Opinião
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1.Dezembro.2012
Claudevane Leite, Vane, prefeito eleito de Itabuna
“A gente não pode tolerar desvio algum na prefeitura”
afirmou o prefeito eleito de Itabuna, Claudevane Leite, Vane do Renascer, em entrevista exclusiva à rádio Morena FM 98.7, no programa Mesa Pra Dois, ao jornalista Marcel Leal.
Na conversa, Vane abordou desde alguns nomes de sua equipa até os problemas encontrados na saúde e infra-estrutura. “Itabuna está à beira do caos”, afirmou. Confira a entrevista.
A equipe que você escolheu vem sendo elogiada, mas alguns questionam o nome de Mariana
Mariana é uma pessoa bem vivida na política, foi a nossa coordenadora, talvez principal em nossa campanha e o desempenho dela, pra gente que a conhece, não deixa dúvida nenhuma de que ela está preparada para a pasta.
Outra dúvida é sobre Othon. Dizem que foi demitido do Hospital de Base. Não é bem isso, é?
Eu era vereador e em alguns momentos estivemos no Hospital de Base e temos com Othon uma relação de confiança. É uma pessoa extremamente preparada, que faz consultoria em muitos municípios e entende muito da Controladoria, muito competente. Temos total confiança.
No seu governo vai ter margem para quem erra?
Não. A gente não pode tolerar desvios, principalmente na situação que Itabuna chegou. Itabuna está beirando o caos, uma grande desordem, com raríssimas exceções. Não podemos brincar com a cidade. A cidade confiou em nosso projeto e não podemos decepcionar. Nosso quadro é de pessoas técnicas e não vamos tolerar desvio no primeiro escalão, no segundo nem nenhum.
Quem vai escolher o segundo escalão, será cada secretário?
Nós temos que enxugar essa folha de comissionados da prefeitura, que é um absurdo. Na Emasa da mesma forma, Hospital de Base. Em 2009 o prefeito gastou 70% e a Lei de Responsabilidade Fiscal prevê 54%; em 2010 ele gastou 74% e em 2011 está beirando 80% e não está cumprindo a lei. O segundo e terceiro escalão terão também a questão técnica. Os partido vão definir com a gente, mas não vamos verticalizar nenhuma secretaria.
Voce vai cumprir a obrigação de abrir auditoria e processar para reaver o dinheiro desviado?
Nós precisamos fazer essa auditoria e essa auditoria vai ser feita não para prejudicar ninguém. E se a gente encontrar indícios, certamente vai encaminhar à competência. Eu preciso me resguardar também, portanto é uma necessidade que essa auditoria seja feita.
Você pode herdar uma epidemia de dengue. Você já pensou no que fazer?
A última estatística colocou Itabuna com mais de 18%, recordista nacional, isso é muito preocupante. Há 15 dias, a gente colocou para nosso secretário de Saúde um pedido de apoio. Ele já está interagindo com a secretaria municipal e estadual para que a gente possa tomar algumas medidas conjuntas com a prefeitura, porque o governo atual é responsável até 31 de dezembro.
Os servidores concursados estão sem ânimo, desmotivados. Eles serão valorizados?
A situação da prefeitura que a gente vai herdar é muito difícil. No primeiro momento vai ter muito trabalho. Mas vamos trabalhar para resolver e compensar os servidores, trazer de volta a autoestima, tentar avançar no plano de cargos, carreira e salário. Nós temos hoje pessoas preparadas no Hospital de Base, na administração, na Emasa. Pessoas nas quais se investiu, que têm um potencial muito grande e não são aproveitadas.
Vários médicos receberam aviso de não ir mais trabalhar...
Um absurdo. A administração foi eleita até o final do mandato. O gestor e os secretários precisam entender isso e trabalhar. Eu estive na prefeitura, muitas pessoas me procuraram dizendo que não foram avisadas que trabalharam o mês todo e vão ficar sem salário.
Essa relação com médicos tem problemas como não cumprir a carga horária. O que voce vai fazer?
O que nós pensamos da saúde não é abrir novas unidades. O que a gente quer é fazer com que as que existem funcionem. As pessoas precisam se dirigir a uma e encontrar o médico. O médico precisa ser bem remunerado, mas precisa cumprir a carga horária dele.
E o Hospital de Base, será mantido municipal?
Nós vamos ter a volta do Comando Único. A gente quer fazer com que as unidades de saúde funcionem para desafogar os hospitais. Quanto ao Hospital de Base eu entendo que a gente precisa mantê-lo pelo município, faremos esse esforço e o governo da Bahia precisa apoiar mais.
O Estado chegou a sugerir uma gestão compartilhada, é viável?
Eu acho interessante compartilhar, mas que custeie também. O nosso pensamento é fazer com o que o Hospital de Base possa continuar sendo do município. Se vir que é inviável, não teremos dificuldade em repensar.
Voce pensa em postos 24 horas?
Nosso pensamento é que três ou quatro funcionem 24 horas, no Santo Antonio, São Caetano, Lomanto e Califórnia. Ainda tem a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Queremos pelo menos três.
Os novos contratados serão através de concurso?
Os comissionados vamos reduzir ao máximo, é o excesso que queremos diminuir. E claro, a gente não pode entrar e fazer automaticamente um concurso público, mas acredito que ainda no primeiro ano faremos.
Itabuna vem perdendo empregos e o comércio está abandonado. Quais os planos?
A gente precisa revitalizar o comércio, que é quem mais emprega na cidade. Precisamos fomentar a vinda de empresas. O estacionamento é um problema gravíssimo e a violência também afasta os clientes. A prefeitura precisa comprar em Itabuna, valorizando o comércio. Já fomos a Salvador, buscando a vinda da Sudic para fomentar a vinda de novas empresas.
Como controlar as empresas fantasmas vendendo para a prefeitura?
É uma coisa fácil de identificar. Nesse caso tem que ter má fé para que isso ocorra, mas como vamos usar da boa fé, com certeza a nossa Controladoria vai detectar se houver algum problema.
Você uma vez comentou que ia fazer a coleta de lixo pela prefeitura, vai?
A gente quer uma cooperativa para fazer a coleta dos resíduos sólidos, uma equipe de garis para cuidar do centro e das feiras. Mas queremos essa cooperativa em todos os bairros, porque melhora o emprego. No Maria Pinheiro, por exemplo, a gente pega 50 famílias que ficarão responsáveis pelo bairro.
Parte do seu programa que é de ocupar as crianças, não é?
O que a gente vê nos indicativos nessa violência é o envolvimento com droga. A gente precisa ter uma escola melhor preparada, em tempo integral e oportunizar a cada criança a prevenção na própria escola. Nós precisamos falar para essa criança numa linguagem própria o que é droga.
A ideia é também fomentar a cultura também. Como?
Queremos trazer de volta os grades festivais de música, de cultura, esporte, isso não custa muito. A gente quer um calendário esportivo para o ano todo. Queremos aproveitar os estudantes das faculdades como monitores. A gente tem que levar esporte, cultura e prevenção para diminuir a violência.
Mas estes planos passam pelos professores, que não estão satisfeitos...
Isto se resolve investindo na educação e com transparência. Os recursos da educação vão estar disponíveis aos professores. Eles saberão o quanto entra e como é gasto. Outra questão é o grande número de cargos comissionados também nessa área.
Como ficam as feiras livres? Voce concorda com mudança de local?
Já estivemos em algumas feiras conversando com os feirantes, consumidores e pessoas que moram perto. A feira tenho certeza que não deve mudar, mas do jeito que está não pode continuar. Ela precisa ser revitalizada, porque é um problema de saúde pública. Tem uma pequena no Mangabinha que a prefeitura quebrou, ficou de fazer e nunca fez. E tem essa questão gritante do Centro Comercial.
Voce pediu ajuda do Estado para isso, mas ela pode demorar.
Claro que não vamos esperar. Estamos preocupados com o teto da feira do bairro São Caetano e a iluminação está péssima, mas ali é um caso de revitalização mesmo. A lista de pedidos ao governador já tem quatro: a volta do Comando Único; investimento na saúde; a questão das feiras e a dos canais. Os canais de Itabuna são um problema histórico. De imediato a gente quer limpar a cidade, iluminar e mantê-la assim.
O prefeito aumentou a passagem de ônibus para R 2,40. Como você vê o preço e a gratuidade?
Essa questão da gratuidade em Itabuna é absurda, talvez tenha a maior taxa de gratuidade do país. Na campanha nós falamos da gratuidade e os adversários usaram isso para falar que eu ia cortar o passe livre do deficiente. Em momento algum falei isso. Citei aquelas pessoas que poderiam estar pagando a passagem e não fazem isso.
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