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10 de Junho de 2006

Ney Loja, consultor de marketing

"Podemos ser mais produtivos com o humor"
diz o psicólogo especialista em marketing Nei Loja, que está se mudando do Rio de Janeiro para Ilhéus e traz na bagagem uma extensa carteira de clientes, como Ambev, Banco do Brasil, BNDES, Citybank, Eletrobrás, Ipiranga, Kodak, Lojas Americanas.
       Mas aqui pretende desenvolver seu trabalho também com as empresas de menor porte, mostrando a elas uma maneira mais simples e eficiente de aumentar a produtividade de sua equipe.
       Nessa entrevista exclusiva concedida ao jornal A Região, Nei Loja fala um pouco sobre seu trabalho e a decisão de mudar radicalmente de vida.

A Região - Sair de uma metrópole como o Rio de Janeiro para Ilhéus deve ter um grande objetivo, qual?
       Com certeza o meu maior objetivo é ter mais qualidade de vida e felicidade, poder viver em paz, com tranqüilidade, em uma cidade linda, agradável e aconchegante e que ao mesmo tempo consegue oferecer toda a estrutura que preciso para viver e trabalhar. Decidi que não posso mais viver à mercê de bandidos, com medo do que possa acontecer a mim e à minha família... e é assim a vida no Rio de Janeiro.

AR - Com a sua vinda, como ficam os seus trabalhos?
       A princípio, nada será alterado, já que meus clientes estão por toda a parte, em diversos estados. Além disso, estou mantendo uma equipe no Rio de Janeiro com meu primo Edwin Loja e estabelecendo outra em Goiânia, com outro primo, o Luiz Loja. Juntos, montamos uma empresa chamada Loja de Palestras, que começou a atuar no mês passado em Goiânia, com um treinamento de vendas totalmente diferenciado.

AR - Como será desenvolvido seu trabalho aqui na região?
       Pretendo estabelecer contatos, conhecer o pensamento das pessoas, suas idéias e objetivos, assim como sua metodologia de trabalho. Depois, a minha pretensão é montar uma base da Loja de Palestras e seguir com o projeto por todo o Nordeste. Ofereço treinamentos baseados em uma metodologia diferenciada, atendimentos em psicoterapias breves que se diferenciam muito da psicanálise pelas técnicas eficientes e rápidas.

AR - Pelo que entendi, aqui na região você pretende trabalhar também com empresas menores?
       Exatamente. Já trabalhei com grandes corporações, mas sei que os problemas de uma empresa para outra se diferenciam por poucos detalhes. E quero mostrar às pequenas empresas que podem contar com uma consultoria altamente especializada, que resolva seus problemas internos, com um investimento totalmente acessível.

AR - Como está hoje a situação geral das empresas?
       Hoje, cerca de 40% das vezes em que uma empresa perde seus melhores funcionários é devido a problemas de relacionamento com as lideranças. Com isso, ficam os piores no lugar dos que saíram e a empresa perde o que chamamos de "capital humano", que é o mais difícil de achar, treinar e principalmente reter. O eixo do problema é o estresse no trabalho, que já é a segunda maior causa de faltas e de doenças profissionais, prejudicando diretamente os empresários. Imagine que a estimativa oficial é de que venha a ser a primeira causa até 2020, ou seja, a situação vai piorar muito! Por isso, é preciso preparar mesmo a equipe e a empresa para alcançar equilíbrio e diminuir os impactos do que vem por aí.

AR - Como é possível reverter esse quadro?
       Você pode escolher que tipo de relacionamento quer que os executivos da sua empresa tenham com os colaboradores. As empresas sempre testam modelos de relacionamento interpessoal entre as equipes, já avançando muito além da posição há tempos apelidada de "estratégia do chicote", que interfere negativamente no relacionamento. O trabalho se tornou muito desgastante, inseguro e competitivo. É preciso entender que as pessoas podem até se mover pela obrigação, mas se movem muito mais pela motivação. Mantendo sua equipe motivada, atuante e feliz, a sua empresa só tem a ganhar.

AR - Hoje as empresas não fazem isso?
       Chegar ao trabalho com prazer, cumprimentar os colegas e ainda receber elogios é um acontecimento raro na maioria das empresas, onde a pressão pela qualidade do serviço é predominante. A conseqüência é uma eterna pressão, podendo provocar, inclusive, atritos.

AR - É nesses casos que você sugere a chamada "Gestão do Riso"?
       Para evitar que o lucro seja prejudicado pela má postura dos funcionários, algumas empresas estão adotando esse novo tipo de programa: a Gestão do Riso. Ele tem a proposta de estimular o bom humor, o carisma e a criatividade do funcionário, aumentando o contato com os clientes. Nos Estados Unidos, as empresas chegam a contratar comediantes para melhorar o humor dos funcionários.

AR - Quais os benefícios desse programa?
       Além de melhorar o desempenho do funcionário com o consumidor, o programa visa incentivar a comunicação na empresa. Eu particularmente prefiro chamar o funcionário de "cliente interno". A atitude de um funcionário será refletida na performance de toda a empresa. Então, encontros de lazer são marcados com freqüência para manter a confiança e o relacionamento no ambiente de trabalho.

AR - Por que algumas empresas resistem em adotar essa gestão?
       Muitas ainda não aderiram em função de um "trauma administrativo". Os gerentes cresceram na empresa aprendendo uma filosofia que já está ultrapassada. Agora, essa mudança depende basicamente de sua conscientização.

AR - Como são feitas as pesquisas?
       Ambientes estressantes acabam criando tensões que prejudicam o desempenho da empresa. Através de pesquisa, o programa avalia os pontos que podem ser aperfeiçoados. Ficamos surpreendidos constantemente com insatisfações simples, como cor de parede e falta de entretenimento. Depois da avaliação, o clima da empresa recebe uma nota, divulgada para todos os setores. Dessa forma, multinacionais mantém o controle de qualidade do ambiente.

AR - Você costuma trabalhar com workshops?
       Os workshops são automaticamente substituídos por playshops. Nessas horas o intuito é incentivar a brincadeira e a criatividade. Algumas pessoas acreditam que isso não passa de uma grande baderna. Mas produtividade não precisa ser sinônimo de pressão e estresse.

AR - Onde as pessoas podem conhecer mais sobre o seu trabalho?
       Tenho cinco livros publicados que tratam dos temas com os quais trabalho: "Uma nova maneira de ser feliz", "Apresentações vencedoras", "Grande líder motivador", "Relacionamento com a imprensa" e "Crenças Positivas". Também existem muitas informações sobre meu trabalho e os treinamentos no site www.neiloja.com.br

 

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