Caso Leal
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21 de Agosto 2004 :: Caso Leal
O julgamento é adiado de novo
com a justificativa de que ainda - um ano depois do pedido - se espera o cumprimento de uma carta precatória em São Paulo, que tem garantido a impunidade do réu.
O primeiro pedido foi feito pela justiça itabunense desde o ano passado, quando as três testemunhas indicadas pelo advogado de Marcone Sarmento, um dos envolvidos na morte do jornalista Manoel Leal, deveriam ter sido ouvidas, em dezembro.
Como elas não foram localizadas, o advogado indicou novos nomes, no que já é visto como uma manobra diversionista. As novas testemunhas deveriam ter sido ouvidas em março, mas a justiça paulista pediu cópias do processo que tramita em Itabuna.
O juiz Marcos Bandeira, que acompanha o caso, diz que tudo foi providenciado e um novo ofício, solicitando mais rapidez na resposta, foi enviado em março deste ano, "até por se tratar de um réu preso e de um caso que teve grande repercussão, inclusive na imprensa internacional".
Segundo Bandeira um novo ofício foi encaminhado este mês pedindo cumprimento com urgência de resposta, com prazo de 40 dias para que a justiça paulista se pronuncie. Caso isso não ocorra, Bandeira afirma que é possível que o processo prossiga normalmente, "porque não se pode ficar refém de precatória".
O juiz lembra que o advogado, que já foi intimado uma vez para que diligenciasse melhor o processo, teve tempo demais para apresentar a defesa e concluir seu trabalho. O magistrado não confirma, mas também não descarta a hipótese da realização do júri de Marcone ainda este ano. "Muita coisa pode acontecer".
O juiz explica que o processo criminal é um conjunto de atos que incluem provas documentais, testemunhais, periciais e até precatórias, e é com base nelas que a justiça decide ou não se leva um acusado a júri popular.
"Mesmo assim é uma decisão recorrível ao Tribunal de Justiça da Bahia". Entretanto ele acredita que no Caso Leal o TJB julgue com maior rapidez e favorável à realização do júri.
Impunidade oficial
Marcone é foragido da justiça por outros dois assassinatos cometidos em Itabuna. Ele também é acusado - e apontado por várias testemunhas - como um dos principais autores do assassinato do jornalista Manoel Leal, ocorrido no início da noite do dia 14 de janeiro de 1998, quando Leal tentava abrir o portão de sua casa, na rua principal do bairro jardim Primavera.
Monzar Brasil, Marcone e outros dois homens ligados à polícia civil baiana foram vistos e reconhecidos por três testemunhas, dois dias antes e na tarde do crime, nas imediações da casa do jornalista.
Marcone dirigia uma Silverado Branca, usada pelos assassinos no dia do crime. Monzar foi acusado de disparar os seis tiros que atingiram Manoel Leal. Julgado em Itabuna no ano passado, Monzar foi condenado há 18 anos de prisão.
Em dezembro o policial conseguiu um habeas-corpus em tempo recorde e foi posto em liberdade. Em fevereiro o habeas-corpus foi rejeitado e Monzar deveria voltar para a cadeia, mas estranhamente continua não só solto, como mantendo seu emprego como policial do estado.
Marcone aguarda julgamento no Presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus, onde fontes internas dizem que é beneficiado com várias mordomias e até estaria saindo para fazer serviços de eletricidade para um funcionario.
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