Opinião
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10.Agosto.2013
Marcos Monteiro, secretario da Sedur, Itabuna
“Esse semestre foi só para pagar dívidas dos outros”
afirma Marcos Monteiro, um engenheiro de Itabuna que abriu mão da iniciativa privada para assumir o espinhoso cargo de secretário de Desenvolvimento Urbano de Itabuna, responsável por todas as obras e a fiscalização do setor.
Monteiro deu uma entrevista exclusiva ao jornalista Marcel Leal no programa Mesa Pra Dois, da rádio Morena FM, e contou porque entrou na administração apesar de uma certa aversão à política.
Como você acabou entrando num cargo público?
Nunca fui chegado a política, mas também nunca torci contra os nossos gestores. Ao contrario, torci para dar certo. Cheguei ao governo atual porque senti no prefeito Vane uma pessoa de Deus, que tem o compromisso de respeitar as pessoas e procurar administrar a cidade de maneira correta.
Você é suspeito para falar, mas está dentro de suas expectativas o Governo Vane?
Como cidadão, vou esperar que seja mais rápido, e dentro de uma entidade pública a gente percebe que é diferente da atividade privada. Existe muita burocracia e todo um procedimento legal. Ainda existe muito o que fazer, estamos só no começo.
Como a buraqueira de Itabuna?
Itabuna tem o titulo de campeã de buracos, um por habitante... Mas é um compromisso do prefeito eliminar o problema. 70 % das ruas não são pavimentadas e nas que são existem problemas. Recebemos um material do Dnit, que sobrou do recapeamento da Ilhéus/Itabuna e serviu como improviso. O problema é que já fizemos três licitações e ninguém quis vender ao município. Hje compramos à vista, mas vamos continuar a fazer licitação. A partir do final de agosto o prefeito pediu que atacássemos três bairros. Já temos asfalto para isso.
Só a limpeza dos bueiros não resolve os alagamentos, não é?
A Secretaria de Transporte informa que 90% dos ônibus trafegam em vias sem pavimentação. Isso significa sujeira que vai para o esgoto. A rede toda precisa ser substituída, mas existe a falta de caixas de gordura, que faz muitas casas comerciais jogarem tudo na rede, o que entope o sistema e causa dos alagamentos com qualquer chuva. Além disso, grande parte dos bairros não tem esgoto. A natureza tem reagido a isso.
A população parece estar com muita pressa, não?
Tenho ouvido protestos de moradores e quando fazemos limpeza nos canais a reclamação é igual: eles querem serviço imediato. Por isso a prefeitura tem investido em máquinas. Encontramos uma retroescavadeira que não escavava e uma enchedeira que não enchia. No período emergencial fizemos licitação para alugar máquinas, depois o prefeito decidiu investir na compra. Hoje são investidos R$ 4 milhões em maquinas. Uma vibroacabadora de asfalto, duas escavadeiras hidráulicas, duas retroescavadeiras, um trator e uma pá carregadora, que já estão nas ruas, mais as caçambas. Com esse maquinário podemos iniciar serviços em dois a três bairros de uma vez.
Vai resolver o assunto?
Com o tempo, porque a demanda de serviço é grande. Todos os canais precisam ser limpos e todos eles recebem esgoto, que acaba no Rio Cachoeira. O da Amelia Amado foi coberto sem licença ambiental. É preciso tirar o esgoto dos canais, fazendo uma rede margeando o canal. Buscamos um convenio com o Ministério das Cidade para minimizar o problema e estamos no aguardo das verbas.
O asfalto é a melhor solução para o calçamento?
Sim, se tivermos asfalto, e a maioria prefere. O paralelo ou outro tipo de pavimentação é mais simples para a recuperação, usando até mão de obra local e oasfalto fica mais caro em até 15%, porém é muito mais durável. Os próximos beneficiados serão o Novo horizonte, Vila Analia e Zizo.
Existe uma fábrica de premoldados em Itabuna?
Não. Já conversamos sobre isso e estivemos em Vitória da Conquista, que tem uma empresa que presta serviço dessa natureza. Estamos buscando maneiras legais de montar uma empresa municipal que possa fazer esse tipo de serviço.
O que se pode fazer de imediato?
Arrumar a cidade, incluindo as praças, que tem sido motivo de reclamação. Elas estão deterioradas. Já estamos elaborando projetos para desenvolver o serviço, feito por arquitetos da prefeitura e outros na cidade.
E o estacionamento no centro da cidade?
O nosso sonho se torna realidade quando se tem um projeto, incluindo os custos. Um projeto para melhorar o estacionamento é caro, mas é um sonho que todos nós temos.
Existe uma empresa coletando o lixo?
Não. Depois que suspendemos a empresa que fazia o serviço, não conseguimos ainda fazer uma nova licitação. Desde então é a prefeitura quem coleta e destina o lixo, com caminhões locados e os coletores contratados pela prefeitura. O problema do lixo não é só em Itabuna. Muitas empresas querem ganhar licitação, mas precisam ter compromisso com a cidade.
A prefeitura tem condição de fazer a limpeza e coleta como era antigamente?
Tem sim, mas é complicado. O prefeito perseguia um valor coerente para a coleta e tivemos uma redução de custo em mais da metade. Antes se pagava R$ 1,180 milhão e hoje devemos gastar em torno de uns R$ 500 mil, menos da metade. Depois vamos contatar uma empresa em torno de R$ 600 mil.
Haverá nova licitação e esperamos que o problema se resolva logo.
As lixeiras no centro vão resolver a sujeira nas ruas?
Estamos convocando uma reunião com a ACI, Sindicom e outras instituições para encontrarmos uma solução para o lixo no centro. Quem sabe podemos usar algumas vagas para o uso de contenieres, para os comerciantes usarem ao invés de colocar o lixo das lojas na rua. Tudo é questão de cultura.
Como engenheiro, como você analisa a obra da Amelia Amado?
Eu acompanhei a obra como cidadão, mas me chamou a atenção o prazo de oito meses, muito curto. Não poderia ser assim sem interromper o trânsito. Mesmo assim, era para estar pronta em 2011. Existe um recurso de R$ 1,970 milhão da última parcela, sendo que já foram gastos mais de R$ 10 milhões. Temos que fazer duas intervenções grandes de macrodrenagem, na entrada da avenida Ilhéus e no Pontalzinho, seguindo até depois da praça. Vai haver transtorno, mas é necessário fazer. Até o momento não foi resolvida questão desta última parcela e esses valores são defasados. A prefeitura vai ter que investir recursos próprios para terminar a obra.
Existem muitas construções irregulares em Itabuna?
É um problema sério. Ninguém entende que calçada é publica. Temos dialogo com pessoas mostrando que existe um código de obras e estamos conseguindo resolver questões sem precisar ir à guerra. É importante que quem vai construir vá à prefeitura pedir orientação. Estamos lá para ajudar. A questão do lixo, também vai depender da comunidade não jogar nos terrenos ou na calçada. O grupo do prefeito gosta quando a população reclama, podem ligar para 8838-3188.
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