21 de Maio de 2005
Silvio Roberto Souza, presidente da Associacao Comercial de Itabuna
"A ACI de sangue novo tem projetos arrojados"
que pretendem mudar radicalmente o perfil empresarial com vistas ao desenvolvimento regional. É o que garante o novo presidente da entidade, Sílvio Roberto Souza de Oliveira, eleito no início deste mês para um mandato de dois anos.
Publicitário há 19 anos, Silvio já tinha 14 anos como diretor da entidade e seu último cargo foi o de vice-presidente. Hoje como titular, tem em mãos uma série de propostas que pretende lançar tão logo assuma o cargo em julho.
Versátil na área de comunicação social, desde jovem, aos 16 anos, começou a atuar em veículos de comunicação da cidade, primeiro no Diário do Cacau, passando por emissoras de rádio e de televisão. Foi contador e atuou por muito tempo como professor.
Mas é o lado empresarial, dentro da sua Visão Propaganda, que fala mais forte e lhe permite conhecer mais de perto os problemas que afetam todos os segmentos da sociedade, por isso Sílvio fala com paixão da Associação Comercial de Itabuna.
A Região - O que de concreto a Associação Comercial representa para Itabuna?
Na verdade a ACI, ao longo de sua história, tem participado de todas as lutas, ações e reivindicações em prol do desenvolvimento regional. Ela sempre esteve presente nas mobilizações do empresariado e da sociedade. Como é formada por cinco conselhos - comércio, de prestação de serviço, da indústria, da agricultura e pecuária e da comunicação, eu diria que ela representa muito bem a classe empresarial em todos os seus segmentos.
AR - O que significa você, um publicitário, à frente dos destinos de uma importante entidade como a ACI?
u diria que muito me honra ser presidente porque primeiro fui apoiado pela diretoria atual como chapa de consenso. Por lá já passaram grandes nomes, como José Oduque Teixeira, Helenilson Chaves e antes Manoel Chaves e José Soares Pinheiro. Então são nomes que representaram a pujança da região, que deram nome à associação. Hoje devemos ser a 4ª ou a 5ª associação comercial do país, o que mostra o pioneirismo desses homens grapiúnas e eu vou procurar representar essas pessoas com a maior dignidade possível.
AR - Que nomes você já tem para formar sua equipe?
Olha, na formação da chapa coloquei uma série de empresários de sangue. Por quê? Para que a experiência de Milton Veloso seja estimulada com a força da juventude que chega. Eu tenho Karim Harfusch, Beto Dourado, Tarcisio Oliveira e uma série de mulheres que estarão fazendo parte da diretoria.
AR - Quais as prioridades para essa nova missão na ACI?
Uma das nossas maiores prioridades no momento é ampliar o quadro social, que hoje não passa de 150 a 200 pessoas. A classe empresarial em Itabuna hoje é muito maior e eu vou procurar pessoas que têm pequenos negócios em Ferradas, Nova Califórnia, Fátima, São Caetano, Conceição Santo Antônio, entre outros bairros, para que eles se sintam representados e efetivamente possamos reivindicar as necessidades dos empresários regionais. Vamos representar o grande, médio e pequeno empresário. Antes vamos fazer um diagnóstico da situação atual. De posse desse material vamos atacar com as propostas de soluções. Queremos o desenvolvimento da região, porque, se Itabuna cresce, nós crescemos junto com ela. A qualidade de vida melhora, a relação de emprego e renda aumentam.
AR - Mas você representa somente a ACI...
Vamos procurar os poderes constituídos, englobando município, estado e união para que os incentivos venham para o empresariado local. Eu trago grandes empresários para gerar emprego e renda. Essa renda é revertida para fora daqui mas tem que gerar também para o empresário daqui. Que se criem mecanismos para que ele cresça junto com o que vem de fora.
AR - O que você pretende fazer para conseguir atingir sua meta?
Já estou pontuando um fórum de desenvolvimento regional focando Itabuna. Com o PIB do município crescendo, o itabunense se beneficia também. Outra proposta é a luta que vamos travar contra o arrocho fiscal. O empresário hoje é o grande penalizado com esse arrocho, por isso vamos representar e reivindicar soluções para nossas necessidades. De nada adianta um bolo financeiro que é o país se apenas um terço paga e o resto burla. Então, são uma série de ações que considero importantes.
AR - Sangue novo na diretoria... o que de mais arrojado você tem na "manga"?
Eu digo sempre que o empreendedorismo é fundamental e se a gente puder trazer palestras, discussões, experiências, até local mesmo, de investimentos que deram certo. Vamos contribuir e ajudar com os nossos projetos. Olha um exemplo: quando Ilhéus conquistou o Pólo de Informática, por que não foi ampliado para Itabuna? Hoje legalmente não se pode ampliar mais. Mas podemos reivindicar ao governo do estado que esse pólo seja estendido a Itabuna e assim vamos gerar mais emprego e renda. Tem uma série de outras atividades que podemos desenvolver aqui, como o agronegócio. Temos uma região eminentemente agrícola, mas não temos estímulo.
AR - Quais outros setores poderiam ser estimulados?
Podemos estimular pequenas empresas de transformação, como o chocolate caseiro. Pois vamos estimular tudo isso. Lógico, à experiência e competência dos dirigentes que aí estão, vão se somar as novas filosofias para podermos implementar, com uma certa velocidade, o crescimento de Itabuna, que sente necessidade urgente de desenvolvimento.
AR - O que a comunidade itabunense pode esperar de Silvio Roberto presidente da ACI?
Não sou muito de promessa. Sou mais da execução. Mas tenha certeza que se os companheiros Ubirajara Coelho, Helenílson Chaves, Veloso, Marreco, os últimos presidentes, trabalharam, vamos trabalhar mais ainda. Não só para dignificar o nome daquela casa, mas para que a comunidade possa ver as ações da ACI em benefício de Itabuna. Temos muitas propostas dentro de um planejamento minucioso e estratégico de gestão para a casa. Vamos trabalhar dentro de projetos realizáveis e posso citar o provérbio "o impossível far-se-á". Eu sou adepto dessa filosofia.