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Caso Leal: 5 anos impunes
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13 de Setembro :: Caso Leal

Onde se lia sangue, leia-se Justiça!

       Quem mandou assassinar Manuel Leal seguiu uma lógica macabra: o jornal A Região fecharia, as denuncias cessariam e o caso cairia no esquecimento em pouco tempo.
       A certeza da impunidade era tamanha que nem se preocuparam em executar o chamado "crime perfeito", tantos foram os rastros deixados pelo caminho.
       Deu tudo errado, apesar do empenho (ou da falta de) da polícia em transformar a morte de Leal num desses crimes insolúveis que se perpetuam ao sabor de interesses políticos e/ou financeiros.
       Reconheça-se que desde o início a polícia foi de uma competência extrema para garantir a impunidade dos mandantes e assassinos.
       O delegado Jacques Valois, responsável pela investigação, não preservou o local do crime, prejudicando sensivelmente a reconstituição, e depois ignorou depoimentos importantes, como o do então agente policial Roberto Figueiredo, que viu o policial Mozart Brasil nas imediações da casa de Leal nas horas que antecederam a emboscada.
       Foi um crime tão amador que Mozart foi citado, juntamente com Marcone Sarmento e o informante Roque de Souza, num documento do Ministério da Justiça. Com base em investigações da Polícia Federal, Mozart, Marcone e Roque foram apontados como os assassinos de Manuel Leal.
       Na prática - e na voz rouca das ruas - o crime estava esclarecido. Dadas as ligações de Mozart com o delegado Gilson Prata e de Marcone com Maria Alice e Fernando Gomes a suposição dos autores intelectuais era quase instantânea.
       Ainda assim, dado que a apuração da PF era extra-oficial, Valois conseguiu a proeza de concluir o inquérito sem indiciar ninguém. Só faltou apontar que Manuel Leal cometeu suicídio, bailando diante dos tiros.
       A pedido da Justiça, o inquérito foi reaberto, desta vez sob o comando do delegado Gilberto Mouzinho. Amigo declarado de Fernando Gomes, Mouzinho levou as investigações em banho maria, chegando a declarar, em 2000, que não havia sentido apurar um crime que tinha conotações políticas em ano eleitoral. Mais explícito, impossível.
       Maldição ou justiça por linhas tortas, Valois e Mouzinho, até então delegados de ponta, caíram em desgraça logo depois.
       O primeiro perambula quase como um fantasma por delegacias do interior baiano e o segundo, acusado de formação de quadrilha, assassinato, extorsão e roubo de cargas, chegou a ficar detido e hoje está sem função na Secretaria de Segurança Pública.
       MOBILIZAÇÃO
       Se faltou empenho da polícia, sobrou firmeza do Judiciário e do Ministério Público.
       O juiz Marcos Bandeira e a promotora Cintia Portela não permitiram que as investigações fossem prejudicadas, reunindo material suficiente para indiciar Mozart Brasil, Marcone Sarmento (que continua foragido e portanto não vai a juri) e Thomaz Iracy Cunha Guedes, este um personagem nebuloso na história.
       Sobre Mozart e Marcone parece não haver dúvidas da participação no crime, já que foram reconhecidos por várias testemunhas. Uma dessas testemunhas, que está sob proteção, reconheceu Mozart com tanta segurança que apontou até mudanças no seu visual.
       A aposta da impunidade começa a ir pelo ralo com os julgamentos de Thomaz no dia 18 e de Mozart no dia 26.
       A outra aposta, a de que o caso cairia no esquecimento, revelou-se de uma burrice típica dos que acham que dinheiro, poder e truculência resolvem tudo.
       O assassinato de Manuel Leal teve repercussão nacional e internacional e vem mobilizando entidades como Sindicato dos Jornalistas da Bahia, Associação Baiana de Imprensa, Federação Nacional dos Jornalistas, Sociedade Interamericana de Imprensa, Comitê de Proteção a Jornalistas e Repórteres Sem Fronteiras.
       O jornal A Região, longe de deixar de circular, tornou-se uma trincheira contra a impunidade, contando com o apoio do jornal A Tarde e, em menor escala, de outros veículos de comunicação.
       Não é exagero dizer que essa mobilização, aliada ao empenho da Justiça e do Ministério Público (e apesar da polícia) está garantindo um momento histórico.
       Pela primeira vez acusados de matar um profissional de imprensa na Bahia vão a julgamento. Isso numa situação em que 10 jornalistas e radialistas foram assassinados na década de 90.
       Aqui subverte-se a lógica dos que esperavam escrever a história com sangue.
       A partir do dia 16, e espera-se que a partir de agora, a história de Leal e de tantos outros profissionais de imprensa mortos ou vivos, passe a ser escrita com justiça, responsabilidade e liberdade de expressão.
       Manuel Leal está longe de ser um mártir.
       Mas está perto de ser um marco, o que não é pouco numa Bahia onde estando no poder ou aliado a poderosos se podia tudo.
       (RSF, em www.rsf.org)

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