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:: Curiosidades da história de Itabuna tem até gado
:: Itabuna tem uma praça que acabou virando três
:: O filho de descendentes de escravos que virou coronel
:: Nome "Itabuna" foi escolhido em 14 de novembro de 1904
:: Firmino Alves enfrentou a fúria de chefe político
:: Itabuna de tantos poetas e artistas que já se foram

História de Itabuna

Curiosidades da história de Itabuna
tem até gado, que já foi bom negócio em Itabuna, mesmo quando o cacau ainda era considerado o fruto de ouro do sul da Bahia. O tio de Mário Padre, Joaquim dos Santos Padre, foi o primeiro a explorar a pecuária, quase duas décadas antes da emancipação de Itabuna.
      Joaquim e dois amigos, Antoninho do Cachimbo e Joaquim da Felícia foram os responsáveis pela introdução do gado na região, segundo o documentário "O Jequitibá da Taboca".
      Os novos (e únicos) pecuaristas trouxeram de Vitória da Conquista várias manadas de bois que se acumulavam na praça da Boa Vista, hoje Praça Jornalista Manoel Leal. A viagem de Conquista até a antiga Tabocas durava cerca de 30 dias.
      Na praça havia três pés de buris (espécie de árvore típica da região sul do país), onde alguns dos animais eram amarrados. Na mesma praça, outro criador, só que de ovelhas, Querubim José Alves de Oliveira, também costumava amarrar seus pequenos animais.
      Foi Joaquim dos Santos Padre quem incentivou o então negociante de secos e molhados José Kruschewsky a mudar de ramo. Ele disse que era muito mais vantajoso negociar com gado do que o comércio varejista.
      O comerciante não pensou duas vezes e, viajando para Conquista, trouxe sua primeira manada e se dedicou exclusivamente à pecuária. O negócio prosperou.
     
      Crise financeira em Sergipe
      afugenta seus moradores que vêm parar, em sua grande maioria, no povoado de Tabocas. O então governador baiano José Marcelino de Souza foi um dos incentivadores da migração sergipana para o sul da Bahia.
      Ele colocou à disposição dos que fugiam da crise financeira de Sergipe barcos a vapor da Navegação Baiana, gratuitamente. A viagem seguia o percurso por Maraú, Ilhéus, Comandatuba, Canavieiras e Porto Seguro.
      Se estava faltando trabalho em Sergipe, sobrava serviço na lavoura cacaueira. Todos os que vieram para o sul da Bahia se deram bem na vida. Uns se transformaram em poderosos fazendeiros, outros em importantes negociantes.
      Muitos dos que ficaram ricos mandavam seus filhos estudar em colégios das capitais. O dinheiro conseguido em Tabocas era gasto nas cidades grandes, uma atitude comum de quase todos que conseguiram riqueza com o cacau ou o comércio.
     
      A primeira Indústria de cacau
      em Itabuna foi a Cacau Industrial e Comercial S.A., implantada por Hugo Kaufmann numa grande área no Banco Raso, onde por muitos anos funcionou, exalando, todas as tardes, o inconfundível e gostoso cheiro de cacau sendo processado.
      Os produtos fabricados, todos derivados do cacau, eram manteiga, massa e pó para torta de cacau. A Cacau Industrial foi a maior firma beneficiadora do produto durante muitos anos em Itabuna.
      Quando ela foi fechada, depois da vinda da Nestlé, um dos galpões da grande área da antiga fábrica foi utilizado para a redação do também extinto jornal Tribuna do Cacau.
     
      Lavadeiras mudam visual
      do Cachoeira e transformam a paisagem ao longo do rio numa visão de rara beleza, produzida pelo colorido das roupas secando ao sol sobre as pedras. Esta é uma das imagens mais poéticas retratadas em "Itabuna, minha terra", do historiador Adelindo Kfoury.
      Para completar o pensamento o autor lembra que, "ao lado da beleza colorida, ecoava às margens do rio o burburinho alegre de vozes cantando ou conversando entre si".
      Na viagem ao passado Adelindo conta que junto com as lavadeiras desapareceram cenas que mostravam pescadores de pitús na sua luta diária, mergulhando as mãos nas locas entre as pedras. Tinha pitu para todos!
      Para o autor, o rio Cachoeira, que serviu tantas vezes de inspiração para Firmino Rocha, Telmo Padilha, Cyro de Matos e Valdelice Pinheiro, não era a única referência geográfica ou a ameaça de tragédias como as enchentes.
      Também não foi apenas o celeiro dos pescadores, a fonte lírica das lavadeiras, nem o lerdo e romântico paraíso dos arrieiros. "Ele se constitui numa perene testemunha da história de todas as cidades de sua bacia, caracterizando-se como símbolo da união que deve existir".


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