Opinião
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TheBigDoor.com
6 de Dezembro de 2003
"A equipe será anunciada após a decisão do governador"
Joaquim Bastos, reitor eleito da Uesc
Candidato mais votado para a reitoria da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), ele espera que o governo do estado confirme seu nome para comandar a entidade que é a dona do terceiro maior orçamento no sul da Bahia, ficando atrás da prefeituras de Ilhéus e Itabuna.
Professor titular, com mestrado em Economia Rural pela Universidade Federal de Viçosa (MG) Joaquim é o atual diretor do DCRC e disputou a eleição com os professores Norma Vídero, Agenor Gaspareto e Dinalva Mello, sendo o mais votado tanto pela regra de peso quanto pela de paridade.
Depois de Joaquim, que teve 1.903 votos, a segunda mais votada foi a professora Norma Vídero com 1.695 votos, seguida de Dinalva Melo com 1.054 votos e Agenor Gasparetto em quarto com 906 votos.
Nesta entrevista, o professor Joaquim fala do processo eleitoral, dos planos de trabalho, da formação da equipe que possivelmente comandará a universidade nos próximos quatro anos, e administração de sua colega, professora Renée Albagli, que está completando oito anos frente à reitoria da Uesc.
A Região - Qual a análise que o senhor faz do resultado da eleição na Uesc?
Foi uma eleição civilizada, disputada por candidatos altamente qualificados. Foi um processo do mais alto nível. Quanto ao resultado, ele representou o desejo da comunidade acadêmica, o que aumenta a nossa responsabilidade na condução da Uesc nos próximos quatro anos, caso sejamos confirmados pelo governador do estado. Nós, que estamos há 30 anos participando da construção da universidade, temos um compromisso ainda maior de realizar um bom trabalho.
AR - Quais os projetos a ser executados no curto prazo?
A elaboração de novos e a consolidação dos projetos que foram idealizados nos últimos oito anos, na gestão da professora Reneé Albagli, são os nossos primeiros desafios. O objetivo é manter uma universidade forte e cada vez mais próxima da comunidade. Precisamos fortalecer as áreas de pesquisa, ensino e extensão. Esperamos realizar um trabalho envolvendo os diversos setores, com resultados práticos para a comunidade acadêmica e a sociedade em geral.
AR - Antes da eleição o senhor prometia a descentralização dos recursos e mais autonomia para os departamentos. Esse ainda é o seu objetivo?
A descentralização dos recursos resultará numa maior eficiência das ações desenvolvidas nos departamentos. Uma certa autonomia também aumenta a responsabilidade, com possibilidades maiores de acerto na execução de projetos. Chamo a atenção que a descentralização dos recursos não impedirá que o reitor, juntamente com a equipe, tome as decisões que forem mais adequadas.
AR - Como o senhor pretende captar verbas adicionais para a realização dos principais projetos previstos no seu plano de trabalho?
O primeiro passo é criar a fundação que terá como função principal a captação de recursos adicionais. Com a implantação dessa entidade ficará mais fácil a captação de recursos de agências de fomento tanto no Brasil quanto no exterior. Com isso, conseguiremos os recursos necessários para atender a todas as atividades acadêmicas. Além disso, trabalharemos na elaboração de bons projetos, o que de certa forma decidirá o montante de investimentos externos. É bom lembrar que também teremos os recursos previstos no orçamento estadual.
AR - Existem reclamações de que a atual administração investiu na implantação de novos cursos, mas esqueceu a infra-estrutura. O senhor concorda?
Os investimentos foram feitos de forma correta. O que precisamos agora é implementar muitas das ações elaboradas ao longo dos últimos anos. A universidade teve um crescimento espetacular em oito anos, por isso é necessário que façamos ajustes em cursos e projetos recém-implantados.
AR - Houve uma abstenção muito grande entre os estudantes. Por quê?
Primeiro devo reforçar que a grande abstenção (56,93%) foi registrada somente entre os estudantes. O comparecimento de professores e funcionários superou os 80%. Isso ocorreu por uma série de fatores. Devemos respeitar a decisão dos estudantes, até porque participamos de um processo democrático. No entanto, entendemos que as discussões não deveriam ser todas voltadas para a questão da paridade.
AR - O senhor ainda é defensor da realização de mais debates em torno da paridade do voto?
Entendemos que esse assunto requer muitos debates e não poderia nem deve ser decidido na véspera ou no decorrer do processo. Esperamos que os alunos participem não só dos debates em torno da paridade, mas também de outras questões de interesse da comunidade acadêmica. Queremos uma universidade forte para todos, professores, estudantes, funcionários e a comunidade em geral.
AR - Quanto ao pacto firmando entre os candidatos antes da eleição, de só aceitar a indicação do governador caso fosse o mais votado. Ele pode ser quebrado?
Não. Primeiro porque os outros candidatos, assim como eu, são pessoas decentes, honestas e de caráter. Todos nós concordamos que a vontade da maioria acadêmica deve prevalecer, ser respeitada. São pessoas que, como eu, ajudaram a construir a Uesc e entendem o que é democracia.
AR - Sua equipe já está formada? Quando será anunciada?
Ainda dependemos da decisão do governador Paulo Souto. Caso ele ratifique a vontade da maioria das pessoas que formam a comunidade acadêmica, a equipe será anunciada logo após. Os cargos serão ocupados por pessoas que tenham conhecimento técnico, respeito acadêmico e que estejam dispostas a enfrentar muito trabalho nos próximos quatro anos.
AR - A professora Renée Albagli vai deixar a universidade com grande respaldo, tida como boa administradora. O qual o principal desafio do senhor na Uesc?
Executar os projetos que constam no nosso plano de trabalho, investir corretamente os recursos disponibilizados pelo estado e pelos nossos parceiros. A nossa equipe estará trabalhando para beneficiar tanto a comunidade acadêmica quanto a população regional. Estaremos empenhados em cumprir as promessas e executar as metas. A universidade vai continuar crescendo.
AR - O senhor pretende trabalhar pela implantação de novos cursos?
Primeiros precisamos implementar os projetos de pesquisa e extensão e melhorar ainda mais os cursos já existentes. A implantação de novos cursos vai depender de fatores como demanda e disponibilidades de recursos. É bom lembrar que dois novos cursos acabaram de ser implantados pela atual reitora.
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