tem, tem medo.

AR - Com qual prefeito você se relacionou melhor?
       Por incrível que pareça, com nenhum.

 

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