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24 de setembro de 2008

Jorge Solla, secretário de Saúde da Bahia

"É incrível uma gestão irresponsavel ser tão destrutiva"
jorge solla e marcel para a saúde de um município, afirma o secretário estadual de Saúde, Jorge Solla, em entrevista exclusiva à rádio Morena FM e ao jornal A Região, realizada na quarta-feira, em reunião com os médicos da cidade.
      Solla lembrou que a Bahia é o 6º estado mais rico, no entanto 21º no indicador de saúde. “As políticas públicas não tiveram a priorização devida nas gestões anteriores e isso nós trabalhamos muito para recuperar”.
      O secretário abordou a situação preocupante de Itabuna, o estado em que Wagner encontrou o setor, o que está sendo feito e os planos futuros. Confira a entrevista.

A Região - Como voce encontrou a saúde ao tomar posse?
       Encontramos uma rede de hospitais estaduais sucateada. Hoje estamos com mais de 30 em reforma, como o Hospital Luís Viana Filho, em Ilhéus. Nós já reformamos o anexo psiquiátrico, a UTI, diversas áreas e vamos continuar trabalhando.

AR - Inclusive entregaram uma UTI Móvel...
       É, e além da UTI móvel, anunciamos aquisição do tomógrafo, que deve chegar nos próximos dias, e pela primeira vez temos uma equipe de neurocirurgia trabalhando lá. Estamos reformando a emergência...

AR - Tem hospital novo em Juazeiro, não é mesmo?
       São cinco novos hospitais que o governador Jaques Wagner vai ter a oportunidade de colocar em funcionamento na gestão dele, três já na reta final: Juazeiro, Irecê e Santo Antônio de Jesus.

AR - As ações se esgotam nos hospitais ou existem outras prioridades?
       São investimentos importantes que o Estado da Bahia está fazendo. Para se ter uma idéia, nunca tivemos uma distribuição tão grande da farmácia básica. No ano passado foram R$ 13,5 milhões de investimentos e nesse ano já são R$ 20 milhões.

AR - Quais foram as maiores dificuldades ao assumir o cargo?
       Primeiro, a dívida. Aquele governo que dizia que tinha as contas equilibradas, só na saúde deixou um rombo de mais de R$ 206 milhões, mas além disso temos um déficit de recursos humanos gigantesco. Nós já contratamos, em um ano e oito meses, 8,700 profissionais de saúde, isso mostra o quanto era grande o déficit.

AR - E quanto ao hospital de Coaracy, que também é do estado?
       O hospital de Coaraci praticamente dobrou a capacidade de internação e já contratamos vários profissionais. Eu diria que o hospital de Coaraci nunca teve tantos profissionais de saúde como hoje.

AR - E o caso de Itabuna, que vive um caos completo na saúde?
       Itabuna é uma situação que tem deixado a gente bastante preocupado. Nós estamos, desde o início do ano passado, acompanhando de perto, com auditorias e reuniões. Itabuna nunca recebeu tanto recurso financeiro para a saúde como nesta gestão. O repasse federal, só em 2007, teve um aumento próximo a 30%. O governo do estado, que nunca repassava, no governo Wagner está repassando todos os meses.

AR - Mas apesar dos recursos o setor continua péssimo em Itabuna. Por que?
       O problema não é de recurso financeiro. Mesmo com ele o Samu chegou a ter o telefone cortado. Já pensou a que situação nós chegamos? O Hospital de Base está com os serviços completamente deteriorados.

AR - Quais os principais problemas que voces encontraram no hospital?
       A tomografia, na última visita que fizemos, não funcionava; raios-X não funcionava, hemodinâmica não funcionava, laboratório só fazia glicemia, hemograma e sumário de urina. É uma situação ridícula. Uma situação completamente absurda. Dos 10 leitos de UTI, tinha 4 apenas funcionando. Não dá nem para descrever, qualificar, a situação absurda a que chegou a saúde na atual gestão em Itabuna. Eu diria que é uma situação de completa calamidade.

AR - A gente tem um dado de que morrem 38 de cada 100 pacientes do HB. É isso?
       Nós temos estes números, mas além dos pacientes que morrem aqui, tem os que não conseguem chegar ao hospital pelo fechamento das portas. A Santa Casa fechou a emergência e hoje só tem a do Hospital de Base, que não funciona. Não tem profissionais suficientes, não tem capacidade diagnóstica. Nunca saíram tantos pacientes de Itabuna para Conquista, Salvador, Feira. E o mais incrível: os profissionais estão indo trabalhar em outras cidades.

AR - Então a queda na saúde de Itabuna é realmente grave?
       O impressionante é que isso está se passando na cidade que tradicionalmente era o principal pólo de serviço de saúde do interior da Bahia. Na gestão do prefeito Geraldo Simões Itabuna foi um dos maiores parceiros do Ministério da Saúde. As principais políticas de saúde que o presidente Lula implantou começaram aqui. Foi assim com o Samu, a farmácia popular e uma série de ações importantes. Geraldo fez investimentos, implantou o único centro de alta complexidade e oncologia do interior da Bahia, que hoje não está funcionando nem com um terço da capacidade.

AR - Tudo isso impressionou o conselho estadual?
       Pois é. É uma pena a gente observar como uma gestão municipal com esse nível de irresponsabilidade pode ser tão destrutiva para a população. O Conselho Estadual de Saúde, depois de um ano acompanhando a situação e vendo que a cada mês se deteriorava, aprovou por unanimidade a desabilitação e encaminhou para a comissão bipartite. Esta, tem secretários municipais de todo o estado, das mais diversas matrizes políticas. O conselho tem empresários, sindicalistas, profissionais, os mais diversos segmentos... e aprovou por unanimidade.

AR - Voces verificaram os problemas in loco?
       Nós formamos uma comissão desses secretários municipais, que vieram aqui e voltaram chocados com o que viram, a tal ponto que, não só aprovaram a desabilitação, como o encaminhamento para o Ministério Público do pedido de bloqueio das contas do Fundo Municipal de Saúde, frente aos absurdos que aqui estão sendo praticados.

AR - O que o governo do estado pode fazer quanto a essa situação?
       Eu diria que nós estamos fazendo a nossa parte no processo, com várias auditorias que apontam irregularidades, apontam aquisição de medicamentos que não deram entrada nos almoxarifados e notas fiscais que não são comprovadas, mas cabe a outras instâncias a apuração da responsabilidade e eu espero que isso seja feito.

AR - Qual sua expectativa para o futuro, para o ano que vem?
       Ainda bem que essa gestão municipal está acabando. Ainda bem que a população de Itabuna vai ter a oportunidade de votar em outra opção. Infelizmente tem candidatos que são a continuidade da atual gestão. A nossa expectativa é de que a população de Itabuna vote por acabar com esse caos.

AR - Quais os projetos do estado para a saúde?
       Na rede básica, o governador Jaques Wagner está fazendo investimento inusitado. Até o final do ano que vem vão ser 400 unidades de saúde da família. Aumentamos em quatro vezes os gastos com remédios de alto custo e pela primeira vez a Bahia está cumprindo sua participação na farmácia básica.

AR - Antes não cumpria?
       Em 2006, no último ano da gestão passada, o governo do estado gastou só R$ 4.418,00 em medicamentos (está na própria prestação de contas de Paulo Souto). Isso para 417 municípios, durante 12 meses, ou seja, menos de R$ 1 por município por mês.

AR - Só dá para uma cartela de aspirina...
       E em promoção! O ex-governador teve duas ações na área de medicamentos que ficaram famosas. No primeiro governo, fechou a Bahiafarma, fábrica pública de medicamentos que era a maior produtora de remédio para tuberculose. Na segunda, simplesmente deixou à míngua a população no que diz respeito a medicamentos, aplicando R$ 4.418,00 dos R$ 14 milhões que tinha na época...

AR - Como voces vem consertando isso, na área de medicamentos?
       Esse ano vamos bater na casa de R$ 20 milhões somente na farmácia básica, fora a de alto custo. E estamos retomando a Bahiafarma. A Fiocruz vai fazer a transferência da tecnologia, porque a Bahia não tem mais nenhum domínio da tecnologia de produção.

AR - E a dengue, secretário, deixou de ser problema ou piorou?
       A situação da dengue é preocupante, não só na Bahia, em todo o país, especialmente na região Nordeste, pela circulação dos tipos de vírus, pelas nossas características climáticas e o processo de urbanização. No ano passado conseguimos recompor algumas equipes que estão trabalhando no combate, retornando a várias regiões. No início do verão vamos retomar o contato com a população, porque é o período de maior risco, mas eu confesso que o Brasil inteiro ainda tem muitas dificuldades em enfrentar uma situação como a dengue.

AR - Secretário, e os próximos anos, como serão?
       Pela primeira vez eu diria que a Bahia tem um plano diretor de regionalização, um plano de investimentos. Tenho certeza que os resultados vão ser muito positivos. Não é que a gente vai resolver todos os problemas em quatro anos. Mas com certeza a saúde da Bahia, ao final desses quatro anos, vai ser muito diferente daquela que o governador Wagner encontrou no início de 2007.

 

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