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20 de janeiro de 2007

Ottoni Silva, jornalista veterano de Itabuna

"Meu primeira tarefa foi desempastelar"
conta Ottoni Silva, um empreendedor da imprensa do sul da Bahia numa época onde conseguir certas coisas eram bem mais difíceis. Ilheense de nascimento, Ottoni é itabunense por adoção e de direito, recebendo o Título de Cidadania outorgado pela Câmara Municipal.
      Foi gráfico, escreveu, dirigiu, fundou, arriscou e venceu. Dirigiu o jornal O Intransigente por mais de três décadas entre os anos 30 e os anos 50, foi dono do serviço de alto-falante SRPC-Serviço Regional de Propaganda Comercial, comprado a Mário Caldas.
      Fundou a Rádio Clube de Itabuna em 1956 e o Diário de Itabuna no ano seguinte sendo, aos 91 anos e aposentado, um belo exemplo para as novas gerações, especialmente as que não conheceram o seu trabalho.
      Foi titular do Cartório de Registros, membro ativo da Maçonaria e do Lions e dedicado secretário da Santa Casa de Itabuna, não se conhecendo nenhum grande movimento em favor da cidade onde o seu nome não estivesse envolvido.
      Em sua edição nº 1.000 o jornal A Região homenageia este empreendedor da imprensa publicando esta entrevista concedida em sua casa, na rua Ottoni Silva, no Pontalzinho, ao jornalista Ramiro Aquino.

A Região - Quando você chegou a Itabuna e como foi esse seu primeiro contato com o que seria um dos grandes sonhos de sua vida?
       Era o começo da década de 20 e meus familiares se mudaram para Itabuna. Eu tinha apenas 6 anos de idade. Antes dos 15 fui trabalhar no jornal O Intransigente, fundado pelo Coronel Henrique Alves dos Reis, de quem me tornaria um grande amigo. Na época existiam dois jornais importantes na cidade: O Intransigente e o Jornal de Itabuna, do advogado Lafaiette Borborema.

AR - Verdade que sua primeira tarefa foi "desempastelar" o jornal?
       Comecei como aprendiz de tipógrafo e o jornal estava sem funcionar porque tinha sido "empastelado" (sabotaram as oficinas trocando os tipos, separados por caixas onde ficavam cada letra, colocando letra "a" na caixa da "z", o "d" na "m" e daí por diante). O meu primeiro trabalho na oficina foi arrumar os tipos. Dizem que essa desarrumação teria sido obra de prepostos do interventor da Bahia, Juracy Magalhães, que era muito criticado pelo jornal.

AR - Quando tempo durou essa convivência com O Intransigente e que modificações você introduziu no jornal?
       Foram mais de trinta anos e tive a oportunidade de conviver com grandes nomes do jornalismo daquela época, como Reinaldo Sepúlveda, Francisco de Assis Brito Cunha e muitos outros. Fui da redação à direção do jornal e as minhas colunas e artigos eram sempre em defesa da coletividade regional. Modificamos a cara do jornal mexendo na chamada "coluna social" da época e lançando uma colunista social de nome "afrancesado", Marialfon. Ma-ri-al-fon, nada mais eram que as primeiras letras do nome Maria Rita de Almeida Fontes, a grande professora Tia Rita.

AR - E como acabou O Intransigente?
       Pouco antes de morrer, em 8 de janeiro de 1940, o Coronel Henrique Alves dos Reis me chamou à sua casa e me fez um apelo: "Não deixe o nosso O Intransigente morrer, sustente a nossa luta". Sustentamos a luta por mais de 15 anos, mas apesar dos nossos esforços, não podemos impedir que o jornal deixasse de circular no início da segunda metade do século passado, por contingências outras que fugiram ao nossos controle.

AR - E como foi o sonho da primeira rádio para Itabuna?
       No final da década de 30 já se falava numa rádio para a cidade, que tinha até então apenas o som dos alto-falantes de Mário Caldas. Adquirimos o Serviço Regional de Propaganda Comercial - SRPC nas mãos de Mário Caldas e aí o sonho começava a se materializar, pois o alto-falante era o precursor do nosso rádio. Em 1949 Ilhéus já tinha sua rádio, a Cultura, e imaginamos: se Ilhéus pode ter sua rádio, porque não Itabuna? E em 1956, no dia 20 de outubro, era inaugurada a Rádio Clube de Itabuna, ao lado de parceiros importantes como Lourival Ferreira, grande artífice dessa luta e responsável pela instalação da emissora, do mano Gerson Souza, Altamiro Álvares, Joel Nery, entre outros. Outro nome importantíssimo na história da Rádio Clube foi o meu amigo Deputado Nelson Carneiro. Foi ele que resolveu no Rio de Janeiro os entraves burocráticos e conseguiu a licença para a rádio funcionar.

AR - Desde que deixou O Intransigente você pensava em fundar outro jornal, como foi a execução desse projeto?
       Foi exatamente um ano depois de inaugurada a rádio que executaríamos o projeto desse novo jornal, o Diário de Itabuna, em sociedade com o amigo Zildo Guimarães. Este jornal fez muito sucesso.

AR - E como foram as tentativas para termos o sinal de TV em Itabuna?
       Ainda estávamos nos anos 60 e a TV Itapoan tinha sido inaugurada. O Lourival Ferreira me convenceu e a outros que seria possível captarmos o sinal. Mas os recursos técnicos eram pequenos àquela época e abandonamos a idéia depois de algumas tentativas.

AR - Fale-nos um pouco da sua coluna "Meu Cantinho", que foi publicada nos principais jornais de Itabuna e ainda hoje é lembrada.
       Sempre gostei muito de escrever, de mostrar minhas idéias, de reivindicar para a nossa região e o "Meu Cantinho" foi uma modesta contribuição que procurei dar em favor de nossa terra. Enquanto pude, e minha visão ajudou, fui publicando a coluna, que encerrou os seus dias no jornal Diário do Sul.

AR - E sua avaliação atual da nossa imprensa?
       Hoje a situação é outra. Aqueles tempos românticos acabaram. A tecnologia avançou muito e temos ótimos jornais na cidade. Os companheiros de hoje estão de parabéns e quero deixar o meu abraço a essa geração que está aí e agradecer ao Marcel Leal por lembrar deste jornalista aposentado.

 

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