Opinião
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27.Julho.2013
Claudevane Leite, prefeito de Itabuna
“Esse semestre foi só para pagar dívidas dos outros”
afirmou o prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, em entrevista exclusiva no programa Mesa Pra Dois, na rádio Morena FM. “Mas neste semestre esperamos avançar e começar a fazer o que queremos”.
A entrevista, na quarta-feira, foi muito comentada pelos ouvintes e serviu para esclarecer uma série de pontos sobre a gestão municipal, relacionamento com o vice Wenceslau e o PC do B, possível mudanças no secretariado. Confira.
Itabuna estava completamente abandonada. O que já foi feito?
O principal foi sanar as dividas. Um dos absurdos foi com a Emasa que, após oito dias que assumimos, sofreu ação de despejo por falta de pagamento do aluguel. Havia falta de equipamentos, dívidas com funcionários. A mesma coisa no Hospital de Base e com os servidores. Tivemos que pagar R$ 15 milhões de dívidas da administração anterior. Esse semestre foi apenas para pagar dívidas, mas hoje esperamos avançar.
A prefeitura estava inadimplente até com a empresa que fornece o asfalto?
Desde 2 de janeiro começamos a tapar buracos. Foram mais de 600 toneladas de asfalto. Mas existem leis que devemos respeitar, então fizemos licitação e ninguém apareceu. Na segunda também não e na terceira idem. A cidade não entende isso, quer serviço, mas não podemos sair comprando sem licitação. No caso da coleta de lixo, ainda não podemos fazer licitação. Mas foi uma coisa boa tirar a Marquise, porque hoje economizamos R$ 400 mil por mês.
Continua com aquele plano de formar turmas nos bairros?
Provavelmente em agosto. Estamos chamando de “Bolsa Reciclável”, inicialmente com 200 pessoas e podendo ir a mil. As pessoas em cada bairro vão conversar com a comunidade, limpar suas ruas e instruir sobre reciclagem nas casas.
Existem alguns postos de saúde estragados. Quantos foram reformados?
Já temos três concluídos e reabrimos o Cerdof, Centro de Referencia em Doenças Falcifomes, um serviço único no interior da Bahia. Acredito que até o final de agosto teremos mais duas unidades arrumadas. Ferradas pediu antes a reforma do posto. Já estivemos no Governo Federal e recadastramos 10 unidades para que possamos reformá-las.
Voltando à Emasa, existem obras para a troca de toda a rede?
Quando chegamos na Emasa havia mais de 500 pedidos para intervenção, parados. Estamos reconstruindo toda a rede. Tinha muita coisa destruída e a demanda é grande.
E o abandono no centro da cidade?
Estamos avançando na iluminação. Já investimos R$ 300 mil em lâmpadas e equipamentos. Há uma cobrança muito grande em Itabuna, mas não se pode fazer nada em seis meses. Houve acumulo de problemas e temos pelo menos dois anos para deixar a cidade como o itabunense merece.
No Cidade Digital vai ter acesso gratuito na praça Rio Cachoeira, mas a praça está abandonada.
A partir de agosto vamos começar a arrumar pelos menos duas praças. Vamos melhorar a Vila Olímpica para entregar aos jovens e idosos com um importante projeto sócio educativo. Na programação temos a melhoria das praças, canteiros, e em alguns locais vamos levar quadras de areia. Neste aniversário de Itabuna não temos muitas obras, mas temos a reabertura do restaurante Popular e a Patrulha Mecânica, onde investimos R$ 4 milhões, que vai atender o centro e principalmente a zona rural.
A patrulha é tão importante assim?
Uma importante conquista para o município, que terá duas patrulhas, algo inédito. Por isso estamos com equipes em vários bairros ao mesmo tempo e três equipes de topógrafos estão trabalhando para preparar as obras. Estamos concluindo a pavimentação e a limpeza do canal. No Santo Antônio, os moradores até fizeram bolo de aniversário de 13 anos, o tempo que as familiais aguardavam o serviço.
A saúde pública ainda é alvo de críticas, por que?
O Hospital de Base não está como a cidade merece, mas já melhorou muito. O estado envia R$ 1.520.000 e todos os meses completamos com R$300 mil, coisa que não se fazia antes. Pagamos também o oxigênio, mais R$ 100 mil por mês. Dobramos o numero de leitos para 9 e, até o final do ano, teremos 20 leitos na UTI. Fizemos uma reforma total no Pronto Socorro, que ficou muito bom. Com relação aos postos de saúde, estamos devendo isso à comunidade, mas vai melhorar.
Sobre o Conselho Municipal de Saúde, o que mudou no projeto de lei?
Essa questão de eleição módulo só existe em Itabuna. O CMS perdeu o prazo e a Câmara enviou um projeto. Mas o conselho anterior acha que houve falha no processo. Sou um homem de conversa e nosso procurado jurídico já esteve no Mistério Público. Eu preciso e quero trabalhar em paz com o Ministério Público e o conselho.
O que muda para o cidadão com a chegada da plena?
Itabuna nunca perdeu o dinheiro da plena, só que a gente não faz a gestão. Salvador faz a média e alta complexidade. Gerenciando a plena podemos contratar mais profissionais. Uma coisa boa é que o paciente consegue marcar o exame nos postos. Antigamente isso era “rifado”.
Voltando à reforma das unidades de saúde...
O Hospital de Base está sobrecarregado, assim como muitas unidades de saúde. Se não há profissional nos postos, as pessoas se dirigem ao hospital, mas a partir de agosto estamos trabalhando para que as unidades de saúde atendam a população e funcionem bem, algumas até 24 horas. A nossa pretensão é abrir novas, mas nesse momento queremos que as atuais funcionem.
Dos comissionados antigos, ainda tem gente para sair?
Tem sim. Estamos fazendo uma auditoria geral, Emasa está concluindo a dela, o Hospital de Base está fazendo a sua. Não temos nada contra ninguém, mas prometemos isso à comunidade.
Nos próximos seis meses, o que é mais urgente e prioritário?
Nossa prioridade é com a saúde. Nossa meta número um é fazer com que a saúde funcione e atenda bem. Também tem a melhoria da infraestrutura. Vamos melhorar a iluminação, as escolas, as praças e neste ano no mínimo vamos começar em três bairros. Mas tudo aqui em Itabuna é urgente.
Seu relacionamento com Wenceslau é ruim como dizem os boatos?
Meu relacionamento na prefeitura é muito bom. Todos meus secretários são bons, tem perfil para a pasta, inclusive Wenceslau. Nosso relacionamento é de mais de 8 anos na Câmara e continua bom na prefeitura. O PC do B tem o espaço que merece, assim como os outros partidos. Wenceslau e Mariana atuam em pastas muito complicadas e são muito criticados, mas são competentes e se esforçam.
Mas Mariana é bem criticada
Mariana conseguiu dentro da proposta do governo da austeridade reduzir em 60% o gasto com material de insumo, com combustível. Claro que tem algumas pastas que precisam melhorar e a qualquer momento a gente pode fazer uma mudança, quando eu sentir que é o momento.
Como está seu relacionamento com a Câmara.
Com a Câmara tenho relacionamento de respeito e independência, a favor de Itabuna. Estamos trabalhando para construir uma cidade melhor, com seriedade, respeitando o dinheiro público.
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