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:: Vila de Ferradas e a morte de Luiz Grava no Cachoeira
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:: Nome "Itabuna" foi escolhido em 14 de novembro de 1904
:: Firmino Alves enfrentou a fúria de chefe político
:: Itabuna de tantos poetas e artistas que já se foram

História de Itabuna

A morte de Luiz Grava no Cachoeira
do Rio Cachoeira são dois capítulos especiais na história de Itabuna. O rio, que durante anos garantiu o sustento de centenas de famílias, também foi responsável por muitas tragédias.
      O Frei Luiz Grava assumiu a administração do Sítio das Árvores Ferradas (hoje somente Ferradas) substituindo o frei Vicente Maria Ascoli, que abandonou o local em junho de 1848. Com sua chegada, a vila voltou a se desenvolver e a ter um comércio de gado forte. Ferradas hoje
      Os animais vinham da Villa de Ilhéos (Ilhéus) e Imperial Villa Vitória (Vitória da Conquista), em viagens muito perigosas, pois os vaqueiros e rebanhos eram constantemente atacados pelos índios Mongaiós, Aimorés e Gueréns. Grava morreu afogado no Rio Cachoeira no dia 14 de abril de 1875.
      Antes de Luiz Grava, quem passou pelo Sítio das Árvores foi Frei Ludovico de Livorno, um capelão que refugiou-se em Portugal depois da derrota de Napoleão Bonaparte na Batalha de Waterloo, por volta de 1815.
      De Portugal, ele migrou para Ilhéus e, por determinação da Igreja Católica, foi enviado para Ferradas, onde chegou no dia 2 de março de 1816.
      Foi a partir desta data que a vila experimentou uma fase de grande progresso, pois o religioso realizou um trabalho de catequese extraordinário junto aos índios. Ele tornou-se um verdadeiro líder e muitas pessoas da comunidade o chamavam de pai.
      O religioso era responsável pela alfabetização de crianças, prestava assistência aos doentes e existem notícias de que realizou milagres. Dizem que ele escrevia a oração do Pai Nosso em pequenos pedaços de papel que eram colocados sobre o corpo do enfermo e ele era curado.
      Detentor de conhecimentos de urbanização e saúde pública, Frei Ludovico pediu que fossem construídas fossas nos casebres e ensinou hábitos de higiene. Foi responsável pelos casamentos e batismo, durante mais de 20 anos, de todas as crianças que nasciam no local.
      O religioso teve que deixar o sul da Bahia por volta de 1846, depois de contrair malária. Ele ainda foi levado para Salvador para tratamento, mas morreu dois anos depois, sendo substituído no cargo, provisoriamente, pelo frei Clemente de Andevino Aderne.
      Vicente Maria D'Ascoli deveria ser o sucessor definitivo, mas ficou no cargo por pouco tempo, indo embora para Salvador em 1848. De acordo com os historiadores, durante muito tempo a vila ficou sem frei e só voltou a contar com um religioso com a chegada de Grava.
     
      Origem
      Antes de ser denominada apenas de Ferradas, várias foram as tentativas dos governantes de mudar o nome da localidade. Uma delas ocorreu em 19 de agosto de 1874.
      O governador da Província, Venâncio Lisboa, sancionou a lei 14.425 nominando o local "Dom Pedro II". No entanto, os moradores continuavam a chamar de Vila das Árvores Ferradas.
      Mais tarde, em 14 de setembro de 1919, a lei municipal número 9 tentou mudar o nome da vila para distrito "Conceição de Ferradas", mas os moradores mais uma vez ignoraram o novo nome.
      Depois passaram a chamar o local de Vila de Ferradas e, anos depois, apenas Ferradas. Muito se especula sobre as razões do nome Ferradas, mas não existe uma conclusão sobre o assunto.
      Para alguns historiadores, o local ganhou o nome porque era um ponto de ferrar animais. Para outros, a denominação ocorreu porque as pessoas marcavam as árvores com ferro para ter um ponto de referência na próxima viagem.
      (Com informações do livro Itabuna, minha terra, de Adelindo Kfoury Silveira).


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