Opinião
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28 de Março de 2009
Jaques Wagner, governador da Bahia
"Alguns gostam só de fazer bravatas. Nós trabalhamos"
afirmou o governador da Bahia, Jaques Wagner, em entrevista veiculada pela rádio Morena FM na quinta-feira, feita por telefone. Wagner estava nos EUA para um encontro.
O governador falou sobre a viagem, o encontro com Bill gates (Microsoft), o novo plano habitacional, o projeto da ponte Salvador - Itaparica e o novo aeroporto de Ilhéus. Confira a entrevista, feita com Marcel Leal.
A Região - Governador, o senhor teve uma semana agitada, com muitos eventos, uma pesquisa muito boa para sua reeleição, não?
O resultado da pesquisa Datafolha deixou o presidente Lula extremamente satisfeito e a mim também. Isso nos estimula a trabalhar mais, vendo o reconhecimento do povo baiano ao trabalho que a gente vem implementando nesses dois anos e três meses de governo.
O povo da Bahia pode estar certo que toda a minha energia está voltada para fazer mais e melhor para devolver aos baianos o carinho com que tem me tratado.
AR - O senhor teve vários eventos no Brasil e mais este nos Estados Unidos. Como viu a pesquisa e qual foi o objetivo da viagem?
Eu acabei tendo que vir aqui correndo. Cheguei às oito horas da manhã e estou de volta para a Bahia hoje à noite. Vim cumprir um compromisso de reciprocidade.
Fiz uma palestra sobre o atual momento de enfrentamento da crise na Bahia e no Brasil no Fórum de Líderes Governamentais das três Américas, tive um diálogo com o fundador da Microsoft, o Bill Gates, falando das oportunidades de negócios e dos nossos interesses em programas sustentáveis da Microsoft.
Ao mesmo tempo, vim agradecer a Microsoft Mundial, que resolveu levar para Salvador, em novembro, a reunião mundial sobre inovação na área de educação. Essa premiação será feita aí na nossa capital.
É mais um evento internacional que mostra a capacidade da Bahia de fazer eventos. E que coloca Salvador e a Bahia no circuito internacional. Creio que foi extremamente positivo.
AR - O presidente Lula escolheu a Bahia para anunciar o Plano Habitacional e o estado é o terceiro mais beneficiado, mas a carência é maior, não?
Olha, óbvio que a nossa carência é maior que essa. É claro que depois de dois dias entre nós, segunda e terça, o presidente Lula lança o programa de um milhão de casas e eu fiz questão de estar presente (em Brasília, no dia seguinte) exatamente por isso.
Nós somos o terceiro estado com o maior número de unidades previstas, 80.744 unidades, que virão nos ajudar a diminuir o déficit habitacional baiano. Quero lembrar que esse é o programa Minha Casa, Minha Vida.
AR - Este é o programa estadual de habitação. Como ele está?
Juntamente com a Caixa, nós já entregamos mais de 10 mil casas nos dois primeiros anos e temos mais 40 mil em construção ou contratados que vão se somar a estas do Minha Casa, Minha Vida. Como disse o presidente, é para ficar permanente este programa.
A Bahia ficou na terceira posição recebendo unidades habitacionais. Essa construção de um milhão de casas gera 1,3 milhão de empregos, movimenta a economia brasileira e, portanto, é uma clara política de enfrentamento da crise mundial.
É claro que é motivo de orgulha para mim que o presidente esteve aí na segunda lançando o Territórios da Cidadania, esteve na terça na Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional e, na quarta, a gente recebe esse presente do presidente Lula, em Brasília.
AR - Uma das surpresas foi o anúncio, pelo senhor, de uma ponte ligando Salvador a Itaparica. A oposição está dizendo que é projeto eleitoreiro, que é balela...
O povo da Bahia já conhece o meu estilo de governar e fazer política. Eu não sou de bater bumbo nem enganar a população.
Esse sonho, assim como a ferrovia Leste-Oeste, que alguns continuam céticos - alguns porque não têm vontade de ver a Bahia crescer, outros porque se mantém na postura de fazer oposição a qualquer preço, mesmo que esse preço seja o de prejudicar o futuro do nosso estado. Vasco Neto sonhou com a ferrovia Oeste-Leste. Agora ela começa a sair do papel.
Da mesma forma, essa ponte já foi o sonho de alguns. Então, desde agosto do ano passado que eu já dialogava com o presidente. Existiam dois projetos já desenvolvidos, sem estar acabados, e eu disse ao presidente que iria entregá-los. E o presidente me disse para entregá-lo publicamente.
AR - Qual sua resposta para os que não acreditam no projeto da ponte?
Os céticos acham tudo impossível. Se fossem os céticos, não teríamos Luz Para Todos, Água Para Todos, um milhão de casas. Então, esses são aqueles que sempre preferem pensar pequeno e não gostam de trabalhar nem realizar nada.
Quero dizer que é óbvio que é uma obra grande, difícil, que depende da iniciativa privada, dos governos estadual, municipal e do governo federal, mas ela não é um sonho irrealizável.
Como eu gosto de dizer, um sonho sonhado junto, eu sonhando, a classe empresarial baiana, do turismo, os que querem ver o desenvolvimento da Ilha de Itaparica, de Salvador, e com o presidente Lula, pode virar realidade. Eu vou trabalhar.
Alguns gostam só de conversar fiado e fazer bravatas. Digo para esses, que são céticos, que nós estamos trabalhando. Com a estrada Camamu-Itacaré, nós estamos aproximando o sul do estado da nossa capital.
Evidentemente, com a Via Expressa, com a estrada Camamu-Itararé e a ponte Itaparica-Salvador nós estamos encurtando o caminho da região com a nossa capital e isso significa desenvolvimento. A ponte é uma obra para três, quatro anos ou mais.
Quem não pensa grande não tem o direito de governar um estado como a Bahia. Eu penso grande e com os pés no chão. As pessoa se acostumaram a pensar pequeno. A nossa última grande obra urbana foi a avenida Paralela, há 30 anos.
Já estive na Infraero para falar do novo aeroporto de Ilhéus e da nova pista do aeroporto de Salvador. As pessoas que planejam tem uma visão de futuro e é quem vai garantir o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos.
Não vou vender ilusão, mas vamos trabalhar para que se transforme em realidade algo que será uma marca para a Bahia.
AR - Já que o senhor tocou no assunto, soube que trouxe novidades sobre o novo aeroporto de Ilhéus. Quais são?
Eu conversei com o presidente da Infraero e ele se comprometeu a me entregar, até abril, o plano diretor. Eu disse a ele que, para nós, essa é uma questão fundamental.
Nós estamos fazendo a estrada Camamu-Itacaré, estamos trabalhando a ferrovia (Oeste-Leste), estamos trabalhando o novo porto, uma ZPE (Zona de Processamento e Exportação) e, portanto, estamos precisando do novo aeroporto e ele se comprometeu comigo a acelerar.
A depender do projeto, inclusive, nós ganharíamos seis meses de adiantamento para a sua execução. Achei a conversa muito boa. O brigadeiro tem noção da importância de Ilhéus para o sul do estado e para toda a Bahia. Ele sabe de toda essa confusão com o atual aeroporto e está comprometido em acelerar esse processo.
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