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História de Itabuna Uma praça que virou três Próspero negociante na Rua de Taboquinhas, o Coronel José Henrique Aguiar dividia seu tempo entre fazendas, comércio e política. Endinheirado, bem acapangado, possuidor de boa cultura, dirigia a corrente adamista em Tabocas. No dia 11 de março de 1904 o Coronel Domingos Adami, poderoso chefe político residente em Ilhéus, veio a Tabocas rever amigos e correligionários, entre eles José Aguiar, seu representante político, que à saída o acompanhou até a calçada. Porém, ao montar, bateu levemente a caçamba de prata no rosto de Coronel Adami. Tenente Simões, Delegado de Polícia do Termo, agarrou a rédea do cavalo dando voz de prisão ao Coronel Aguiar que, ferido em seu amor próprio, sacou o parabelo. O próprio Coronel Adami exigiu calma e pediu desculpas ao ofendido. Mas, ao chegar em casa, Aguiar preparou uma invasão à delegacia e a notícia correu a Vila. Os coronéis Firmino Alves e Paulino Vieira mandaram 200 homens para defender a delegacia. Já o Coronel Henrique Alves despachou muita gente para a casa de Aguiar. Pela manhã, como ninguém tomou a iniciativa, resolveram dispensar o pessoal. Alguns dias após, numa noite de domingo, Coronel Aguiar tomava café em casa de Maria Beata, na Rua do Zinco, cujos fundos davam para os pastos dos estábulos de Seu Zezé, o maior fornecedor de leite da localidade. Tenente Simões fez o cerco, com mais de vinte meganhas mas, avisado pelos gritos da dona da casa, o Coronel escapou pulando uma janela de cuecas e sem sapatos. Foi seu fim. Na terça-feira procurou o Coronel Henrique Alves e pediu-lhe que assumisse a chefia do partido, partindo em seguida com a família para uma fazenda em Maraú. Novo chefe do partido, Coronel Henrique Alves recebeu pedido de comerciantes para entulhar a enorme lagoa existente no centro, sendo grande o perigo representado por cobras venenosas e até jacarés que saíam do matagal à sua volta. O Coronel, muito astuto, viu a oportunidade de começar bem sua liderança local, já que tinha base eleitoral na sede do município, inclusive fazendo parte do Conselho. Junto ao Intendente de Ilhéus, conseguiu autorização e verba para atulhar a lagoa, além de urbanizar o local, transformando-o na maior praça pública do interior da Bahia. Dezenas de trabalhadores labutaram durante meses e o empreiteiro Manuel Fogueira ajustou fazer o calçamento de toda a área por 800 mil réis. Em 5 de janeiro de 1905, em meio a foguetório ensurdecedor, o Coronel Domingos Adami, com Henrique Alves e uma grande multidão, inaugurou a praça. Seu, o nome! Aquele local tornou-se o centro mais importante da Vila de Tabocas e depois cidade de Itabuna. Durante os 60 anos seguintes, praticamente todos os eventos de massa, a exemplo de comícios, shows, desfile de blocos carnavalescos, datas cívicas, etc. foram ali realizados. Em nossos tempos, o tradicional e querido logradouro público generosamente cedeu partes de seu perímetro para homenagear duas conhecidas personalidades da terra. Por iniciativa da Câmara de Vereadores, um trecho foi batizado com o nome da Parteira Otaciana Pinto e outro passou a denominar-se Jornalista Manoel Leal. Ou seja, aquilo que poderíamos entender como uma praça que virou três. (Adelindo Kfoury da Silveira) Memoria Grapiuna é um projeto da Fundação Jupará com patrocínio da rádio Morena FM 98.7 e jornal A Região. |
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